Evangelho segundo S. João 17,20-26.
Naquele
tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai santo, não peço somente por
eles, mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti, para que
também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que Tu Me enviaste. Eu
dei-lhes a glória que Tu Me deste, para que sejam um, como Nós somos um: Eu
neles e Tu em Mim, para que sejam consumados na unidade e o mundo reconheça que
Tu Me enviaste e que os amaste como a Mim. Pai, quero que onde Eu estou,
também estejam comigo os que Me deste, para que vejam a minha glória, a glória
que Me deste, por Me teres amado antes da criação do mundo. Pai justo, o
mundo não Te conheceu, mas Eu conheci-Te e estes reconheceram que Tu Me
enviaste. Dei-lhes a conhecer o teu nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o
amor com que Me amaste esteja neles e Eu esteja neles».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022),
monge grego
Ética
«De modo que sejam um, como nós somos um: Eu neles e Tu em
Mim»
O corpo da Igreja de Cristo, resultado
harmonioso da reunião dos seus santos desde a origem dos tempos, atinge a sua
constituição equilibrada e integral na união dos filhos de Deus, dos
primogénitos inscritos nos céus (cf Lc 10,20). [...] É o próprio Deus, nosso
Salvador, que revela o carácter indissolúvel e indivisível da união com Ele,
quando diz aos Apóstolos: «Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; e vós estais em
Mim e Eu estou em vós» (Jo 10,38; 14,20). E torna isto ainda mais claro,
acrescentando: «Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como
Nós somos um. Eu neles e Tu em Mim, para que eles cheguem à perfeição da
unidade.» E de novo: «A fim de que o amor com que Tu me amaste esteja neles e Eu
próprio esteja neles.» [...]
Oh, maravilha! Oh, indizível
condescendência de amor que Deus, o amigo dos homens (Sab 1,6), nos traz! Aquilo
que Ele é aos olhos de seu Pai, isso nos concede que sejamos a seus olhos, por
adopção e pela graça. [...] O Filho dá-nos, pela graça divina, a glória que o
Pai Lhe deu. Melhor ainda: do mesmo modo que Ele está no Pai e o Pai nele, assim
também o Filho de Deus estará em nós e nós no próprio Filho, se assim quisermos,
pela graça. Uma vez tornado semelhante a nós pela carne, Ele tornou-nos
participantes da sua divindade e incorpora-nos a todos nele. Aliás a divindade
na qual participamos por esta comunhão, não é divisível em partes separadas;
conclui-se necessariamente que, uma vez que nela participámos de verdade, somos
também nós inseparáveis deste Espírito único, formando um só corpo com Cristo.
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