quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Vocação do leigo”.


PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR









Jesus e Maria eram leigos.
Quando falamos de vocações, nosso pensamento se dirige à vocação de ser padre, ser freira ou irmão religioso. Mas a vocação base é a vocação de ser leigo, povo de Deus, pedras vidas da Igreja como diz S. Pedro: “vós, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pd 2,5). Se prestarmos atenção, notamos que Jesus e Maria eram leigos. Jesus nunca foi sacerdote nem levita do povo de Israel. Seu sacerdócio é o sacrifício da cruz onde se oferece a si mesmo. Nosso sacerdócio depende do seu e também não é uma classe, é um serviço, importante sim, mas a serviço ao povo de Deus. Maria não foi freira. Foi mãe de família, esposa e leiga no seu povo. Sua consagração foi ser aberta e entregue a Deus. Teve o dom de nos entregar Jesus. Pensamos que o padre, a freira são a vocação mais importante. Antes de exercerem o ministério ou serem consagrados, são povo de Deus e não deixam de ser. Maria, Jesus e José são modelo, em primeiro lugar do leigo. Jesus e Maria, no seu serviço a Deus, tanto de leigos como de sacerdotes e irmãs.
Fermento na massa.
Podemos nos perguntar: qual é o lugar do leigo jovem, pai de família, idoso etc...? Muitos padres consideram bons leigos aqueles que estão ajudando na Igreja, na sacristia, nos movimentos ou pastorais. Certo, mas não só. A primeira e principal missão do homem e da mulher que conhecem Jesus é ser o fermento na massa, viverem no mundo, lá aonde não chega a Igreja, nem o padre, nem a freira, e ali darem o testemunho do evangelho pela vida e pela palavra. É sua missão implantar o Reino de Deus onde ainda existem outros reinos, onde não chega a mensagem do evangelho. É bom lembrar que uma Igreja com mil pessoas é impressionante, mas fora dela existem outras 30 ou 40 mil. A Igreja lotada ainda não pode se dar por satisfeita. Não é sua missão primeira implantar a Igreja, mas sim a verdade, o amor e a justiça. Se por exemplo, você está com responsabilidade na política, na administração pública e aí implanta leis justas, você é um grande evangelizador. Se você estiver num ambiente público de trabalho e tiver um procedimento correto, e levar os outros a um modo de respeito e amor você é tanto quanto um padre no altar.
Santidade à altura da mão.
Quando se fala de santidade do leigo pensamos que devemos fazer o que fazem na igreja e nos grupos. Mas a santidade leiga no casamento, no trabalho é fazer de sua vida de cristão um caminho para encontrar Deus, consciente de Sua presença em você. A partir deste testemunho os outros podem dizer: você transmite tanta paz! As coisas humanas feitas com amor santificam o mundo. A vida de família torna-se uma luz para os outros casais. Ensinam a santificar-se pelo amor. Aí sim, vamos à Igreja, ao grupo de oração, onde tomamos força, louvamos a Deus e levamos seu testemunho para fortalecer a oração do grupo. A santidade dos leigos é leiga. Não é imitando o que fazem nos conventos que serão santos. Imitem Jesus, Maria e José.
http://padreluizcarlos.wordpress.com/

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