Evangelho segundo S. Marcos 3,31-35.
Naquele
tempo, chegaram a casa onde estava Jesus, sua mãe e seus irmãos que, ficando do
lado de fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta dele,
quando lhe disseram: «Estão lá fora a tua mãe e os teus irmãos que te procuram.» Ele respondeu: «Quem são minha mãe e meus irmãos?» E, percorrendo com o
olhar os que estavam sentados à volta dele, disse: «Aí estão minha mãe e meus
irmãos. Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha
irmã e minha mãe.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Papa Francisco
Encíclica «Lumen fidei / A luz da fé», § 58 (trad. ©
Libreria Editrice Vaticana, rev)
Na parábola do semeador, São Lucas refere
estas palavras com que o Senhor explica o significado da «terra boa»: «São
aqueles que, tendo ouvido a palavra com um coração bom e virtuoso, a conservam e
dão fruto com a sua perseverança» (Lc 8, 15). […] A menção do coração bom e
virtuoso, em referência à Palavra ouvida e conservada, pode constituir um
retrato implícito da fé da Virgem Maria; o próprio evangelista nos fala da
memória de Maria, dizendo que conservava no coração tudo aquilo que ouvia e via,
de modo que a Palavra produzisse fruto na sua vida. A Mãe do Senhor é ícone
perfeito da fé, como dirá Santa Isabel: «Feliz de ti que acreditaste» (Lc 1,
45).
Em Maria, Filha de Sião, tem cumprimento a longa história de fé do
Antigo Testamento, com a narração de tantas mulheres fiéis a começar por Sara;
mulheres que eram, juntamente com os Patriarcas, o lugar onde a promessa de Deus
se cumpria e a vida nova desabrochava. Na plenitude dos tempos, a Palavra de
Deus dirigiu-se a Maria, e Ela acolheu-a com todo o seu ser, no seu coração,
para que n’Ela tomasse carne e nascesse como luz para os homens. […] De facto,
na Mãe de Jesus, a fé mostrou-se cheia de fruto e, quando a nossa vida
espiritual dá fruto, enchemo-nos de alegria, que é o sinal mais claro da
grandeza da fé. Na sua vida, Maria realizou a peregrinação da fé seguindo o seu
Filho (Vat.II, «Lumen Gentium» 58). Assim, em Maria, o caminho de fé do Antigo
Testamento foi assumido no seguimento de Jesus e deixa-se transformar por Ele,
entrando no olhar próprio do Filho de Deus encarnado.
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