domingo, 23 de julho de 2017

Homilia do 16º Domingo Comum (23.07.17)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
“Saber viver com a oposição” 
O Reino e o não-reino
A Palavra de Deus ensina a realidade do Reino de Deus em três momentos: O Reino e seus inimigos; Ele tem uma força interna para seu crescimento como uma semente, mesmo pequenina; é também como o fermento que faz a massa crescer. São palavras que ensinam a vivência do Reino nas situações adversas. Vivemos a fé numa situação de tensão entre o que pensamos e o que o somos. É a planta ruim que cresce junto com o trigo. São parecidos, por isso não se distinguem no início da plantação. Na vida estamos sempre cercados de adversidades que se contrapõem à nossa fé. O Reino sofre contínuas oposições e deve crescer ao lado do mal bem organizado. O mal é forte. Mais forte deve ser o cristão para crescer nessa situação. A oposição o força a ser mais forte e instruir-se. Deve levar em conta que a força o Reino não depende de nós. Dá seu fruto sem que saibamos como. Depende de sua força interior que vem de Deus. É como uma sementinha que tem dentro de si árvores imensas. Assim é o Reino de Deus. Qual é a atitude que podemos ter diante dessa planta nociva que cresce junto? Jesus diz que é com a paciência que devemos esperar a hora da colheita. Aí vão separar. Tratar tudo com humanidade é a condição necessária para o crescimento. Temos que agir como Deus como diz a Sabedoria: “dominando a própria força, julgas com clemência e nos governas com grande consideração” (Sb 12,18). Paulo apresenta a arma para nos proteger: “É segundo Deus que o Espírito reza dentro de nós. Não estamos sozinhos diante das dificuldades. “Ele reza em nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26), quer dizer, com as palavras de Deus que não temos.
Dentro das comunidades
            A vida das comunidades sofre muitas recusas e objeções dentro do próprio grupo. Vivemos em tensões que colocam os fiéis sempre em exercício. Isso fortalece sua capacidade de viver. Podemos pensar diferente na comunidade, mas que não seja por motivos espirituais. São questões humanas. O evangelho não é uma camisa de força. Ninguém, nenhum movimento ou ensinamento esgota o Evangelho. Por isso é importante viver o fundamental que é o amor a Jesus Cristo e a vida de comunidade, apesar das diferenças que não atingem a verdade do Evangelho. Desse modo a fé se fortalece e é força para o ambiente. Seguimos a orientação de Jesus: deixar crescer junto e esperar o dia da colheita. É o modo de Deus agir: Julgar com clemência. O justo deve ser humano (Id). É o que rezamos no salmo: “Vós sois clemente e fiel, sois amor, paciência e perdão” (Sl 85). Sabemos que os outros conhecerão a Deus através de nosso procedimento.
Quando o inimigo está dentro
            Sofremos quando vemos dentro de nós essa divisão: temos coisas boas que devem conviver com aspectos até negativos de pecados. É preciso paciência e saber suportar-se. Não ter medo de ser fraco e acolher as fraquezas dos irmãos. Somos pecadores, temos a tendência para o mal. S. Paulo nos oferece sua experiência: “Constato esta lei: quando eu quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Eu me comprazo na lei de Deus segundo o homem interior; mas percebo outra lei em meus membros que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que existe nos meus membros” (Rm 7,21-23). Quanto mais a Deus pertencemos, mais humanos seremos. Teremos muitas falhas, mas muita força para lutar. Quem não quer lutar, já perdeu. Precisamos dos auxílios de Deus, sobretudo na oração, na reflexão e na Eucaristia. Jesus passou por isso. E venceu. Venceremos!
Leituras:Sabedoria 12,13.16-19;Salmo 85; Romanos 8,26-27;Mateus 13,24-43 
1.   O Reino de Deus, como a plantação, cresce cercado de pragas.
2.  As comunidades vivem em meio a oposições e diferenças. Paciência.
3.  Dentro de nós há a tendência ao mal. Não podemos nos destruir, mas vencer o mal. 
                        Concorrência desleal 
            Ouvindo o ensinamento da Palavra sobre o modo generoso do agir de Deus, somos estimulados a sermos humanos. O justo deve ser humano. Poder não significa maldade.
            Na leitura de hoje aprendemos que o Reino de Deus também sofre dificuldades por causa dos inimigos. E faz a comparação da plantação da semente boa. Depois aparece o joio, planta parecida com o trigo, mas maligna. A solução não é arrancar o maligno, pois o bom trigo vai junto. Então a seleção deve vir no final. O joio vai para o fogo. É muito prático para nós em compreendermos os males que a Igreja passa no mundo
            Que fazer? Acabar com os inimigos do Reino?
            Jesus ensina que a gente pode viver entre pessoas diferentes. Mas não precisamos acabar com elas para viver bem. Temos que conviver e que nosso testemunho as modifiquem. Deus orientará seu futuro.
            Mas encontramos divisão dentro de nós mesmos. Que fazer? Lutar contra os males sem nos destruir, suportando e levando adiante nossa missão. Não podemos nos acabar para acabar com nossos males. É preciso ir vencendo.

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