Quando falamos de vocações, nosso pensamento se dirige
à vocação de ser padre, ser freira ou irmão religioso. Mas a vocação base é a
vocação de ser leigo, povo de Deus, pedras vidas da Igreja como diz S. Pedro:
“vós, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes
sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a
Deus por Jesus Cristo” (1 Pd 2,5). Se prestarmos atenção, notamos que Jesus e
Maria eram leigos. Jesus nunca foi sacerdote nem levita do povo de Israel. Seu
sacerdócio é o sacrifício da cruz onde se oferece a si mesmo. Nosso sacerdócio
depende do seu e também não é uma classe, é um serviço, importante sim, mas a
serviço ao povo de Deus. Maria não foi freira. Foi mãe de família, esposa e
leiga no seu povo. Sua consagração foi ser aberta e entregue a Deus. Teve o dom
de nos entregar Jesus. Pensamos que o padre, a freira são a vocação mais
importante. Antes de exercerem o ministério ou serem consagrados, são povo de
Deus e não deixam de ser. Maria, Jesus e José são modelo, em primeiro lugar do
leigo. Jesus e Maria, no seu serviço a Deus, tanto de leigos como de sacerdotes
e irmãs.
Fermento na massa.
Podemos nos perguntar: qual é o lugar do leigo
jovem, pai de família, idoso etc...? Muitos padres consideram bons leigos
aqueles que estão ajudando na Igreja, na sacristia, nos movimentos ou
pastorais. Certo, mas não só. A primeira e principal missão do homem e da
mulher que conhecem Jesus é ser o fermento na massa, viverem no mundo, lá aonde
não chega a Igreja, nem o padre, nem a freira, e ali darem o testemunho do
evangelho pela vida e pela palavra. É sua missão implantar o Reino de Deus onde
ainda existem outros reinos, onde não chega a mensagem do evangelho. É bom
lembrar que uma Igreja com mil pessoas é impressionante, mas fora dela existem
outras 30 ou 40 mil. A Igreja lotada ainda não pode se dar por satisfeita. Não
é sua missão primeira implantar a Igreja, mas sim a verdade, o amor e a
justiça. Se por exemplo, você está com responsabilidade na política, na
administração pública e aí implanta leis justas, você é um grande
evangelizador. Se você estiver num ambiente público de trabalho e tiver um
procedimento correto, e levar os outros a um modo de respeito e amor você é
tanto quanto um padre no altar.
Santidade à altura da mão.
Quando se fala de santidade do leigo pensamos que
devemos fazer o que fazem na igreja e nos grupos. Mas a santidade leiga no
casamento, no trabalho é fazer de sua vida de cristão um caminho para encontrar
Deus, consciente de Sua presença em você. A partir deste testemunho os outros
podem dizer: você transmite tanta paz! As coisas humanas feitas com amor
santificam o mundo. A vida de família torna-se uma luz para os outros casais.
Ensinam a santificar-se pelo amor. Aí sim, vamos à Igreja, ao grupo de oração,
onde tomamos força, louvamos a Deus e levamos seu testemunho para fortalecer a
oração do grupo. A santidade dos leigos é leiga. Não é imitando o que fazem nos
conventos que serão santos. Imitem Jesus, Maria e José.
http://padreluizcarlos.wordpress.com/
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