Evangelho segundo S. João 1,47-51.
Naquele
tempo, Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse: «Eis um
verdadeiro israelita, em quem não há fingimento». Perguntou-lhe Natanael:
«De onde me conheces?». Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te chamasse, Eu
vi-te quando estavas debaixo da figueira». Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu
és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!». Jesus respondeu: «Porque te
disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas. Verás coisas maiores do que
estas». E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: Vereis o Céu aberto
e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022),
monge grego
«Os anjos nos céus veem constantemente a face de meu Pai» (Mt
18,10)
Eu Te dou graças, porque me concedeste a
vida,
e conhecer-Te e adorar-Te, meu Deus.
Porque «a vida, é
conhecer-te, a Ti, único Deus verdadeiro» (Jo 17,3),
Criador e Autor de
tudo,
não gerado, não criado, sem princípio, único,
e teu Filho, gerado
de Ti,
e o Espírito santíssimo, procedente de Ti,
a trina unidade digna
de todo o louvor. [...]
O que há nos anjos, nos arcanjos,
nas
dominações, nos querubins e nos serafins
e em todos os outros exércitos
celestes,
como glória ou como luz de imortalidade,
que alegria, que
esplendor de vida imaterial,
senão a única luz da Santíssima Trindade? [...]
Pensa num ser incorporal ou corpóreo,
e encontrarás que foi Deus que
tudo fez.
Se te falam de um ser qualquer, os do céu,
os da terra ou os
dos abismos,
para esses também, para todos,
não há senão uma única vida,
uma glória,
um desejo e um reino
uma única riqueza, alegria, coroa,
vitória, paz,
ou qualquer outro brilho; e consiste nisto:
no
conhecimento do Princípio e da Causa
de onde tudo veio, onde tudo teve a sua
origem.
Aí está quem mantém as coisas nas alturas e as coisas daqui de
baixo,
Aí está quem põe ordem em todos os seres espirituais,
Aí está
quem reina sobre todos os seres visíveis.
Eles cresceram em
conhecimento e redobraram o temor
ao verem Satanás cair
e os seus
companheiros arrebatados pela presunção.
Os que caíram esqueceram tudo isso,
escravos do seu orgulho;
enquanto todos os que conservaram o
conhecimento,
elevados pelo temor e pelo amor,
se uniram ao seu Senhor.
Assim, o reconhecimento do senhorio
produziu também o crescimento do seu
amor
porque viram melhor e mais claramente
o brilho fulgurante da
Trindade.