Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28.
Ora num dia
de sábado, indo Jesus através das searas, os discípulos puseram-se a colher
espigas pelo caminho. Os fariseus diziam-lhe: «Repara! Porque fazem eles ao
sábado o que não é permitido?» Ele disse: «Nunca lestes o que fez David,
quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os que estavam com ele? Como
entrou na casa de Deus, ao tempo do Sumo Sacerdote Abiatar, e comeu os pães da
oferenda, que apenas aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos que
estavam com ele?» E disse-lhes: «O sábado foi feito para o homem e não o
homem para o sábado. O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407),
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias
sobre o Evangelho de São Mateus, n° 39
«O sábado foi feito para o homem e não o
homem para o sábado» […] A lei do sábado era, no início, da maior importância,
pois ensinava os judeus a serem pacíficos e cheios de humanidade para com o seu
próximo; a crerem na sabedoria e na providência de Deus Criador. […] Quando Deus
lhes deu a lei do sábado, fê-los compreender que apenas queria que eles se
abstivessem de todo o mal: «No decurso desse dia, não realizareis trabalho
algum, salvo a preparação do alimento para todos» (Ex 12,16 LXX). No Templo,
havia mais trabalho nesse dia santo do que nos outros dias. […] Deste modo, a
sombra da Lei preparava a luz da verdade plena (cf Col 2,17).
Cristo
terá então abolido uma lei tão útil? De modo nenhum: levou-a ainda mais longe.
[…] Deixara de ser necessário ensinar deste modo que Deus era o Criador de tudo
o que existe, e formá-los na amabilidade para com os outros, pois eram agora
convidados a imitar o amor de Deus pelos homens segundo esta palavra: «Sede
misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6,36). Deixara de ser
necessário fixar um dia de festa para aqueles que eram convidados a fazer da sua
vida uma festa: «Celebremos a festa, escreve o apóstolo Paulo, não com o
fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos
da pureza e da verdade» (1Cor 5,8). […] Que necessidade havia de uma lei do
sábado para o cristão, que passa a sua vida numa celebração contínua e sempre a
pensar no céu ? Sim, irmãos, celebremos este sábado celeste e contínuo.
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