sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

OS PROFETAS LÁ DE CASA

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Ouvindo Jesus dizer que nenhum profeta é bem aceito em casa, comecei a pensar. E de repente percebi quantos profetas havia e há em casa, na minha comunidade, no meu grupo de relacionamento. Relembrei tantas coisas que me diziam e dizem, e descobri sabedorias que antes nem tinha notado, como não notamos a beleza das coisas que nos cercam. Às vezes nem eram palavras, mas apenas gestos, olhares ou ações, por detrás das quais, se tivesse prestado atenção, poderia ter percebido a mão de Deus ou um aceno de seu olhar. E fiquei surpreso porque percebi que suas profecias não envelhecem com o tempo, mas são como as fruteiras que continuam, ano a ano, dando frutos mais doces. Cheguei à conclusão que mais vezes devo voltar ao passado, aos profetas que já chegaram, e não perder de vista os que ainda estão comigo no caminho.

TORCATO DE GUIMARÃES Bispo, Santo entre os séculos VII e VIII

Torcato nasceu no seio de uma família romana do nome de “Turquatus romanus”, que nesse longínquo tempo vivia em Guimarães, que alguns séculos mais tarde viria a ser a cidade berço do reino lusitano. Diz-se que desde a sua juventude deu mostras de grandes virtudes que o levaram a exercer funções de responsabilidade. Uma delas, que viria a ser deter-minante na sua vida, foi aquela de Arcipreste da Sé de Toledo, já então famosa. O seu comportamento neste cargo foi motivo de admiração e de respeito da parte dos grandes príncipes da Igreja de então que o nomearam Bispo de Iria Flávia, ou Padrão, diocese situada na actual Galiza. Para conseguir exercer o papel de bispo, rezou à Virgem Maria — da qual era muito devoto — e pediu-lhe que o ajudasse a ser um bom bispo e amigo dos pobres. A firmeza e a eloquência da sua doutrina e da sua sabedoria ressaltaram no XVI Concílio de Toledo, em 693, que o aclamou Arcebispo de Braga e pouco tempo depois do Porto e de Dume. A vida da região corria pelo melhor até que em 711 os árabes muçulmanos entrando pelo sul da península ibérica — comandados por Murça, general enviado por Tarik — começaram a conquistar aquelas terras, espalhando o culto a Alá e a Moamé em todas as regiões submetidas. Todavia Torcato não era homem facilmente influenciável, nem desprovido de audácia: o que para ele contava, não era a sua própria vida, mas a vida das “ovelhas” que o Senhor lhe confiara e a propagação do Evangelho. Claro que o que devia acontecer, aconteceu mesmo: o encontro entre os dois chefes: Torcato e Murça. O encontro entre o islamismo — representado por Murça — e o cristianismo — representado por Torcato — aconteceu perto de Guimarães. Murça encontrava-se ali com um numeroso e aguerrido exército, enquanto Torcato de nada mais se podia prevalecer, salvo a sua fé inquebrantável e alguns — há quem diga 27 — companheiros na fé. Muça, após ter ouvido um discurso do Arcebispo, desembainhou a espada e desferiu um golpe fatal sobre Torcato, fazendo o mesmo aos companheiros. Este facto parece ter-se passado em 26 de Fevereiro de 719, segundo os historiadores que se debruçaram sobre este acontecimento. O corpo do santo Arcebispo foi encontrado, algum tempo mais tarde, num bosque, junto a um regato. Ao ser retirado — segundo a tradição conservada até aos nossos dias —, do meio das silvas e do monte de pedras (exumação) brotou uma fonte caudalosa que ainda hoje se conserva, conhecida como Fonte de São Torcato. No local foi erigida uma capelinha em honra do santo, que se encontra hoje sepultado em câmara de vidro, no Santuário de São Torcato. Composto a partir de diversos documentos.

Santa Gianna Beretta Molla

Nasceu em Magenta perto de Milão em 4 de outubro de 1922. Gianna era a décima de 13 filhos e foi educada por pais piedosos que a ensinaram que a vida era um grande presente de Deus para ser abraçado com graça. Conseqüentemente ela tinha uma forte esperança na Providencia Divina e estava confiante no poder das preces. Como adolescente e como adulta ela foi membro da Sociedade São Vicente de Paulo e voluntária para trabalhar com os pobres e os idosos. Ao mesmo tempo ela diligentemente estudou e conseguiu se formar em medicina e cirurgia na Universidade de Pávia em 1949. No ano seguinte ela abriu uma clinica em Mesero perto de sua terra natal. Ela se especializou em pediatria na Universidade de Milão em 1952, e após ela deu especial atenção as mães, as crianças, aos idosos e aos pobres. Giana via a medicina como um meio de servir ao Criador, assim ela aumentou seu generoso serviço para a Ação Católica. Mas em oposição a maioria dos santos Gianna exibia uma verdadeira alegria para viver. Ela amava esquiar e o “trekking” nas montanhas. Alguns pensavam que tão boa cristã iria entrar para um convento, mas após varias reflexões ela viu que sua vocação era para o casamento e cooperando com Deus em “formar uma verdadeira família Cristã”. Em 24 de setembro de 1955, ela casou-se com Pietro Molla na Basílica de São Martinho em Magenta, e ela tornou-se uma feliz esposa. Gianna não era uma santa comum. Ela alegremente abraçou o casamento e balanceou as suas obrigações como mulher de carreira, esposa e mãe. Em novembro 1956 ela se tornou mãe de Pierluigi , em dezembro de 1957 de Mariolina, e em julho de 1959 de Laura. Em setembro de 1961, no segundo mês de gravidez ela descobriu que tinha um fibroma no útero. Era necessário uma cirurgia e ela estava, como médica, perfeitamente consciente dos riscos de continuar a sua gravidez mas ela pediu ao cirurgião para salvar o filho que ela carregava e deixou a si própria nas mãos de Deus. Ela passou os sete meses seguintes na alegria de seus afazeres de mãe e médica, mas contudo preocupada que o bebê em seu útero pudesse nascer com problemas e para prevenir isso, orou muito a Deus. Alguns dias antes da criança nascer, embora confiante na Divina Providencia, ela estava decidida a dar sua vida para salvar a da criança. “Se você precisar decidir entre eu e a criança escolha a criança insistiu ela ao seu médico”. Assim Gianna Emanuela nasceu na manhã de 21 de abril de 1962. Apesar de todos os esforços para salva-la, Santa Gianna veio a falecer uma semana depois, com horríveis dores. Mas ela sempre dizia : “Jesus, Jesus eu te amo, eu te amo” e veio a falecer exclamando esta frase no dia 28 de abril. Ela tinha apenas 39 anos de idade. Seu funeral foi ocasião de grande tristeza, fé e oração. O seu corpo está no cemitério de Mesero perto de Magenta. Ela foi beatificada em 24 de abril de 1994 e canonizada em 16 de maio de 2004 pelo Papa João Paulo II. Sua festa é celebrada no dia 28 de fevereiro.

ROMÃO DE CONDAT Ermita, Abade, Santo século V

São Romão, que viveu no século V e foi o primeiro eremita que existiu na França. Natural de Borgonha, entrou bem cedo no célebre e mais antigo mosteiro da França, Ainay. Tendo aprendido os princípios da vida religiosa, retirou-se para a solidão, num lugar chamado Condat, entre a Suíça e Borgonha, onde mais tarde se lhe associou o irmão, Lupicino. Algum tempo viveram juntos, entregues às práticas reli-giosas, quando começaram a experimentar imper-tinentes perseguições do demónio, que procurou as-sustá-los de mil modos. Bastante incomodados com as artimanhas do inimigo, retiraram-se daquele lu-gar, em demanda de um outro. Surpreendidos pela noite, hospedaram-se na choupana de uma pobre mulher. Esta, sabendo do motivo da fuga, disse-lhes: “Fizestes mal em ter abandonado a vossa casa. Se tivésseis lutado com mais coragem e pedido sossego a Deus, teríeis vencido as insídias do demónio”. Enver-gonhados com esta advertência, voltaram ao lugar de onde tinham saído e de facto nunca mais o demónio os incomodou. A fama dos dois santos homens chamou muita gente ao lugar onde estes moravam, uns para pedir conse-lho, oração e consolo, outros, a estes em maior nú-mero, para, sob sua direcção, levar uma vida em Deus. Santo Hilário tinha conferido a Romão as or-dens do sacerdócio. Junto com seu irmão Lupicino fundou três conventos: o de Condat, hoje São Cláu-dio (Saint Claude), o de Laucone e de la Baume. Ao redor deste último se agrupou a cidadezinha de Saint-Romain-de-Roche. Estes conventos gozavam de grande reputação na França, devido ao bom espírito, à vida santa que lá se levava. Romão era para todos o modelo de perfeição. Em certa ocasião fez uma romaria ao túmulo de S. Maurício e levou em sua companhia o monge Paládio. A noite os surpreendeu e tiveram de abrigar-se numa gruta, que servia de albergue a dois leprosos. Grande foi o espanto destes, ao avistarem os dois religiosos na pobre habitação. Romão, para convencê-los de que nada precisavam temer, abraçou-os e beijou-os com muito afecto. Quando, no dia seguinte, os romeiros se despediram dos pobres lázaros, Romão fez o sinal da cruz sobre eles e no mesmo momento a lepra os deixou. Este grande milagre aumentou ainda mais o grande conceito do Santo, em que o tinha todo o povo. Romão, porém muito aborreceu-se com as honras de que o fizeram alvo e retirou-se para o convento de S. Cláudio, onde morreu em odor de santidade.

EVANGELHO DO DIA 28 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.
Naquele tempo, Jesus pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, para além do Jordão. As multidões agruparam-se outra vez à volta dele, e outra vez as ensinava, como era seu costume. Aproximaram-se uns fariseus e perguntaram-lhe, para o experimentar, se era lícito ao marido divorciar-se da mulher. Ele respondeu-lhes: «Que vos ordenou Moisés?» Disseram: «Moisés mandou escrever um documento de repúdio e divorciar-se dela.» Jesus retorquiu: «Devido à dureza do vosso coração é que ele vos deixou esse preceito. Mas, desde o princípio da criação, Deus fê-los homem e mulher. 
Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e serão os dois um só. Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» De regresso a casa, de novo os discípulos o interrogaram acerca disto. Jesus disse: «Quem se divorciar da sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar do seu marido e casar com outro, comete adultério.» 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Beato João Paulo II (1920-2005), papa 
Audiência geral de 02/04/1980 (trad. Copyright © Libreria Editrice Vaticana) 

«Desde o principio da criação, Deus fê-los homem e mulher»
Pelo facto de o Verbo de Deus Se ter feito carne, o corpo entrou, eu diria, pela porta principal na teologia. […] A encarnação – e a redenção que dela provém – tornou-se também a fonte definitiva da sacramentalidade do matrimónio. […] Muitos homens e muitos cristãos procuram no matrimónio o cumprimento da sua vocação. Muitos querem encontrar nele o caminho da salvação e da santidade. 
Para eles é particularmente importante a resposta dada por Cristo aos fariseus, zeladores do Antigo Testamento. […] Com efeito, como é indispensável, no caminho desta vocação, a profunda consciência do significado do corpo, na sua masculinidade e feminilidade! Como é necessária uma consciência precisa do significado esponsal do corpo, do seu significado gerador – dado que tudo isto, que forma o conteúdo da vida dos esposos, deve encontrar constantemente a sua dimensão plena e pessoal na convivência, no comportamento e nos sentimentos! E isto ainda mais no contexto de uma civilização que permanece sobre a pressão de um modo de pensar e de julgar materialista e utilitário. […] 
Como é significativo que Cristo, na resposta a todas estas perguntas, ordene ao homem que retorne, de certo modo, ao início da sua história teológica! Ele ordena-lhe que se coloque no limite entre a inocência-felicidade original e a herança da primeira queda. Porventura não quererá dizer-lhe, deste modo, que o caminho por onde conduz o homem, varão e mulher, no Sacramento do Matrimónio, isto é, o caminho da «redenção do corpo», deve consistir em recuperar esta dignidade em que se realiza, simultaneamente, o verdadeiro significado do corpo humano, o seu significado pessoal e «de comunhão»? 

A COMUNIDADE E A SALADA DE FRUTAS

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
O que é uma comunidade? Respondo fazendo uma comparação: Seria como uma laranjeira? 
- Mas, cada laranja cuida de si, e o sol de todas. 
- Ou como uma fruteira sortida de maçãs, pêras, mangas, laranjas, etc.? 
- Ainda não, porque estão apenas justapostas. 
- Como um suco de frutas batido no liquidificador? 
- Também não, porque ao bater, cada um perdeu sua identidade, sua individualidade.
- Como uma salada de frutas? 
- Agora sim, pelos seguintes motivos: Cada qual se beneficia com o sabor da outra sem perder sua identidade. E tem mais.

Palavra de vida:  Comunidade é partilha de dons e qualidades, sem que seus membros percam a própria individualidade. Na comunidade cada um é picado, i.é, renuncia à própria vontade em favor do bem comum. Na comunidade tudo deve ser adoçado com o açúcar do amor. “O corpo não é formado por um só membro, mas por muitos” (1Cor 12,14)

XIII. PSICOLOGIA: QUANTAS HORAS DEVO DORMIR?

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Depende do seu biotipo, i.é, da constituição física e psíquica. Há grandes dorminhocos, como há grandes comilões. A tendência atual é aumentar as horas de sono por causa dos inúmeros lazeres noturnos.Vitor Hugo, mesmo quando jovem, depois de algumas horas de sono, trabalhava o resto da noite. O tempo de sono não costuma diminuir com a idade. Um idoso sadio dorme como uma pessoa adulta. As mulheres dormem menos, já por causa de sua constituição. Os que dizem que não “dormiram nada esta noite”, ou que ouviram o relógio bater todas as horas, exageram. Quase sempre dormiram o suficiente. Os insones verdadeiros têm o semblante cansado e tristonho. Se você está despertando naturalmente, é porque dormiu o suficiente. (Continua)

28 DE FEVEREIRO – CAPELÃO MILITAR E APÓSTOLO

Daniel Brottier (1876-1936) nasceu na França, ingressou na Congregação do Espírito Santo (Espiritanos) e trabalhou na Áfricaalt durante sete anos. Ficou doente e precisou voltar. Durante a 1ª Guerra Mundial alistou-se voluntariamente como capelão militar. Transportou os feridos, assistiu os moribundos, desafiou os perigos e ganhou várias medalhas.- Fundou a “União Nacional dos ex-combatentes” que chegou a congregar dois milhões de associados. Dirigiu durante vários anos uma obra de assistência à juventude abandonada, chegando a ter 1400 inscritos. Nessa obra eles aprendiam de tudo, desde a formação moral até o artesanato. - Foi muito dinâmico. “Parecia ter duas almas” disse uma testemunha que trabalhou com ele. Mas soube unir a ação com a contemplação. Antes de se lançar ao trabalho, enchia-se de Deus na oração. 

PADRES QUE DERAM A VIDA PELO PRÓXIMO 
Certa vez um padre salvou a mãe e duas crianças do incêndio e morreu em conseqüência das queimaduras. Suas últimas palavras: 
-Morro queimado. É horrível. Só uma coisa lhes peço: Amem a Deus! 
Maximiliano Kolbe ofereceu-se para morrer de fome e de sede no lugar de um condenado. 
Pe. Carlos Gnochi, o anjo das crianças, deu seus olhos (ainda quando vivia) para um ceguinho. 
São José Damião de Veuster, é chamado o anjo dos leprosos de Molokai. 
Pe. Edmundo, foi o anjo dos presos. 
Pe. Flanagan, fundou as "cidades dos meninos".
Pe. Pierre, é o protetor dos sem teto. 
No Vietcong, dois missionários foram mortos a bala quando transportavam o sacrário com as hóstias consagradas para um lugar seguro.
Num naufrágio na II guerra mundial, um padre deu seu salva-vidas a um pai de família e morreu no lugar dele.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Encarnação do Filho de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Deus conosco, Emanuel!
No Natal celebramos o nascimento de Jesus. O profeta Isaias já proclamara que o Menino seria chamado Emanuel, que significa, Deus conosco (Is 7,14). É o mistério da encarnação do Filho de Deus. Parece pouca coisa dizer estas palavras que são um mistério profundo que atiça nossa vida. Falamos facilmente: nascimento de Jesus em Belém! Deus se faz Criança! Vemos a beleza do presépio e ficamos extasiados com a magia da celebração do Natal. Mas é preciso ir mais longe e penetrar um pouco mais o que significa a presença de Deus no mundo, não como Senhor ou ser espiritual que tudo penetra, mas presença como pessoa humana. O Filho assumiu a condição humana até o extremo da morte e sepultura. Não basta admirar o Natal, é preciso acolher Deus que  se fez homem no meio de nós. Acolher significa aceitar o jeito que Deus vem a nós, com todas as conseqüências. Isso é forte. Mas quais são estas conseqüências? O Filho vem manifestar a glória do Pai. “Ele é a imagem do Deus invisível” (Col 1,15). Manifesta a glória de Deus na carne, pois o “Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Carne para João é a realidade humana com tudo o que ela significa de belo e de frágil. A glória de Deus é justamente esta aproximação que comunica a vida. Nós vemos glória como esplendor, Deus a vê como amor de comunhão. Assim, o Deus conosco é comunhão estabelecida pelo Filho.
Admirável comércio.
Há uma oração na liturgia do dia de Natal que diz: “Ó Admirável comércio: Damos nossa humanidade a Deus e Ele nos dá a divindade”. Que humanidade damos? A nossa. Como era Jesus? Do jeito que somos nós. Nós temos medo de aceitar a fé em Jesus homem, próximo, real. Preferimos Jesus Deus, distante, glorioso, poderoso, cheio de glória em um trono de julgamento. Só queremos ver o Jesus divino. Quando falamos de Jesus crucificado, não vemos nEle o Homem-Deus que sofre as nossas dores, mas somente as dores que nos comovem. Onde está o homem Jesus de Nazaré que fez parte de uma família e de um povo, de um tempo muito definido da história e de um modo de ser extremamente real. Ele é o da glória, mas também o da história, gente como nós.
Admirável diálogo divino-humano
Quando falamos de encarnação, nós nos esquecemos de que quem se encarnou foi o Verbo eterno, a Palavra. Podemos perceber, assim, que Deus veio mesmo foi para conversar. Ele quer estabelecer o diálogo. O diálogo se faz com o mútuo acolhimento. Estar distante deste Jesus não exige o compromisso do acolhimento, de deixar que entre em nossa vida e seja nosso companheiro de caminho. Como Ele é irmão, vai exigir que sejamos irmãos dEle e dos outros. Vamos ter que caminhar em seus caminhos de humildade, simplicidade e doação até à morte. Quem sabe por isso seja melhor um Natal bonito e distante, mas não real. A todos os que o acolheram Ele deu graça sobre graça (Jo 1,16). Quem sabe seja por não acolher Jesus do jeito que ele quer que nossa vida cristã seja tão sem graça.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE FEVEREIRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 ─ Sexta-feira ─ Santos Justo, Romão, Serapião

Evangelho (Mc 10,1-12) “Desde o início da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe, e os dois serão uma só carne.”

Homem e mulher, diferentes para ser auxílio mútuo, graça de Deus um para o outro, de diversas formas. Como na aliança de vida conjugal, que nasce do amor e deve levar a amor maior. Amor que é dom divino gratuito, e que, para ser dom que satisfaça, tem de ser para sempre. Não como imposição ou peso, mas como libertação da volubilidade e início do amor que só é amor se eterno.

Oração

Senhor, eu vos bendigo por nos ter criado homens e mulheres, na diversidade enriquecedora que nos possibilita ser imagem vossa. Ensinai-nos a viver intensamente essa igualdade diferente no amor fraterno ou no amor conjugal. Ajudai-nos a crescer no respeito e na admiração mútua para que, a uma só voz, façamos subir até vós a adoração e o louvor de todas as vossas criaturas. Amém.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

LEANDRO DE SEVILHA Bispo, Santo + 600

Nasceu em Cartagena este grande Bispo da Espanha, defensor impertérrito dos interesses da Igreja. Como ele, foram canonizados seus irmãos Fulgêncio e Isidoro e sua irmã Florentina. Já na mocidade gozava Leandro S. Leandro de Sevilha, Bispofama de grande sábio. Este renome ainda cresceu com a entrada para a Ordem de S. Bento, em Hispalis. Cumpridor consciencioso de todos os deveres, em pouco tempo Leandro se tornou modelo de religioso perfeito. Morto o Bispo de Sevilha, foi ele eleito sucessor do mesmo. Reinava naquele tempo Leovegildo, fautor e protector da seita ariana, e inimigo dos católicos. Foi sempre a maior diligência de S. Leandro confirmar na fé os católicos e chamar os hereges ao aprisco do Bom Pastor. Grande consolação trouxe-lhe a conversão do príncipe real mais velho, Hermenegildo, que mais tarde, em testemunho da fé, sofreu o martírio. Os resultados estupendos que teve, na propaganda entre os hereges, mereceram-lhe o ódio profundo dos arianos, os quais, por diversas vezes tentaram matá-lo; se não conseguiram seu intento, foi por uma protecção divina visível. Sempre alcançaram do rei, amigo e fautor da seita, que Leandro e o irmão Fulgêncio fossem desterrados do reino. Assim tiraram ao Bispo a possibilidade de trabalhar pessoalmente na diocese. Do desterro, porém, dirigia pastorais aos diocesanos, escrevia contra os arianos, desfazendo-lhes as doutrinas erróneas e refutando-lhes as sofísticas objecções. Decorrido algum tempo, Leandro foi repatriado. O rei., vendo os milagres estupendos que se realizavam no túmulo de seu filho Hermenegildo, arrependeu-se do que tinha feito e estando para entregar a alma a Deus, recomendou ao segundo filho, Recaredo, respeito e obediência ao santo Bispo Leandro. Fez mais: Pediu a este pessoalmente que se interessasse pelos filhos e os instruísse nas verdades da religião. São Gregório Magno escreve que Leovegildo, apesar de ter reconhecido a verdade da religião Católica, não teve coragem nem na hora da morte, de fazer profissão desta mesma fé, receando provocar assim uma sublevação dos arianos. Recaredo converteu-se ao cristianismo, fez valer sua influência, no sentido de reconduzir também os súbditos à Igreja-Mãe. A pedido de Leandro, o Papa Gregório Magno convocou um Concílio, no qual se fez representar pelo Bispo de Sevilha. Os trabalhos deste Concílio foram coroados de brilhante êxito. Numerosos súbditos, leigos e clérigos, seguiram o exemplo do soberano e entraram no grémio da Igreja Católica. Reconhecendo e aplaudindo o zelo apostólico de Leandro, a história conferiu-lhe mui merecidamente o título de “Apóstolo dos Godos”, sendo principalmente devido aos seus esforços, que estes povos foram arrebatados aos erros do heresiarca Ário. Gregório Magno, numa carta autógrafa a Leandro, deu expansão ao seu grande contentamento, pelo fato inesperado da conversão do povo, mas principalmente do rei. A este fez ver a necessidade da concordância que deve haver, entre as regras da religião e da vida prática. Grande era a veneração que São Gregório dedicava a São Leandro. Testemunham esta veneração as numerosas cartas que lhe dirigiu, e nas quais se recomendava às orações do santo Bispo. O Papa, sabendo que Leandro sofria de gota, escreveu-lhe o seguinte: “Como soube, Vossa Excelência é bastante martirizado pela gota. É o mesmo mal que me acompanha. Que havemos de fazer nas nossas dores, senão lembrarmo-nos dos nossos pecados e agradecer ao bom Deus? Pelas dores na carne seremos purificados dos pecados cometidos pela carne. Cuidemos, pois, que não aconteça passarmos deste sofrimento a outros tormentos ainda maiores”. Esta carta foi um consolo para Leandro, nos seus sofrimentos. Sentindo-se melhor, entregou-se de novo aos trabalhos apostólicos, ensinando os ignorantes, visitando os doentes, consolando e socorrendo os necessitados. Aos ricos recomendava a prática da caridade e aos pobres exortava para que tivessem paciência com a sorte que Deus lhes dera. Interesse particular dispensava aos convertidos; estes, por sua vez, o amavam como a um pai. Se antes da conversão lhe tinham amargurado a vida, pela rebeldia e o ódio, agora lhe prestavam filial respeito e obediência. Leandro pregava quase diariamente. Homem de oração, implantava nos corações de outros, particularmente nos dos religiosos, o amor à oração. Numa carta à irmã Florentina se encontram os mais belos e sábios ensinamentos sobre este assunto, como também sobre o desprezo do mundo. Após uma vida cheia de trabalhos, fadigas, dores e merecimentos, Deus chamou seu fiel servo ao eterno descanso. Leandro, contava 80 anos, quando, em 600, se despediu deste mundo. O corpo do Santo foi entregue na Igreja das Santas Justina e Rufina. http://www.paginaoriente.com/

GREGÓRIO DE NAREK Religioso, Santo ca. 951-1003

S. Gregório de Narez nasceu provavelmente em 951, no seio de uma família toda ela entregue ao serviço da Igreja da Arménia. Seu pai, o Bispo Khosrow escreveu diversos livros sobre teologia. Seu tio materno dirigiu durante anos o Mosteiro de Narek, situado a sul do lago de Van. Ali também Gregório irá passar a maior parte da sua vida, onde também ensinou e onde morreu, por volta de 1003. Foi teólogo, poeta e filósofo. Pelo fim da sua vida, este grande místico escreveu em língua arménia clássica um poema intitulado Livro das Lamentações, obra-prima da poesia arménia medieval. Para o fazer, o mestre tinha ido buscar a língua litúrgica e deu-lhe uma nova forma, remodelada e simplificada. Redigiu também odes a Maria, cânticos e panegíricos. A sua influência marcou os mais importantes poetas da literatura arménia e a sua obra é considerada um dos cumes da literatura universal.

GABRIEL DE N. S. DAS DORES Seminarista passionista, Santo 1838-1862

Gabriel de Nossa Senhora das Dores, a quem Leão XIII chamava o São Luís Gonzaga de nossos dias, nasceu em Assis a 1 de Março de 1838, filho de Sante Possenti di Terni e Inês Frisciotti. No mesmo dia que viu a luz do mundo, recebeu a graça do baptismo, na mesma pia, em que foi baptizado o grande patriarca S. Francisco, na Igreja de S. Rufino. O pai do Santo, já com vinte e dois anos era governador da cidade de Urbânia, cargo que sucessivamente veio a ocupar em S. Ginésio, Corinaldo, Cingoli e Assis. Como um dos magistrados dos Estados Pontifícios, gozava de grande estima do Papa Pio IX e Leão XIII honrava-o com sua sincera amizade. A mãe era de nobre família de Civitanova d’Ancona. Estes dois cônjuges apresentavam modelos de esposos cristãos, vivendo no santo temor de Deus, unidos no vínculo de respeito e amor fidelíssimo, que só a morte era capaz de solver. Deus abençoou esta santa união com treze filhos, dos quais Gabriel era o undécimo. Este, no baptismo recebeu nome de Francisco, em homenagem a seu avô e ao Seráfico de Assis. Dando testemunho da educação que recebiam na família, no Processo da beatificação do Servo de Deus, os seus irmãos declararam: “Nós fomos educados com o máximo cuidado, no que diz respeito à piedade e à instrução. Nossa mãe era piedosíssima e nos educou segundo as máximas da nossa santa Religião”. Nos braços, sobre os joelhos de uma mãe profundamente religiosa o pequeno Francisco aprendeu os rudimentos da vida cristã e pronunciar os santos nomes de Jesus e Maria.

MARIA DE JESUS DELUIL MARTINY Religiosa, Fundadora, Beata 1841-1884

Filha de um brilhante advogado e excelente católico, sua mãe era uma digna sobrinha bisneta da Venerável Ana Madalena Remuzat, a visitandina que durante a peste de 1720 havia conseguido que Marselha se consagrasse ao Coração de Jesus. Assim, a devoção ao Sagrado Coração era considerada "património familiar". Maria nasceu em Marselha a 28 de maio de 1841. Foi educada pelos pais e pelas religiosas da Visitação. Um dia as Irmãs contam suas travessuras ao Mons. de Mazenod, fundador dos Oblatos de Maria Ima-culada (canonizado em 1995), que lhes responde: "Não se inquietem, são coisas de menina; verão que um dia será a Santa Maria de Marselha". Em 1848, após vários distúrbios, o rei Luís Felipe abdica. As ruas tranquilas de Marselha, cidade cheia de recordações de São Lázaro, Santa Marta e Santa Maria Madalena, foram invadidas pelo ódio revolu-cionário. Maria tinha apenas 7 anos. Aproveitando-se da distracção momentânea dos adultos, sai de casa para ver de perto o que está acontecendo. Chega até as barricadas feitas pelos soldados. Sem medo, aproxima-se e observa tudo com interesse. Alguns soldados a ignoram, outros sorriem diante de sua inocente e viva curiosidade. Um a toma pela mão e a reconduz a casa. Estes episódios da infância nos revelam muito da personalidade desta Beata. Vivaz, brilhante, cultís-sima e muito a par das coisas da sociedade e da his-tória. Aos 16 anos, prossegue sua formação em Lyon com as religiosas do Sagrado Coração, fundadas por Santa Sofia Barat. Terminados os estudos superiores em 1858, fez exercícios espirituais e consultou São João Batista Vianney, o Santo Cura d’Ars, sobre a própria vocação. O Santo respondeu-lhe: “Minha filha, antes de a conheceres, terás de rezar muitos Veni, Sancte Spiritus (Vem, Espírito Santo). Sim, serás toda de Deus, mas deverás esperar longamente no mundo”. De fato, aguardou durante anos a inspiração do que Deus queria dela. Embora ainda vivendo com a sua família, ocupando-se de seus pais, pratica as obras de apostolado, coloca-se a serviço dos pobres, ajuda os sacerdotes e as missões. Mons. Comboni, em sua viagem à França, teve a ajuda da jovem Maria. Em 1864, providencialmente cai em suas mãos um folheto procedente da Visitação de Bourg-en-Bresse intitulado: Guarda de honra do Sagrado Coração: finalidade da obra. A jovem lê e relê essas linhas que parecem dirigidas a sua alma de fogo. A 7 de fevereiro escreve ao Mosteiro solicitando ser inscrita na Guarda de honra e oferecendo-se, cheia de entusiasmo, para trabalhar pela obra. Inicia-se então uma ativa correspondência entre a Irmã Maria do Sagrado Coração e a "pequena Maria", como a chama carinhosamente a fundadora. Maria consegue seu primeiro êxito fazendo chegar a Guarda de Honra até Santa Sofia Barat, que se inscreve com todas suas religiosas. No dia 5 de junho do mesmo ano, o Cardeal de Villecourt consagra solenemente a nova igreja de Na. Sra. da Guarda, em Marselha. É uma cerimónia impressionante a qual assiste também o Cardeal Pitra e grande número de bispos franceses. Maria consegue que os dois cardeais e 20 bispos se inscrevam na Guarda de Honra. Graças à direcção espiritual do Padre Calage, ela vai pouco a pouco conhecendo a sua vocação. O Bem-aventurado Papa Pio IX e o Cardeal Dechamps, Arcebispo de Malines-Bruxelas, se interessaram por ela. Este último a define como “a Santa Teresa d’Ávila do nosso século”. Finalmente, a 20 de junho de 1873, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, com algumas amigas, funda o Instituto das Filhas do Coração de Jesus, cuja finalidade é dedicar-se, na clausura, à adoração da Eucaristia, à oração e à imolação pela conversão do mundo distante de Deus, reparação pelos sacrilégios e pela santificação dos sacerdotes. O centro é Jesus Eucarístico oferecido ao Pai em todos os altares do mundo, presente no Tabernáculo, adorado noite e dia, vivido na intimidade da graça santificante e da caridade. O seu modelo, como ela mesma explica, é Nossa Senhora. Seguiram-se breves e densos anos. Muitas jovens acorreram e Madre Maria de Jesus – nome que adoptou quando se tornou religiosa – funda mais dois mosteiros: Aix-en-Provence e La Servianne, perto de Marselha, numa propriedade herdada de sua mãe. Madre Maria cresce na intimidade com Jesus, educa as suas “filhas” nessa intimidade com Ele e na doação total. As suas “filhas” a amam como a uma mãe. No mês de abril de 1882 é obrigada a fechar o mosteiro de Aix-en-Provence devido à ameaça de perseguição por parte do governo francês. As religiosas são acolhidas parte em Berchem, parte em La Servianne. Madre Maria de Jesus escreve: “Legalmente, eles não têm nenhum poder sobre nós na La Servianne: estou na minha casa, na propriedade da minha família por quatro gerações e nenhum tribunal pode me mandar sair daqui. Mas, em nome da revolução, com o motim, os infames poderão quanto Deus permitir. Não haverá regras que os detenham. Quanto a nós, permaneçamos muito tranquilas...”. Madre Maria de Jesus é uma religiosa, uma contemplativa, mas não vive nas nuvens, fora do mundo. Nem é ignorante ou ingénua. A família e o ambiente do qual provém lhe abriram os olhos a tudo. Assim, o quadro que traça nesta carta de 8 de dezembro de 1882 é completo, a visão da História do mundo é lúcida, com um conhecimento claro de quanto gera na sociedade a rebelião contra Cristo e a Sua Igreja. Na segunda parte da carta, ela escreve: "Ao ver o triunfo do erro, a aparente legalidade com que se quer legitimar tanto mal, deveríamos nos desesperar do presente e do futuro? Não, irmãs, nunca! Jesus venceu satanás e o mundo! A Jesus Cristo pertence todo poder; ao ouvir o seu Nome todos os joelhos se dobram, inclusive nos abismos. As nações Lhe foram dadas em herança. Enquanto Ele permite que o monstro infernal se agite aos seus pés em fugazes e falsos sucessos, Ele vence e triunfa, os Anjos já cantam a Sua vitória definitiva. As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja fundada por Ele. O triunfo final não é para aqueles que trazem as insígnias do dragão, mas para nós que levamos o nome de Jesus Cristo sobre nossas frontes e o Seu amor em nossos corações!" "A Igreja prossegue de luta em luta, de conquista em conquista, até a eternidade bendita. Engana-se quem quisesse, no momento presente, julgar o conjunto das coisas. Nós temos a promessa e a certeza da vida eterna e, aquilo que conforta: Deus triunfa tão mais grandiosamente quanto mais a nós custa a vitória..." "A nossa tarefa é lavrar a terra, trabalhar removendo penosamente o terreno! Outros colherão a seara... Mas esta, fecunda e copiosa, será colocada certamente no celeiro do Pai celeste... Modestas operárias desta grande obra, trabalhemos no silêncio e na esperança. Rezemos - é a condição para o sucesso; reparemos, porque a dor suprema é a de ver Deus ultrajado e blasfemado; soframos, lutemos, morramos, se for preciso, certas de que lá no alto a Providência vela, a Omnipotência de Deus nos assiste e tornar-se-á vitoriosa..." "Nós somos da estirpe de Maria Santíssima, a qual Deus mesmo pôs na inimizade perpétua com a raça de satanás, estirpe à qual Ele dá a vitória por meio de Jesus Cristo, sem, entretanto, eximi-la da fadiga, nem privá-la da honra e do mérito da luta". Madre Maria de Jesus teve que vencer não poucas dificuldades até ver o seu Instituto aprovado. Governou-o apenas durante dez anos, porque no dia 27 de fevereiro de 1884 foi barbaramente assassinada por um jardineiro que havia sido despedido do Convento La Servianne por sua preguiça e desleixo. Ele era ligado a grupos anarquistas e nela o assassino descarregou o seu ódio à Fé. Suas últimas palavras são: "Eu o perdoo! Pela Obra!" Ela se tornou virgem e mártir como sempre havia desejado. A 22 de outubro de 1989 foi solenemente beatificada pelo Papa João Paulo II em Roma. Fonte : http://heroinasdacristandade.blogspot.com/

MARIA CARIDADE BRADER Religiosa, Fundadora, Beata 1860-1943

Maria Caridade Brader é também conhecida como Maria Josafá Carolina Brader, Madre Caritas, Maria Caridade do Amor do Espírito Santo. Nasceu em 14 de agosto de 1860 em Kaltbrunn, Suí-ça como Maria Josafa Carolina Brader. Filha única de José Sebastião Brader e Maria Anna Carolina Zahner. Educada em uma família piedosa, ela era conhecida como uma menina muito inteli-gente e recebeu a melhor educação que os seus pais podiam dar. Seus pais tinham grandes planos para o seu futuro, mas em vez de continuar os estudos ela sentiu um forte chamado para a vida religiosa e en-trou para o convento franciscano em Maria Jilf, Als-tatten em 1º de Outubro de 1880, tomando o nome de Maria da Caridade do Amor de Espírito Santo, e fez seus votos definitivos em 22 de Agosto de 1882. Ela foi inicialmente designada como professora. Quando foi possível para as irmãs em clausura se tornarem missionárias, irmã Caritas, como era co-nhecida, foi voluntária com outras 5 irmãs para tra-balhar em Clone, no Equador em 1888. Ela trabalhou durante 6 anos como professora e ca-tequista das crianças. Em 1893 foi transferida para Túquerres, Colombia onde as condições eram muito difíceis, mas ela superou todos as dificuldades em breve estava ensinando a fé aos pobres e desam-parados. Ela fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada em Tuquerres, Colômbia em 31 de Março de 1893. Inicialmente composta de jovens irmãs com inclinação para o trabalho missionário elas foram em breve recebendo moças do local e outras mulheres Colombianas. Caritas serviu como Superiora Geral da Congregação de 1893 até 1919 e de novo de 1928 a 1940. As Irmãs enfatizavam a boa educação, com muitas preces e uma vida austera. Elas receberam a aprovação papal para a Congregação em 1993 e hoje elas estão nos na América Central, América do Sul, México, Suíça, Mali, Roménia e Estados Unidos. Caritas faleceu em 27 de fevereiro de 1943 em Pasto Colômbia e o seu tumulo logo se tornou um local de peregrinação e de devoção popular e vários milagres foram assinalados junto da sua campa a e alguns creditados à sua intercessão. Foi declarada Venerável em 29 de junho de 1999, e beatificada em 23 de março de 2003 pelo Papa João Paulo II.

EVANGELHO DO DIA 27 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo S. Marcos 9,41-50.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus díscípulos:  «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.» «E se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele atarem-lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos, e lançarem-no ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de queda, corta-a; mais vale entrares mutilado na vida, do que, com as duas mãos, ires para a Geena, para o fogo que não se apaga, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. Se o teu pé é para ti ocasião de queda, corta-o; mais vale entrares coxo na vida, do que, com os dois pés, seres lançado à Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de queda, arranca-o; mais vale entrares com um só no Reino de Deus, do que, com os dois olhos, seres lançado à Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. Todos serão salgados com fogo. O sal é coisa boa; mas, se o sal ficar insosso, com que haveis de o temperar? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.» 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Papa Francisco 
Audiência geral de 12/6/2013 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana) 
«Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros»
Qual é a lei do Povo de Deus? É a lei do amor, amor a Deus e amor ao próximo, segundo o mandamento novo que o Senhor nos deixou (cf Jo 13,34 [Mt 22,37-40]) […], o reconhecimento de Deus como único Senhor da vida e, ao mesmo tempo, o acolhimento do outro como verdadeiro irmão, superando divisões, rivalidades, incompreensões e egoísmos; são dois elementos que caminham juntos. […] 
Que missão tem este povo? A missão de levar ao mundo a esperança e a salvação de Deus: ser sinal do amor de Deus que chama todos à amizade com Ele; ser fermento que faz levedar toda a massa, sal que dá sabor e que preserva da corrupção, ser luz que ilumina. Ao nosso redor, […] a presença do mal existe, […] o Diabo age. Mas gostaria de dizer em voz alta: Deus é mais forte! […] Porque Ele é o Senhor, o único Senhor! E gostaria de acrescentar também que a realidade às vezes obscura, marcada pelo mal, pode mudar, se formos os primeiros a transmitir a luz do Evangelho, principalmente através da nossa própria vida. […] 
Estimados irmãos e irmãs, ser Igreja, ser Povo de Deus, segundo o grande desígnio de amor do Pai, quer dizer ser o fermento de Deus nesta nossa humanidade, significa anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de respostas que animem, que infundam esperança e que dêem um vigor renovado ao caminho. A Igreja seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada qual possa sentir-se acolhido, amado, perdoado e encorajado a viver em conformidade com a vida boa do Evangelho. E para fazer com que o outro se sinta acolhido, amado, perdoado e encorajado, a Igreja deve manter as suas portas abertas, a fim de que todos possam entrar. E nós temos de sair através de tais portas e anunciar o Evangelho

CARTA AO MENINO JESUS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Juquinha mandou uma carta ao Menino Jesus por ocasião do Natal, mais ou menos, nestes termos: 
“Querido Menino Jesus! Minha mãe está doente. Não peço presente, mas dinheiro para comprar remédios para ela. Você pode mandar-me 100,00? Um beijo e um abraço”. 
Os funcionários não acharam esse endereço nas listas oficiais. Por isso resolveram abrir e ler a carta. Sensibilizados com a simplicidade da criança, fizeram uma vaquinha, conseguiram 50,00 e mandaram para o Juquinha. Passado algum tempo chegou outra carta. Desta vez estava assinada pelo pai do menino. E dizia assim: 
“O Juquinha agradece o presente de 50,00. Mas peço outro favor. Na próxima vez que mandar dinheiro, entregue-nos pessoalmente porque o pessoal do Correio ficou com a metade”. Palavra de vida: Não julgueis para não serdes julgados (Mt 7,1).

27 DE FEVEREIRO - GOSTAVA DE FESTAS, ATÉ QUE UM DIA...

O jovem Gabriel (1838-1862), órfão de mãe aos quatro anos, foi educado no amor à oração e ao estudo. Mas gostava de vestir-se bem, de ler romances, de dançar e festar. Era a atraçãp da juventuda feminina por causa de sua bela aparência física. Contudo, não deixava de ser um rapaz caridoso, estimado por todos. Numa palavra, um bom companheiro. - Sentiu-se chamado para o convento, mas faltava o “empurrão” de Deus, o golpe final da Graça. Este veio quando perdeu sua irmã de quem tanto gostava. Aos 18 anos, desiludido das vaidades, entrou numa procissão onde iam levando a imagem de Nossa Senhora. Pareceu-lhe ouvir uma voz serena, a voz da virgem Maria, dizendo que aquele mundo não era para ele. Ingressou na Congregação dos Padres Passionistas. Mudou de nome. De Francisco que era, pois nasceu em Assis terra de São Francisco, passou a chamar-se Gabriel da Virgem Dolorosa. Sempre teve saúde fraca. Morreu tuberculoso antes de se ordenar padre, com com apenas 24 anos.- Que ele proteja nossa juventude. Amém
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Advento, vinda do Senhor”.

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Tempo do Advento.
O Advento é a segunda parte importante do ano litúrgico. A primeira é a Páscoa com a quaresma e o tempo pascal. O tempo do Natal repete o esquema da preparação, quatro semanas; e após o Natal se celebra a riqueza do mistério da Vinda de Jesus na forma de simples criança. O tempo do Advento celebra a vinda do Senhor. Celebramos em primeiro lugar a segunda vinda na glória e depois do dia 17.12 celebramos a primeira vinda na carne, seu nascimento em Belém. A primeira vinda foi na humildade da estrebaria de Belém, quando veio à luz a luz do mundo. A segunda vinda será na glória do rei eterno. É dela que trata este primeiro domingo do Advento. Esperando a vinda gloriosa, presente já nos sinais dos tempos, fazemos memória da vinda na carne.
Nossa libertação está próxima.
Quando falamos de vinda nas nuvens, fins dos tempos, sinais nos céus, podemos até ficar preocupados diante do horror que nos é apresentado por João no Apocalipse e pelo próprio Jesus. Mas nós nos esquecemos das palavras de Jesus: “Quanto virdes estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque vossa libertação está próxima” (Lc 21,28). O furor do fim pode ser grande, mas a segurança está em ter vivido na fé em Jesus que veio na fragilidade da carne humana. O fim será uma libertação, uma recompensa, uma entrada nossa na posse definitiva do que sempre escolhemos para nossa vida e carregamos com carinho em nosso dia a dia: Jesus.
Perigo dos males do coração.
Quando temos problema de coração, tomamos todos cuidados necessários. Para estar com o coração preparado para o fim, temos que tomar devidos cuidados, como aconselhou Jesus: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, embriagues e das preocupações da vida, para que aquele dia não caia de repente sobre vós” (Lc 21.34). Mais ainda, é necessária a oração permanente para poder escapar: “Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo que deve acontecer e ficardes de pé diante do Filho do Homem” (Lc 21.36). Para os que crêem, o perigo está em viver como os que não vivem dignamente. A espera da vinda é feita na simplicidade da vida coerente com a fé.
Vem, Senhor Jesus.

Em cada celebração eucarística fazemos sempre esta prece ardente “Vem, Senhor, Jesus!” Por que não temos medo de sua vinda? Porque temos a segurança da vida no amor, como diz Paulo aos tessalonicenses (1 Ts 3.12-4,2): “O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais (...) que Ele confirme vossos corações numa santidade sem defeitos aos olhos de Deus no dia da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os santos. Vivendo bem, estamos prontos para a segunda vinda e assim nos dispomos a sua vinda no dia de Natal. Vivemos esta verdade acolhendo-O como nosso irmão e Filho amado do Pai.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 27 DE FEVEREIRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
27 ─ Quinta-feira ─ Santos Leandro de Sevilha, Valdomiro

Evangelho (Mc 9,41-50) “Eu vos garanto: quem vos der um copo de água porque sois de Cristo, não ficará sem receber sua recompensa.”

Sempre nos lembramos que tudo quanto fazemos por um irmão estamos fazendo por Cristo. Não devo esquecer que tudo quanto alguém fizer por mim, o está fazendo por Cristo. Isso quer dizer que, quando digo “Deus lhe pague”, não estou usando uma simples forma de agradecimento. Devo fazer disso uma oração: de louvor a Deus que inspira tanta bondade e de bênção para meu irmão.

Oração

Senhor, hoje vos quero louvar e bendizer por tanta gente boa que colocais ao meu redor. São tantos os que me ajudam de todos os modos. Abençoai-os, dai-lhes todo o bem e toda a graça, conservai-os na felicidade e na alegria. Ajudai-me a estar atento e perceber seu amor até em pequenos gestos. E ensinai-me a humildade de aceitar quando se oferecem para me amparar. Amém.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

São Nestor (Bispo e Mártir de Magido) (Magido/Panfília ano 251)

Alguns o conhecem como São Nestor de Perge. Pólio, governador de Panfilia e Frígia durante o reinado de Décio (249-250), a fim de cair nas graças do imperador, aplica cruelmente seu edito de perseguição aos cristãos. Nestor, bispo de Magido, gozava de grande estima entre os cristãos e os pagãos, e compreendeu que era necessário buscar lugares de refúgio para seus fiéis. Recusando-se se ocultar, o Bispo esperou tranqüilamente sua hora de martírio, e quando estava em oração, oficiais da justiça foram a seu encontro. Ano de 251- século III. Após um extenso interrogatório e ameaças de tortura, o Bispo foi enviado ao governador, em Perge. O governador tratou de convencer o santo -primeiro com elogios e depois com ameaças- de que renegasse a religião cristã, mas Nestor manteve-se firme no Senhor, sendo enviado ao potro, onde o carrasco desgarrava a pele das costas com o garfo. Diante da firme negativa do santo de adorar aos pagãos, o governador o condenou a morrer na cruz, onde o santo ainda teve forças para incentivar e exortar aos cristãos que o rodeavam. Sua morte foi um verdadeiro triunfo porque quando o Bispo expirou suas últimas palavras, tanto cristãos como pagãos se ajoelharam para rezar e louvar a Jesus. Festa celebrada no dia 26 de fevereiro.

ALEXANDRE DE ALEXANDRIA Bispo, Santo 250-328

Nasceu em 250. Foi indicado Bispo de Alexandria em 313 para suceder Santo Achillas. Alexandre é famoso pela sua oposição a heresia Ariana, a qual dizia que Jesus não era Deus de verdade, mas que o Filho era apenas uma criatura e que teria havido um tempo que o Filho não teria existido. Alexandre também é conhecido por sua doutrina apostólica e um dos seus maiores feitos foi treinar um jovem diácono de nome Athanásius que mais tar-de foi celebrado e admirado por todo mundo cristão. Alexandre foi de gentil com os arianos, mas foi determinado. Muitos o acusam, de por isto, ter compromissado a posição da Igreja, mas muitos outros já dizem que ele foi impetuoso por causa de sua posição irredutível. Não obstante ele deve ser considerado com um campeão da dos ensinamentos da Igreja Católica e creditado com zelo pastoral. Durante muito tempo ele se dirigiu a Arius, tentando convence-lo de seu erro antes de excomungá-lo, em 321. A excomunhão foi confirmada no Sínodo de Alexandria. Sua Circular Episcopal sobre a Heresia Ariana sobreviveu ao tempo e é uma importante par-te da literatura eclesiástica daquele período. Como Bispo, Alexandre preferia os monges, nome-ando preferencialmente aqueles que viviam como eremitas no deserto, visto que ele os considerava como modelo para suas ovelhas. Ele também insistia na caridade para com os pobres na Diocese sob o seu controle, uma coisa pela qual ele ficou famoso na Diocese de Alexandria. Alexandre é tido como tendo escrito os primeiros Actos do Concilio de Niceia em 325, onde o Arianismo foi formalmente condenado. Ele faleceu na Alexandria em 328, dois anos depois que ele retornou do Concilio tendo nomeado Athanásio como seu sucessor.

PORFÍRIO DE GAZA Bispo, Santo + 421

São Porfírio, o vigoroso destruidor da idolatria, nasceu em Tessalónica, na Macedónia. Instruído nas ciências, tendo a idade de 25 anos, retirou-se para a solidão de Scete, onde passou cinco anos numa gruta, nas proximidades do Jordão. A insalubridade do lugar causou-lhe grande mal à saúde, e doente chegou a Jerusalém, onde teve a notícia da morte dos pais. Em sua companhia achava-se um jovem de nome Marco. A este incumbiu de receber a herança e distribuir o dinheiro entre os pobres, o que se fez. Porfírio, não tendo reservado nada para si, viveu sempre pobre. Na visita diária aos Santos Lugares teve uma vez um desmaio que se transformou em visão. Apareceu-lhe Nosso Senhor na Cruz e com ele o Bom Ladrão. Jesus Cristo deu a este um sinal de ajudar Porfírio a levantar-se do chão. O Bom Ladrão estendeu-lhe a mão e disse: “Agradece a teu Salvador tua cura”. No mesmo momento Jesus Cristo desceu da Cruz e entregou-lhe a mesma, com a recomendação de guardá-la bem. Quando o Santo voltou a si, notou que estava perfeitamente curado. O sentido das palavras de Cristo, porém ficou-lhe enigmático, até que o Bispo de Jerusalém o ordenou e o nomeou guarda do santo Lenho. Os sacerdotes da diocese de Gaza, tendo perdido o Bispo, insistiram com Porfírio para que aceitasse a direcção da diocese orfanada. Embora sua modéstia quisesse fugir dessa dignidade, à obediência teve de sujeitar-se. Existiam em Gaza muitos pagãos e um templo magnífico para o culto das divindades. Os idólatras, conhecendo já de antemão o zelo do novo Bispo, principalmente seu ódio ao culto pagão, assentaram matá-lo antes de tomar posse do rebanho. Este plano ímpio, por qualquer circunstância imprevista, não pôde ser efectuado. Bem se arrependeram da iniquidade, pois Porfírio, apesar de inimigo do paganismo, pela modéstia, paciência e caridade, soube ganhar os corações dos próprios pagãos. Um fato extraordinário, que se deu logo no princípio do seu governo, aumentou ainda a confiança e veneração para com o novo Pastor. Uma seca atroz de muitos meses aniquilara as esperanças dos lavradores e o espectro da fome começava a apavorar os ânimos. Nesta expectativa desoladora os sacerdotes de Marnas, a quem era devotado o templo, se dirigiram à sua divindade com preces e sacrifícios, para obter o benefício de uma chuva. Marnas, porém, chuva nenhuma mandou e a seca continuou a assolar a região. Porfírio, condoído com a miséria pública, ordenou um dia de jejum, organizou uma procissão de penitência a uma capela situada fora da cidade. Apenas recolhida à procissão, caiu uma chuva abundantíssima, refrigerando a terra ressecada. Muitos, diante deste espectáculo e vendo nisto o grande poder do Deus dos cristãos, converteram-se. Outros, porém, encheram-se de inveja e forjaram novos planos malignos contra a vida do santo Bispo e de alguns cristãos. Entretanto, veio um édito do imperador Arcádio, ordenando o fechamento dos templos pagãos. Esta ordem foi por muitos funcionários obedecida, por outros não. Assim ficou aberto o templo de Marnas. Porfírio, desejando ardentemente a execução da ordem imperial, conseguiu em Constantinopla a autorização para derrubar o templo em Gaza. A influência, porém, de ministros subornados pelos sacerdotes pagãos, fez com que o imperador revogasse a autorização exarada. Não obstante, algum tempo depois, foi publicada nova ordem no mesmo sentido de fechar os templos pagãos, sob pena de os refractários perderem a colocação; mas mesmo assim, o templo não se fechou. A imperatriz Eudóxia prometeu a Porfírio empregar toda a influência junto ao imperador, para conseguir o fechamento e a destruição do templo. Porfírio, inspirado por Deus, predisse à imperatriz o advento de um filho. Logo que esta profecia se cumpriu, dirigiu-se o Bispo a Constantinopla, para administrar o sacramento do Baptismo ao príncipe herdeiro. Aconselhado pela imperatriz, Porfírio redigiu novamente o requerimento ao imperador. A petição foi entregue ao monarca logo depois do ato religioso, por assim dizer, pela criança recém – baptizada. Arcádio achou-a depositada sobre o peito do filhinho. No momento em que a abria, a pessoa que segurava nos braços a criancinha disse-lhe: “Digne-se Vossa Majestade de deferir o requerimento apresentado por seu filho”. O imperador respondeu com sorriso nos lábios: “Como poderia eu negar o primeiro pedido de meu filhinho?” – Imediatamente foi mandado para Gaza um oficial do exército, com ordem estrita de demolir o templo de Marnas. Poucos dias depois, quando Porfírio se aproximou da cidade, os cristãos, seus diocesanos, receberam-no com muita solenidade. O préstito havia de passar por um lugar onde se achava uma imagem de Vénus, ponto predilecto para reuniões de mulheres, que costumavam encontrar-se lá, para tratar projectos de casamentos. Mal o Bispo se achava defronte daquela estátua, quando esta, sem que pessoa alguma lhe tivesse tocado, ruiu por terra, fazendo-se em pedaços. Este fato causou grande sensação e foi o início de muitas conversões. O templo de Marnas desapareceu e em seu lugar se ergueu uma belíssima Igreja, dedicada a Deus vivo e verdadeiro. O triunfo de Porfírio sobre a idolatria foi completo. Quando, em 421, Deus o chamou para o descanso eterno, o santo Bispo teve a grande satisfação de ver muito reduzido o número de pagãos em sua diocese.

PAULA MONTAL Religiosa, Fundadora, Santa 1799-1889

Na vila de Arenys de Mar, perto de Barcelona, Espanha, nasceu Paula Montal Fornés em 11 de Outubro de 1799, que no mesmo dia recebeu o baptismo. Paula passou a infância e a juventude em sua cidade natal, trabalhando desde os 10 anos de idade, quando seu pai morreu. O seu lazer era a vida espiritual da sua paróquia, onde se destacou por sua devoção à Virgem Maria. Paula Montal, durante este período, constatou, por sua própria experiência, que as possibilidades de acesso à instrução e educação para as mulheres eram quase nenhuma. Um dia quando estava em profunda oração, se sentiu iluminada por Deus para desenvolver este dever. Decidiu deixar sua cidade natal para fundar um colégio inteiramente dedicado à formação e educação feminina. Paula Montal se transferiu para a cidade de Figueras, junto com mais três amigas de espiritualidade Mariana, e iniciou sua obra. Em 1829, ela abriu a primeira escola para meninas, com amplos programas educativos, que superavam o sistema pedagógico dos meninos. Era uma escola nova. Assim, Paula Montal com o seu apostolado total-mente voltado à formação feminina, se tornou a fun-dadora de uma família religiosa, inspirada no lema de São José de Calazans: "piedade e letras". Sempre fiel a sua devoção à Virgem Maria, deu o nome para a sua Congregação de Filhas de Maria. A estas religiosas transmitiu seu ideal de: "Salvar a família, educar as meninas no santo temor de Deus". E continuou se dedicando à promoção da mulher e da família. Em 1842, abriu o segundo colégio em sua terra natal, Arenys de Mar. Nesta época, Paula Montal decidiu seguir os regulamentos da Congregação dos Padres Escolápios, fundada por São José de Calazans com quem se identificava espiritualmente. Um ano após abrir sua terceira escola, Paula Montal conseguiu a autorização canónica para, junto com suas três companheiras, se tornar religiosa escolápia. Em 1847, a congregação passou a ser Congregação das Filhas de Maria, Religiosas Escolápias, que ano após ano crescia e criava mais escolas por toda a Espanha. Paula Montal deu a prova final de autenticidade, da coragem e da ternura do seu espírito modelado por Deus, em 1959. Neste ano, no pequeno e pobre povoado de Olesa de Montserrat, fundou sua última obra pessoal: um colégio ao lado do mosteiro da Virgem de Montserrat. Ali ficou durante trinta anos escondida, praticando seu apostolado. Morreu aos 26 de Fevereiro de 1889 e foi sepultada na capela da Igreja da Matriz de Olesa Montserrat, Barcelona, Espanha. Solenemente foi beatificada em 1993, pelo Papa João Paulo II que posteriormente a canonizou em Roma, no ano de 2001. A mensagem, do século XIX, de Santa Paula Montal Fornés de São José de Calazans será sempre actual e fonte de inspiração para a formação das gerações do terceiro milénio cristão. http://www.paulinas.org.br/

PIEDADE DA CRUZ ORTIZ REAL Religiosa, Fundadora, Beata (1842-1916)

Nasceu em Bocairente, Valência (Espanha), no dia 12 de Novembro de 1842, sendo baptizada no dia seguinte com o nome de Tomasa. Recebeu a Primeira Comunhão aos dez anos, sacramento que despertou nela o desejo de pertencer do Senhor e viver para Ele. Completou a sua formação humana e espiritual no Colégio de Loreto, pedindo sucessivamente para ingressar no noviciado desse Instituto, mas seu pai, considerando a situação política da época e a pouca idade da menina, obrigou-a a voltar para a casa. Esta etapa da sua vida em Bocairente foi caracterizada por três aspectos: o espírito de piedade e de oração, a sua dedicação a fazer o bem às crianças pobres, aos idosos e aos doentes e o empenho em dar uma resposta àquilo que sentira no seu ín-timo no dia da Primeira Comunhão. Tomasa, então, pensou que podia realizar o sonho da sua vida: consagrar-se ao Senhor num convento de Carmelitas de clausura em Valência. Contudo, uma enfermidade obrigou-a a abandonar o noviciado e a voltar para a a casa paterna. Uma vez restabelecida, tentou novamente entrar num convento de clausura e, mais uma vez, aconteceu o mesmo facto. Depois destes acontecimentos, Tomasa intuiu que Deus não queria que ela seguisse aquele caminho. Pediu-lhe que lhe indicasse claramente a Sua vontade e, retirando-se em oração, recitava assim: "Tua, meu Jesus, desejo ser tua; porém, diz-me onde". Tendo a certeza de sentir-se chamada para uma vida de especial consagração, mas com a dúvida de onde Deus a queria, Tomasa dirigiu-se para Barcelona. Depois de muitas dificuldades, ali o Senhor respondeu à sua busca vocacional, fazendo-a viver uma profunda experiência mística, na qual o Coração de Jesus, mostrando-lhe o seu lado esquerdo ensanguentado, lhe disse: "Olha como me deixaram os homens com a sua ingratidão, queres ajudar-me a levar esta cruz?". Tomasa respondeu: "Senhor, se tens necessidade de uma vítima e me queres, estou aqui". Então, o Redentor disse-lhe: "Funda, minha filha, que sobre ti e sobre a tua Congregação concederei sempre misericórdia". Esta experiência foi determinante para Tomasa, dando-lhe uma certeza tão grande que nunca a cancelou da sua mente e do seu coração. Daquele momento compreendeu que Deus lhe pedia para dar vida a um novo Instituto. Depois de imensas dificuldades e tribulações, no dia 8 de Setembro de 1890, chegou para ela a hora de Deus. Nascia na Igreja a Congregação das Irmãs Salesianas do Sagrado Coração de Jesus na qual se devia amar, servir e reparar, ver o rosto do Senhor nas meninas órfãs, nas jovens operárias, nos doentes, nos idosos abandonados... e ajudá-los a levar a cruz. Madre Piedade expirou com o crucifixo entre os lábios e na santa paz de Deus, no dia 26 de Fevereiro de 1916. www.vaticano.va/

EVANGELHO DO DIA 26 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo S. Marcos 9,38-40.
Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, vimos alguém expulsar demónios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não nos segue.» Jesus disse-lhes: «Não o impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim. Quem não é contra nós é por nós. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Papa Francisco 
Audiência geral, 12/06/2013 
«Quem não é contra nós é por nós»
Hoje gostaria de meditar brevemente sobre outra expressão com a qual o Concílio Vaticano II definiu a Igreja: «Povo de Deus». […] O que quer dizer ser «Povo de Deus»? Antes de tudo, significa que Deus não pertence de modo próprio a qualquer povo, pois é Ele que nos chama, que nos convoca, que nos convida a fazer parte do Seu povo, e este convite é dirigido a todos, sem distinção, porque a misericórdia de Deus «deseja que todos os homens se salvem» (1Tim 2,4). 
Jesus nem diz aos Apóstolos nem a nós que formemos um grupo exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: «Ide e ensinai todas as nações» (cf Mt 28,19). São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, «já não há judeu nem grego […]. Pois todos vós sois um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28). Gostaria de dizer, inclusive àqueles que se sentem distanciados de Deus e da Igreja, a quem sente temor ou é indiferente, a quantos pensam que nunca poderão mudar: o Senhor chama-te, também a ti, a fazer parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor! Ele convida-nos a fazer parte deste povo, do povo de Deus. 
Como nos tornamos membros deste povo? Não é através do nascimento físico, mas mediante um novo nascimento. No Evangelho, Jesus diz a Nicodemos que é preciso nascer do alto, da água e do Espírito, para entrar no Reino de Deus (cf Jo 3,3-5). É através do Baptismo que somos introduzidos neste povo, mediante a fé em Cristo, dom de Deus que deve ser alimentado e que devemos ajudar a crescer durante toda a nossa vida. Perguntemo-nos: como faço eu crescer a fé que recebi no meu Baptismo? Como faço eu crescer esta fé que recebi e que o povo de Deus possui?

“ESTAREI SEMPRE AO SEU LADO”

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Quando o menino ia saindo para escola, o pai lhe disse, como dizia todos os dias: 
- Minha bênção! Onde você estiver, estarei ao seu lado. 
Pouco depois houve um terremoto na região, derrubando quase todas as casas. O homem, que estava trabalhando fora, correu aflito para a escola. Mas que tristeza! Da escola não restou tijolo sobre tijolo. Começou a procurar o filho no meio dos escombros. Outros que já tinham vindo com a mesma finalidade, diziam-lhe: 
- Não adianta procurar. Infelizmente não sobrou ninguém. 
Mas ele continuou procurando. Vieram os homens do Corpo de bombeiros. Vasculharam tudo, e disseram a mesma coisa. Mas o pai continuava escavando o chão. E assim, vieram outras pessoas dizendo para o pai: 
- Não adianta mesmo. Conforme-se. Ponha nas mãos de Deus.
Mas ele continuava revolvendo terras e escombros durante horas e horas: 
-Quero encontrar meu filho, vivo ou morto.  
Até que, ao afastar uma enorme pedra, ouviu uma voz fraquinha: 
- Pai... estou aqui! 
- Você está bem? 
- Sim, mas com muita fome e sede... Comigo estão mais 14 colegas... Éramos 36... Estamos presos em um vão, entre dois pilares... Depressa, papai. 
O pai abriu uma brecha no meio dos escombros, e todos puseram sair ilesos. O menino repetia triunfante: 
- Eu sabia que meu pai estava ao meu lado. (História verídica, acontecida na Romênia.) 
Palavra de vida: Não tenhas medo, pois estou contigo (Is 43,5)