Jesus
entrou em Jerusalém quando já estava próxima a festa da Páscoa. Esta passagem significa
que o acontecimento da purificação tem a ver com Sua Páscoa. Ao entrar no
templo viu toda a profanação existente por causa do comércio de animais para os
sacrifícios. O templo era o centro da religião dos judeus. Os donos do poder
religioso o transformaram num centro de exploração. Ele purificou o templo e
mostrou que o novo templo é Ele e que Seu corpo é o novo lugar do encontro com
Deus. Esta purificação do templo é um sinal da purificação de Sua ressurreição.
Este é o sinal do poder que tem de renovar todas as coisas. Jesus amava o templo
e cumpria todas as obrigações da religião como as orações, os sacrifícios e as
cerimônias. Foi esse caminho que Deus usou para manter as alianças e as
promessas que se realizaram em
Jesus. Os judeus não seguiram a voz dos profetas, por isso
levaram o templo a tal degradação. Deus mostra que o caminho continua renovado,
em Jesus que purificou a fé do povo por sua morte e ressurreição. Deu-nos um
novo modo de se relacionar com Deus, não mais com sacrifícios de animais, mas através
de seu sacrifício. Ele é o sumo sacerdote do novo templo que é seu corpo,
oferecendo-se como vítima perfeita. Ele diz: “Destruí este templo e eu o
reedificarei em três dias” (Jo 2,19). A história do povo se fundamenta na aliança do Sinai
quando Deus dá a lei com os mandamentos. Estas palavras mantiveram a fé do
povo. Agora Jesus é a Palavra. Há igualmente, nesta celebração um tom batismal.
Neste domingo da Quaresma, os que seriam batizados, eram examinados sobre sua
fé e recebiam a instrução. A Palavra de Deus lhes era apresentada para orientar
sua fé. A preparação do batismo se fazia no tempo da Quaresma para chegar à
Páscoa na qual se uniam à Páscoa de Jesus.
Nosso corpo, templo santo
Nosso
corpo, templo santo, manifesta o dom de Cristo em nós. Rezamos na pós-comunhão:
“Pedimos a graça de manifestar em nossa vida o que o sacramento realizou em
nós”. Quando aceitamos a fé em Jesus, nós nos unimos a Ele. Seus sacramentos
realizam em nós a imagem de Cristo crucificado. Por isso os cristãos sempre são
um espetáculo ao mundo que quer sabedoria e milagres. E nós apresentamos Cristo
Crucificado. Purificados por seu sangue, chegamos à Ressurreição. Participamos
de sua missão de purificar o templo de Deus no mundo e em nós mesmos num
processo de contínua ressurreição. Como Paulo, dizemos “que trazemos em nosso
corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja manifestada em nosso
corpo” (2Cor 4,10).
Reconhecer-se pecador
O
tempo da Quaresma nos leva a entrar em nosso coração e encontrar os absurdos
que o pecado provoca em nós, como acontecia no templo que Jesus purificou. Por
isso rezamos na oração da missa: “Humilhados pela consciência da culpa, sejamos
confortados por vossa misericórdia”. A consciência do pecado é o maior dom. Com
ela sabemos nos colocar diante de Deus na humildade de quem se sabe pecador e
na humildade pede o perdão. Perdoados, aprendemos a perdoar. Cada Quaresma é um
passo a mais no caminho de Cristo para poder apresentá-lo ao mundo em sua Cruz
e em sua Ressurreição. Os mandamentos da lei de Deus são um caminho claro para
renovarmos nossas atitudes. Eles são uma luz: “O mandamento do Senhor é
brilhante, para os olhos é uma luz” (Sl 18)
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