sexta-feira, 28 de julho de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Conversão é coisa boa”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1080. Início do Evangelho
            A temática da conversão está presente na pregação de Jesus. Lemos nos evangelhos que suas primeiras palavras, no início de seu ministério, são um convite à conversão: “O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15;Mt 4,17). Quando os apóstolos começam o anúncio após a vinda do Espírito Santo, Pedro, à frente dos outros apóstolos, responde ao povo que pergunta: “Irmãos, que devemos fazer? “Seja cada um de vós batizado em nome de Jesus para a remissão dos pecados, e recebereis então, o dom do Espírito Santo...” “Salvai-vos desta geração perversa” (At 2,38.40). O início da pregação de Jesus e a pregação dos apóstolos estão marcadas pelo chamado à conversão. Há necessidade de uma mudança para se acolher o Evangelho. A conversão é vista como o acolhimento do Reino de Deus que chega com a plenitude dos tempos. Os tempos estavam maduros para iniciar uma nova maneira de existir. Agora será de acordo com o Evangelho de Jesus. Se Jesus inicia insistindo sobre a conversão, é um sinal claro de sua importância. Somente a partir da conversão é que se pode acolher e viver o Reino de Deus e realizá-lo na vida. Realizar o Reino é viver de acordo com Evangelho, a Boa Nova de Jesus. Por isso Ele diz: “E crede no Evangelho”. Jesus, de modo particular insiste sobre os valores autênticos da pessoa humana e sobre o valor do amor ao próximo que se concretiza em atitudes de caridade operosa. O amor não é  algo  espiritualista sem comprometimento com as pessoas e o mundo. Basta fazer como Jesus que se comprometeu até à morte pelo que ensinou e viveu. Não temos que procurar longe, pois está muito perto de nós, nas palavras simples que Ele ensinou. Os valores evangélicos não se confundem com uma religião intimista, egoísta e supersticiosa. Os verdadeiros seguidores de Jesus foram a fundo no seu compromisso com Deus e com a pessoa humana. Nem por isso deixaram de rezar, freqüentar as celebrações, envolver-se em obras em prol da humanidade. Quem se une a Deus sabe unir-se a seus irmãos.
1081. Mudança de mentalidade
            Para haver uma autêntica conversão é necessária a mudança de mentalidade. O que vemos são cristãos batizados que fazem parte da Igreja, mas sua mentalidade, seu modo de pensar e orientar a vida não tem nada a ver com o ensinamento de Jesus. Enquanto vai bem para si, tudo bem, mas quando fere seus interesses, não assumem, não aceitam e se tornam muitas vezes autênticos perseguidores. Nossas atitudes, muitas vezes, são fundadas em posições de ideologia política. Uns servem ao esquerdismo e outros identificam a Igreja com ideologias de extrema direita. Outros servem só a si. A conversão nos orienta para a mudança de mentalidade para que ela seja evangélica.
1082. Caminhos novos
            A mudança de mentalidade conduz a novos caminhos. O mal tem seus caminhos. A conversão nos leva a mudar de caminhos. Lembramos a parábola do Filho perdido e do Pai misericordioso. Andou por caminhos errados. A conversão nos faz também, mesmo que não estejamos tão errados, buscar sempre melhores vias para realizar em nós o plano do Pai manifestado por Jesus. Parar nessa estrada é retroceder. Deus não exige nada acima de nossas forças e nos dará todos os auxílios para viver de acordo com a Palavra de seu Filho. Ele dá a graça da conversão. O grande convite da Quaresma é examinarmos para ver mais claro se buscamos a felicidade ou cavamos nossa própria infelicidade. Aproveitemos a graça, pois ela é sempre oportuna.

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