sábado, 30 de maio de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - Segredos da felicidade

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
304.Oração do casal
            A espiritualidade matrimonial está unida ao coração de Cristo que ama sua Igreja e por ela reza ao Pai. Em sua missão de profeta a instrui, como pastor a conduz e como sacerdote une-a a Deus, o Pai. Cristo leva ao Pai o louvor de todo o povo, e dEle, nos traz a santificação. Santificação é a presença de Deus em nós. A liturgia é o primeiro lugar no qual se realiza o diálogo com Deus Pai. Cristo continua sua oração na oração de seus irmãos. Essa oração se estende às orações pessoais no segredo do coração. O casal, de modo todo especial, continua a oração de Cristo Esposo. Os cônjuges realizam de modo excelente a palavra de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles” (Mt 18,20). O matrimônio os faz unidos em Cristo, pois isso é oração. A primeira oração do casal é estarem unidos em Cristo pelo amor um ao outro. O amor se faz oração. Nesse amor surge o diálogo com Deus. Dialogar é conversar com Deus a respeito do cônjuge. A oração que nasce do amor, continua a doação de vida pelo outro, na súplica ou no agradecimento pelo cônjuge. O interesse pelo outro diante de Deus vai sustentar sua vida matrimonial. “Entre ele e ela o elo é Ele”. Essa oração feita juntos será forte elo de união e santificação. Rezar pelo outro é de grande responsabilidade e de grande caridade. É amar o outro em Deus. Assim faz Cristo por sua Igreja. Jesus reza: “Que eles sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). Essa oração os faz um espiritualmente para que sejam um só coração, uma só carne e um só amor.
305. Diálogo
            Do diálogo com Deus, pode-se passar ao diálogo entre si. Creio que jamais haverá um diálogo bom entre os dois, se não tiverem dialogado com Deus. Depois desse dialogo, seguramente poderão superar as dificuldades de um diálogo sobre a vida, os problemas, o futuro, os filhos, as dificuldades, os erros, as diferenças pessoais, os projetos, vida a muitos, e tanta coisa mais, mesmo o pecado que se cometem um contra o outro. É o momento de cada um não procurar a si, a suas razões, mas de procurarem juntos a direção. Na conversa (discussão) cada um procura defender a própria opinião buscando sobretudo acusar ou escusar-se. No diálogo divino e humano, a principal busca é entender e acolher para juntos se entenderem. O casal precisa conversar muito. Quando eram namorados passavam tanto tempo conversando. Depois que se casam acaba o namoro e a conversa, e às vezes o casamento. Uma de minhas sobrinhas, dormindo uma noite no quarto de seus tios disse-lhes depois: “Acho bonito vocês ficarem conversando durante a noite”. Esse diálogo é também fundamental na velhice. É o momento da memória agradecida, lembrando um ao outro as belezas da vida que viveram juntos. A velhice solitária deve ser muito dura.  E há!
306. Gostar da diferença
            O casamento é construído sobre a diferença de sexo, de tradição, formação, educação e tanta coisa mais. O diálogo é o aventureiro que procura ir conhecendo as preciosidades de cada um. É uma mútua educação que leva a construir a unidade e até serem como que iguais. Cada um é um mistério a ser descoberto, uma terra a ser conquistada. Quem não aceita a diferença, não pode se casar. Que maravilha é a diversidade. Os filhos são como os dedos das mãos: cada um de um jeito. São uma riqueza. Gostar da diferença é já sair de si, de seu egoísmo e individualismo. Colocar a própria diferença no modo de ser e viver enriquece e gera felicidade.  

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