sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

São João Bosco Conhecido tambem como Dom Bosco

João Bosco, fundador da ordem dos Salesianos e mentor de São Domingos Sávio. Nasceu em 1815, em Becchi, Piedment na Itália e começou seus estudos para sacerdote na idade de 16 anos, recebendo a ordenação em 1841. Enviado para Valdocco, subúrbio de Turim ele atraiu centenas de jovens para a sua capela e seus sermões à tarde, e reabriu uma casa de pensão com sua mãe para aprendizes, seguido de uma pequena oficina de aprendizagem onde ensinava vários ofícios aos jovens. Fundou então uma Ordem para prestar esses serviços e a colocou sob a proteção de São Francisco de Salles, chamando-a de “Ordem dos Salesianos.” Isto foi seguido em breve por uma congregação similar para as mulheres chamada de “Filhas de Maria Auxiliadora” fundada por Santa Maria Mazzarelo popularmente conhecidas como " as salesianas" e na época de sua morte em 1888, a congregação tinha cerca de 1000 padres e 900 freiras. O seu trabalho era caracterizado por uma imensa paciência-nunca foi lembrado de ter punido uma criança- e grande capacidade de ensino. Certa vez ele curou um homem de paralisia e outro da cegueira. De outra feita não havia hóstias suficientes para multidão que estava indo para a Comunhão, mas Dom Bosco fez suas orações e o Sagrado Sacramento milagrosamente multiplicou-se de modo que todos puderam receber a comunhão. Hoje existem cerca de 40.000 salesianos (padres e irmãs) trabalhando em 120 paises. Eles cuidam de 220 orfanatos, 219 clínicas e hospitais, 864 creches e 3.104 escolas (das quais 287 são escolas técnicas e 59 são agrícolas). O Papa Pio XI declarou por ocasião de sua canonização em 1934: “ Em sua vida, o supernatural tornou-se quase natural e o extraordinário ordinário”. Ele teria tido uma visão do que seria, o que hoje conhecemos como a cidade de Brasília. É o padroeiro de Brasília. Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco". Escreveu o santo: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso". Dom Bosco faleceu em 31 de janeiro de 1888 e 100.000 ou mais pessoas foram ao seu funeral ou visitaram seu corpo na igreja em Turin e toda a cidade foi vê-lo sendo carregado para seu túmulo. Mas dizem que mais de 200.000 foram ao seu funeral e oraram a ele e não por ele. Sua festa é celebrada no dia 31 de janeiro.

Santa Marcella

Nasceu em 325 em Roma de uma família rica e nobre. Ela conheceu Santo Athanasius quando ainda era uma criança e ficou fascinada pelas suas historias da austeridade e ascetismo dos monges egípcios. Mais tarde ela se casou para satisfazer seus pais mas ficou viúva sete meses depois. Mais tarde ela recusou propostas de casamento do Cônsul Cereallis, tio de Gallus Caesar. Ela se dedicou aos trabalhos de caridade e o seu palácio na Colina Aventine se tornou o centro de reuniões dos cristãos. Em volta dela se formou um grupo de senhoras nobres de desejava viver uma vida de austeridade e ascetismo. Entre eles se incluíam Marcellina, seus irmãos Ambrósio e Satyrus, Fabiola, Asella, Lea e Paula com suas filhas. Marcella era um notável exemplo para suas filhas espirituais: ela sempre abstinha-se de vinho e carne, passava seu tempo em leituras das escrituras, orando e visitando as igrejas dos apóstolos e mártires, e nunca falava com um homem, quando sozinha. Marcela recebeu São Jeronimo quando este chegou em Roma e ele ficou três anos com ela, guiando sua escola/mosteiro para devotas que ensinava jovens no estudo das escrituras e orações. Marcella converteu inúmeras almas a cristandade e era uma mulher de grande habilidade intelectual, e não tinha medo de se confrontar com o mestre Jerônimo. Quando os Goths invadiram Roma em 410, o Rei Alarico ordenou que ela fosse presa e torturada para força-la a revelar o local dos seus tesouros, os quais ela já havia dado aos pobres. Marcella foi açoitada impiedosamente sem reclamar, mas pediu para que poupassem sua aluna de nome Princípia. Ela foi finalmente solta mas, não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer nos braços de Princípia em Agosto de 410 DC. Santa Marcella se correspondia freqüentemente com o seu Diretor Espiritual, São Jeronimo, o qual respondia suas perguntas sobre questões espirituais, e ele passou a respeita-la e referia-se a ela com " a gloria das damas romanas ". Onze das sua cartas à Santa Marcella sobreviveram ao tempo e estão guardada na Biblioteca do Vaticano. Sua festa é celebrada no dia 31 de janeiro.

MARTINHO DE COIMBRA Sacerdote, Mártir, Santo + 1147

Martinho nasceu em Arouca, nos fins do século XI, de pais pouco afortunados, mas cheios de probidade e piedade. Seu pai chama-se Arrius Manuelis e sua mãe Argia. Os primeiros cuidados que estes santos pais tiveram para com filho, foi de o educarem cristãmente e de lhe inculcarem os princípios evangélicos no mais profundo do seu juvenil coração, o que resultou, visto que a criança se mostrou receptiva e que os seus progressos eram contínuos, o que não significa que fosse como todos as crianças da sua idade. Assim, procurando a sua própria felicidade espiritual, os pais de Martinho, souberam alicerçar a do filho. Os primeiros preceptores nas verdades da religião reconheceram nele disposições para as ciências, assim como outras qualidades que pareciam contrariar a sua vocação para o estado eclesiástico. Todas estas conclusões foram explicadas aos pais de Martinho assim como o desejo que estes conselheiros acalentavam de o guardarem e de lhe oferecerem um ensino adequado às suas possibilidades naturais: estudos de ordem superior. Movidos pelo amor a Deus, os pais de Martinho sentiram-se felizes de oferecerem a Deus o fruto do seu amor e aceitaram que ele fosse estudar, o que logo a seguir aconteceu: começou a estudar filosofia e teologia. Martinho foi tão estudioso e sério que pouco tempo depois era apresentado aos seus condiscípulos, como um modelo de abnegação e de seriedade. Esta nova “notoriedade” não ficou no silencio das alcovas, bem pelo contrário, como vamos ver: Um dia Maurício, Arcebispo de Braga, viajando para Arouca, apresentaram-lhe o jovem Martinho como sendo um digno discípulo sobre o qual a Igreja poderia contar e sobre o qual se fundavam grandes esperanças. Os modos serenos e humildes do jovem estudante cativaram tanto o Arcebispo, que logo o enviou para Braga e, mais tarde ofereceu-lhe o título de Cónego, antes mesmo de receber a ordenação sacerdotal, o que era frequente naquela época longínqua; ordenação que recebeu pouco tempo depois. Da mesma maneira que até ali servira de exemplo aos seus companheiros, da mesma maneira, no seu novo estado de vida, continuou a ser um exemplo de devoção e de exactidão na execução do tudo quanto lhe era pedido e na sua acção sacerdotal quotidiana. Martinho esforçava-se para não mostrar o brilho das suas virtudes, de se mostrar como todos, mas não conseguiu impedir que estas brilhassem como mil estrelas e fizessem dele uma pessoa respeitada e admirada e sobretudo amada por todos aqueles que o conheciam. O Arcebispo de Braga pensou oferecer-lhe um cargo que contribuísse a pôr em relevo o seu zelo e as suas qualidades espirituais, mas Martinho não desejava nem honras nem louvores: só o amor de Deus o animavam e trabalhar humildemente na vinha do Senhor era a sua única preocupação; preferiu que o Prelado lhe desse uma paróquia simples e humilde, mesmo desconhecida, o que acabou por acontecer: foi nomeado pároco de Soure, na diocese de Coimbra que nesse tempo dependia da arquidiocese de Braga. Mal tomou conta da paróquia de Soure, logo mandou reconstruir a igreja que os infiéis tinham destruído, e dispensou todos os seus cuidados para chamar o seu rebanho a uma nova vida, pela força de sua doutrina, a sabedoria de suas exortações e a força de seus sermões. Foi a doçura que caracterizou principalmente o exercício das suas funções, e por ela ganhou o Senhor os mais endurecidos pecadores. Esta bela virtude, na qual Jesus Cristo nos procedeu pelo seu divino exemplo, fazia sobressair em Martinho como um novo luminar, a sua constante e indefectível humildade, a sua caridade contínua para com todos, sem excepção. Ele tinha horror pecado, mas não odiava o pecador, porque ele sabia que o Espírito Santo intercede sempre e opera com suspiros que nenhum idioma pode expressar. Evitava no en tanto a companhia dos homens viciosos todas as vezes que ele pensasse que a sua própria alma estivesse em perigo. Nos momentos de lazer que ele preferia ocupar o seu tempo em trabalhos manuais do que abandonar-se por pouco que fosse à inacção. O seu zelo não se limitava unicamente aos cristãos, ele procurava ardentemente chamar os infiéis ao rebanho de Jesus Cristo. Os Mouros ainda muito números nesse tempo em Espanha ofereciam-lhe um vasto terreno de trabalho pastoral, mas a sua fugosa actividade evangélica teve como resultado desencadear a ira dos maometanos e, quando estes invadiram Portugal em 1146 procuraram Martinho, prenderam-no e enviaram-no para a prisão de Scalabus — a actual Santarém — e daí para uma cadeia em Córdova, na Espanha, onde ele morreu no dia 31 de Janeiro de 1147, oito anos depois da independência da Lusitânia, que então tomara o nome de Portugal. A maneira como morreu, tende a pensar que foi considerado pela Igreja, assim como pela maior parte dos historiadores, como mártir da fé. Afonso Rocha

PEDRO NOLASCO Sacerdote, Fundador, Santo 1182-1258

Além da humildade, caridade, amor ao próximo e fé irrestrita em Cristo e Maria, virtudes inerentes à alguém que é declarado Santo, Pedro Nolasco se notabilizou também pela luta em favor da libertação de cristãos S. Pedro Nolasco, Fundadortornados escravos sempre movido pelos ensinamentos do Cristianismo, num período conturbado para a humanidade, nos idos dos séculos XII e XIII. Procedente de uma cristã e nobre família francesa, Pedro Nolasco nasceu num castelo no sul da França, próximo de Carcassone, próximo ao ano 1182. Desde pequeno demonstrou grande solidariedade com os pobres e desamparados. Todos os dias fazia os pais lhe darem dinheiro para as esmolas e até a merenda que levava quando estudante era dividida com eles. Assim cresceu, vivendo em intima comunhão com Jesus Cristo e a Virgem Maria, de quem era um devoto extremado. Aos quinze anos de idade, quando seu pai morreu, foi com a família para Barcelona, Espanha, onde se estabeleceram. E ali ingressou na vida religiosa. Na juventude, quando acompanhou a tragédia dos cristãos que caíam nas mãos dos muçulmanos, devido à invasão dos árabes sarracenos, empregou toda sua fortuna para comprar os escravos e, então, libertá-los. E também, quando seu dinheiro acabou, arregaçou as mangas e trabalhou para conseguir fundos para esta finalidade, pedindo-os às famílias nobres e ricas que conhecia. Antes que entrasse em desespero, pois nunca teria dinheiro suficiente para garantir a liberdade dos cristãos, recebeu a graça de uma visita da Virgem Maria. Ocorreu no dia 1º de agosto de 1223. Nossa Senhora lhe apareceu, sugerindo que criasse com seu grupo de leigos, uma ordem religiosa destinada a cuidar deste tipo de situação, naquele momento e para sempre. Pedro contou esta visão a seu superior, Raimundo de Penhaforte, seu co-fundador e também Santo, e ao rei Jaime I de Aragão, ao qual servira na infância como professor e tutor. Mas, qual não foi sua surpresa ao saber que eles também tinham recebido em sonho de Maria, a mesma missão que ele que recebera. Desta forma fundou, juntamente com eles, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês e Redenção dos Cativos, cujos religiosos são conhecidos como padres mercedários. Foi eleito superior e dirigiu a ordem por trinta e um anos, libertando milhares de cristãos das mãos dos árabes muçulmanos. Pedro Nolasco morreu no dia de Natal de 1258, feliz e plenamente realizado com sua vida de religioso, mas amargurado porque, nos últimos anos, seu corpo alquebrado não permitia mais que trabalhasse. Foi canonizado pelo Papa Urbano VIII, em 1628. Embora seja comumente homenageado no dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora das Mercês, e no dia 28 de janeiro pelos padres mercedários, o calendário litúrgico romano lhe decida especialmente o dia 31 de janeiro para a sua veneração.

FRANCISCO XAVIER MARIA BIANCHI Sacerdote, Santo 1743-1815

Francisco Xavier Maria Bianchi nasceu no dia 2 de dezembro de 1743, na cidade de Arpino, França, e viveu quase toda a sua vida em Nápoles, Itália. Era filho de Carlo Bianchi e Faustina Morelli, sua família era muito cristã e caridosa. Francisco viveu sua infância num ambiente familiar, de doação ao próximo e que o influenciou durante toda sua existência religiosa. Aos doze anos entrou para o "Colégio dos Santos Carlos e Felipe" da ordem dos Barnabistas e em 1762, para o seminário onde jurou fidelidade a Cristo e fez seus votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Completou os estudos de direito, ciência, filosofia e teologia em Nápoles e Roma. Foi ordenado sacerdote aos 25 de janeiro de 1767. Tendo em vista sua alta cultura, seus Superiores o enviam de volta para lecionar no Colégio de Belas Artes e Letras de Arpino e, dois anos depois, ao Colégio São Carlos em Nápoles, para ensinar filosofia e matemática. Em 1778 foi chamado para ensinar na Universidade de Nápoles. No ano seguinte recebe o título de "Sócio Nacional da Real Academia de Ciências e Letras". A intensa atividade no campo da cultura não o impediu, todavia, de viver plenamente a vida de religioso, desempenhando importantes cargos na Congregação e continuando a exercer seu ministério sacerdotal. Com o transcorrer dos anos padre Bianchi deixou gradativamente de praticar o ensino e viveu mais o sacerdócio contemplativo e penitente na mortificação dos sentidos. Ao seu redor se formou uma próspera família espiritual. A fama de sua virtuosidade e santidade cresceu na mesma proporção em que suportou heroicamente uma doença incurável que o imobilizou numa cadeira por treze anos, os últimos de sua vida. Mesmo assim não deixou de celebrar a Santa Missa, de acolher e aconselhar a todos os que o procuravam, distribuindo palavras de coragem e conforto. Consumido pela doença morreu em 31 de janeiro de 1815, envolto pela paz e suprema alegria espiritual. Francisco Bianchi viveu durante o período conturbado e histórico das sucessivas conquistas e batalhas empreendias pelo imperador Napoleão Bonaparte. Assistiu a destruição de todas as bases políticas da Europa. Sobretudo, viu o clima anti-religioso ser instalado e que se materializou contra o clero com leis de confisco, incêndios e expulsões de congregações inteiras dos domínios napoleônicos. Mas, padre Francisco Bianchi se manteve apaixonadamente sacerdote de Cristo. Lutou contra a miséria, a desnutrição, as epidemias, as doenças e por fim contra a baixa estima dos habitantes tão abandonados politicamente. O seu funeral foi um dos mais comoventes, onde estiveram reunidas personalidades ilustres das áreas das artes, da ciência, da Igreja e a imensa população, para as últimas homenagens àquele que chamaram de "Apóstolo de Nápoles" e "santo". Em 1951, foi canonizado pelo papa Pio XII, em Roma. E as relíquias mortais de São Francisco Xavier Maria Bianchi foram sepultadas na capela da Igreja de Santa Maria de Caravaggio em Nápoles, Itália. Para sua homenagem e culto foi escolhido o dia 31 de janeiro.

LUÍS TALAMONI Sacerdote, Fundador, Beato 1848-1926

Nascido em Monza (Itália), a 3 de Outubro de 1848, segundo dos seis filhos de uma família modesta mas com sólidos valores cristãos que transmitiram aos seus filhos. Em casa recitava-se o rosário todos os dias e o pai participava diariamente na Missa, levando consigo o pequeno Luís, que vendo-o servir no altar, sentia crescer o desejo de servir Deus e os irmãos no ministério sacerdotal. Fez os estudos primários e a Primeira Comunhão e a Crisma (1 de Julho de 1861), no Oratório de Monza, fundado pelo Servo de Deus Padre Fortunato Redolfi, barnabita, e dirigido por outro barnabita, o Servo de Deus Padre Luís Villoresi. Dessa maneira, Luís entrou em contacto com as experiências mais entusiasmantes da pastoral juvenil daquele tempo. De facto, naqueles anos, na Diocese de Milão assistia-se a um incremento de Oratórios, lugares onde os rapazes se encontravam diariamente para experimentar uma vida fraterna e empenhativa, de formação humana e cristã, de alegria e de espiritualidade, onde ele amadureceu a própria vocação para o sacerdócio e para o compromisso, como Membro da Comissão Católica de Monza, na defesa do melhoramento das condições sociais e dos mais desfavorecidos. O Oratório de Carrobiolo tornou-se naquele tempo (1859) um Seminário para os pobres: quem manifestasse o desejo de se tornar sacerdote (não só diocesano), e não possuísse os meios económicos para realizar essa chamada, encontrava lá a possibilidade de estudar, de conduzir uma experiência fraterna com uma possibilidade de empenho pastoral. Luís Talamoni viveu em Carrobiolo até 1865, quando ingressou no Seminário Teológico Diocesano de Milão. Enfrentando enormes dificuldades, concluiu os seus estudos teológicos e iniciou aqueles para os quais era destinado: Letras e Filosofia na Academia Científico-Literária, onde soube conquistar a confiança e a estima também dos professores anticlericais, que dominavam na Academia. No dia 4 de Março de 1871, Luís Talamoni foi ordenado Sacerdote. Momento de grande alegria, mas também de tristeza: na noite do mesmo dia, o seu pai foi atingido por uma paresia que o afligiu por mais de quinze anos. O Padre Luís foi enviado para o Colégio São Carlos de Milão como professor, onde teve como aluno (1874-1875) também Achille Ratti, o futuro papa Pio XI, quando era Núncio na Polónia, disse acerca dele: “Pela santidade de vida, luz de ciência, grandeza de coração, perícia no magistério, ardor no apostolado, pelas cívicas benemerências, honra de Monza, gema do Clero diocesano, guia e pai de inúmeras almas”. Fundou, juntamente com Maria Biffi Levati e Rosa Gerson, a Congregação das Irmãs Misericordinas, em Monza, no dia 25 de Março de 1891. Faleceu, depois de uma breve enfermidade, a 31 de Janeiro de 1926. www.vatican.va/

EVANGELHO DO DIA 31 DE JANEIRO

Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. 
E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.» Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja 
Sermão 98; CCL 24A, 602 

«Estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra»
Como diz Cristo, o Reino de Deus é como um grão de mostarda. […] Cristo é o Reino: como um grão de mostarda, foi deitado à terra num jardim, o corpo da Virgem. Cresceu e tornou-Se a árvore da cruz que cobre toda a terra. […] Cristo é o Reino, pois nele reside toda a glória do seu reino. E Cristo é o homem, pois o homem na sua totalidade é renovado nele. Cristo é o grão de mostarda, o instrumento de que Deus Se serve para fazer descer toda a sua grandeza em toda a pequenez do homem. Ele próprio Se tornou todas as coisas, para renovar todos os homens nele. Enquanto homem, Cristo recebeu o grão de mostarda que é o Reino de Deus […]; enquanto Deus, possuía-o desde sempre. Ele deitou a semente à terra no seu jardim. […] 
O jardim é esta terra cultivada que se estendeu por todo o mundo, lavrada pela charrua da Boa Nova, encerrada pelos limites da sabedoria; os Apóstolos penaram para arrancar todas as ervas daninhas. Dá gosto contemplar as jovens plantas que são os crentes, os lírios que são as virgens e as rosas que são os mártires: flores que dão constantemente o seu perfume. 
Cristo semeou, pois, o grão de mostarda no seu jardim. A semente criou raízes quando Ele prometeu o seu Reino aos patriarcas, germinou com os profetas, cresceu com os Apóstolos e tornou-se a árvore imensa que estende os seus longos ramos sobre a Igreja, e lhe prodiga os seus dons. […] Toma as asas de prata da pomba de que fala o Profeta (Sl 67,14). […] Levanta voo para usufruir de um repouso sem fim, fora do alcance dos laços (Sl 90,3), por entre folhagens magníficas. Sê suficientemente forte para assim levantares voo, e vai habitar em segurança nesta vasta morada. 

O CORAÇÃO DE PANO

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Estou me lembrando da igreja onde fiz a Primeira Eucaristia. A capela do Santíssimo Sacramento era muito freqüentada. Sobre uma mesinha, havia um grande coração de pano, todo vermelho. Devia simbolizar o Coração de Jesus. Espetados nele, viam-se alguns espinhos, enquanto outros ficavam ao seu lado. Eu não atinava com o seu significado. Um dia fiquei observando. Vi pessoas que chegavam, ajoelhavam-se, oravam por alguns instantes. Depois dirigiam-se para a mesinha, extraíam um espinho daquele coração, e colocavam-no sobre a mesa. Outros ao voltar do confessionário ou da mesa da Comunhão, também tiravam um espinho. Pouco a pouco fui compreendendo o seu significado. Retirando espinhos, era como se a gente estivesse aliviando o Coração de Jesus, ferido pela maldade humana. Eram gestos de desagravo. Tirar espinhos do Coração de Jesus, esta é nossa tarefa.Hoje, porém, ele sofre na pessoa de nossos irmãos oprimidos ou excluídos. Quem defende seu irmão, quem lhe dá a mão e quem o acolhe, está tirando espinhos do divino Coração.Um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água (Jo 19,34).

31 DE JANEIRO - RENUNCIOU ÀS HONRAS DE MONSENHOR

Foi São João Bosco (1815-1888) - Não é fácil resumir a rica personalidade de Dom Bosco, celebrado hoje. Narremos apenas uma das muitas histórias que se contam dele:A fama popular de Dom Bosco havia chegado até os ouvidos do Papa. Como recompensa do muito que já fizera pela Igreja, Pio IX quis nomeá-lo Monsenhor e Camareiro secreto. Eram títulos de honra daquele tempo. Mas o santo escusou-se e disse: 
- Santo Padre, reflita comigo as conseqüências desses títulos de honra. Que bela figura eu faria diante dos meus órfãos, envergando as roupas suntuosas de Monsenhor?... Não mais me tratariam como companheiro de brinquedos, e sim com muita cerimônia. Não iriam mais brincar comigo, nem eu teria a liberdade que tenho hoje. Além do mais, e isto é muito grave, todos pensariam que fiquei rico e... adeus esmolas para meus órfãos. Eles iriam morrer de fome, e minhas obras fracassariam. Por isso, deixe-me ser sempre o simples Pe. João Bosco.
Não se pensou mais nas promoções. E ele continuou amigo do Papa e do povo.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Os profetas falaram”.

PADRE LUIZ CARLOS
     DE OLIVEIRA CSsR
Deus falou através dos profetas.
          A carta aos Hebreus diz que “outrora Deus falou de muitos modos através dos profetas” (Heb 1,1). É o modo de Deus agir conosco: sempre usa meios humanos para nos comunicar os bens divinos, seus ensinamentos e os projetos para a humanidade. As pessoas são escolhidas por Deus como seus instrumentos. Os profetas foram pessoas do povo, escolhidas para uma missão de anunciar através das palavras, atitudes e até mesmo através de sua vida e seus corpos, como podemos ver nos profetas do Antigo Testamento. Os profetas não foram somente os que estão mensionados. Tantos outros agiram em nome de Deus. Temos mulheres que profetizaram, como Maria a irmã de Moisés. O profeta não é só aquele que diz o futuro, mas aquele que instrui para fazer Deus e Sua vontade conhecida. Deus, através dos profetas preparou o povo para a vinda de Deus Filho que é a Palavra Encarnada.
Hoje falou através de seu Filho.
          Quando o povo estava maduro, na “plenitude dos tempos” (Gl 4,4), Deus envia ao mundo seu Filho. Não interrompeu a profecia, mas levou-a à plenitude. Agora é Deus mesmo, em Seu Filho, que anuncia e abre a esperança do futuro. O Filho tem palavras de vida eterna, quer dizer, palavras que dizem a verdade e são espírito e vida (Jo 6,63), pois Ele é a Palavra, conforme João 1,1. E a “Palavra se fez carne” (Jo 1,14). “Todos os que o acolheram receberam graça sobre graça” (Jo 1,16). É a Palavra de Vida, é Palavra que define: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, esta, o julgará no último dia (Jo 12,48). O Filho proclamou a Palavra através de sua vida, seus ensinamentos e sobretudo em seu mistério de morte e ressurreição.
Quem vos ouve a mim ouve.
          Os apóstolos partiram e anunciaram. Estes homens começaram a anunciar e foram seguidos de tantos outros, homens e mulheres que, do mesmo modo ensinavam a todos os povos que Jesus é o Filho de Deus, Palavra eterna encarnada. Ensinavam para que fossem discípulos. A Palavra de Deus crescia e aumentava o número daqueles que acreditavam. Esta palavra cheia de vida, foi sendo anunciada e através dos séculos sempre houve homens e mulheres que se consagraram ao anúncio.
Os profetas falaram.
            Os profetas anunciaram no meio do povo. Hoje também nós somos convocados a não deixar cair as palavras que recebemos, mas sim lançá-las nas eiras do mundo para que produzam muito fruto. Somos também profetas. Nossa palavra é a mesma que procede do Pai e tem a mesma vitalidade, pois são espírito e vida. Estamos, como eles, cheios do Espírito Santo e de Jesus. Os profetas viveram e falaram e nós continuamos a ser profetas anunciando com a vida, com gestos e com palavras. Não basta acolher a Palavra com alegria (Mt 13,20), é preciso produzir fruto, isto é, lançá-la à terra, para que produza mais fruto ainda.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE JANEIRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 ─ Sexta-feira ─ Santos João Bosco, Marcela, Luísa

Evangelho (Mc 4,26-34) O reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda ... e a semente vai germinando...”

Mais uma vez Jesus ensina que é misteriosa e oculta a ação da graça de Deus em nosso coração. A semente do Reino começa a germinar quando Deus quer, e não podemos apressá-la. Germina por força própria, pelo poder de Deus, e não por nossa própria força: tudo é dom e favor, não merecimento nosso. O que podemos é, com a ajuda divina, não impedir nem retardar a germinação da vida nova em nós.

Oração

Senhor, há muito tempo lançais em meu coração as sementes de vossa vida divina. Só vos posso agradecer por esse favor tão grande de vossa bondade. Reconheço que, com vossa ajuda, fui melhorando em muitos aspectos. Mas não tanto como poderia, se fosse mais dócil aos vossos impulsos. De agora em diante quero ser terra mais fértil para vossa palavra, e para isso imploro a vossa graça. Amém.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

MARTINHA DE ROMA Virgem, Mártir, Santa + ca 230

Esta célebre Santa, uma das padroeiras de Roma, era de família distinta. O pai, três vezes eleito cônsul, era possuidor das mais belas virtudes e afortunado. Martinha recebeu uma educação esmerada, baseada nos princípios do Cristianismo, mas teve a infelicidade Santa Martinha de Roma, Mártirede perder bem cedo os pais. Inflamada de amor a Jesus Cristo, deu todos os bens aos pobres, fez voto de castidade e em atenção à sua vida santa e exemplar, foi recebida entre as diaconistas, honra com que pessoas de muita probidade eram distinguidas. Tinha o imperador Alexandre Severo (222-235) concebido o plano de exterminar os Galileus (assim alcunhava aos cristãos). Conhecendo a formosura, nobreza e bondade de Martinha, tudo fez para afastá-la da religião cristã e chegou até a oferecer a dignidade de Imperatriz, caso se decidisse sacrificar a Apolo. Martinha respondeu: “O meu sacrifício pertence a Deus imaculado; a Ele sacrificarei, para que confunda e aniquile a Apolo e, este deixe de perder almas”. Alexandre Severo, interpretando esta resposta em seu favor, organizou uma grande festa no templo de Apolo, para onde levou Martinha, na presença dos sacerdotes e de muito povo. Os olhos de todos estavam dirigidos para a jovem que, no meio do grande silêncio que reinava, fez o sinal da cruz, elevou olhos e braços ao céu e disse em alta voz: “Ó Deus e meu Senhor ! Ouvi esta minha súplica e fazei com que se despedace este ídolo cego e mudo, para que todos, imperador e povo, conheçam, que só Vós sois o único Deus verdadeiro e que não é licito adorar senão a Vós !” No mesmo instante a cidade inteira foi sacudida por um forte terremoto, a imagem de Apolo caiu do seu lugar; parte do templo ruiu por terra, sepultando nos escombros os sacerdotes e muita gente. O imperador ordenou que Martinha fosse esbofeteada, flagelada e tivesse as carnes dilaceradas com torqueses. Os algozes porém não puderam cumprir a ordem, porque um Anjo de Deus defendia a donzela e esta, no meio dos maus tratos , entoava cânticos de louvor a Jesus Cristo e convidava os algozes a se converterem à religião de Jesus. Deus abençoou-lhes as palavras: oito algozes caíram de joelhos, pediram perdão à Mártir e confessaram alto a fé em Jesus Cristo. O imperador, ainda mais enraivecido com este incidente, mandou levá-los todos ao cárcere, torturar barbaramente os oito algozes, os quais, por uma graça especial divina, ficando fiéis a fé, receberam a palma do martírio, pela decapitação. No dia seguinte a “feiticeira” foi citada ao palácio do Imperador, que a recebeu com estas palavras: “Basta de embustes. Diz-me, para que eu saiba com quem estou tratando: Sacrificas aos deuses ou preferes aderir ao feiticeiro, ao Cristo?” Com santa indignação respondeu Martinha: “Não admito que insultes a meu Deus! Se queres aplicar-me novas torturas, aqui estou; não as temo; pois sei que Deus me dá força”. A resposta do imperador foi a condenação da Mártir a suplícios crudelíssimos e desumanos. Martinha, no meio das dores, glorificou a Deus e as feridas exalavam-lhe um suave perfume. Grande foi o espanto de Alexandre Severo ao ouvir, no dia seguinte, a notícia de que Martinha que se achava no cárcere, estava perfeitamente curada das feridas e não só isto: Os guardas viram, durante a noite, o cárcere iluminado por uma luz maravilhosa e ouviram, extasiados, cânticos celestiais. O furor do imperador chegou ao extremo. Não mais senhor de sua paixão, condenou Martinha às feras no anfiteatro, e fez timbre de achar-se entre os espectadores. Novo milagre. Martinha, de uma beleza sobrenatural encantadora, ajoelhada na “arena”, calma se achava à espera do leão . Este, o indómito rei do Saara, possante e belo em sua força, se anuncia com rugido aterrador e em dois saltos se acha ao lado da vítima. Como que, domado por uma força invisível, arroja-se aos pés de Martinha, manso como um cordeiro. De repente se levanta, e num salto medonho ganha a barreira, entrando no recinto dos espectadores, matando alguns deles. O pânico foi indescritível. O imperador, longe de convencer da intervenção divina na defesa da mártir, atribui o fato extraordinário às forças mágicas de Martinha, as quais, segundo sua opinião, teriam sua sede na rica cabeleira da Santa. Deu ordem para a rica cabeleira ser-lhe cortada imediatamente e a donzela, assim profanada, ser fechada no templo de Júpiter. Nos dois dias seguintes Alexandre Severo, acompanhado de sacerdotes e muito povo, se dirigiu ao templo. Não entrou, porém, porque teve a impressão de ouvir vozes masculinas e julgou que fossem os deuses, que se tivessem reunido para converter Martinha. Aberto o templo no terceiro dia, ao imperador apresentou-se um espetáculo estranho: Achavam-se derrubados ao chão todas as imagens dos deuses. À sua pergunta onde estava a estátua de Júpiter, Martinha respondeu sorrindo: “Tendo ele que dar satisfação a Cristo, porque não salvou estes doze ídolos? Meu Deus entregou-o aos demónios, que dele fizeram o que vedes”. Fulo de raiva por este escárnio, Severo ordenou que se despejasse banha fervente sobre o corpo de Martinha e a entregassem às chamas. Veio, porém, uma grande chuva apagar a fogueira. Restava então só a morte pela espada. Martinha aceitou a sentença, com toda submissão e gratidão para com Deus. Espontaneamente ofereceu a cabeça ao algoz, que a fez entrar nas eternas núpcias do Senhor Jesus. Os cristãos apoderaram-se clandestinamente do corpo da Santa e sepultaram-no com todas as honras. As relíquias de Santa Martinha foram encontradas em 1634 e acham-se hoje na Igreja do mesmo nome, a qual se ergue perto do arco do triunfo de Severo. http://www.paginaoriente.com/

JACINTA DE MARISCOTTI Religiosa, Santa 1585-1640

PADROEIRA DE VITERBO

Após uma vida frívola e mundana, Jacinta de Mariscotti converteu-se radicalmente, transformando-se numa grande santa dotada dos dons de milagre e de profecia
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Clarice de Mariscotti — como se chamava Jacinta antes de entrar em religião — era filha de MarcantonioMariscotti e Otávia Orsini, condessa de Vignanello, localidade próxima de Viterbo, (na Itália), onde a santa nasceu provavelmente no dia 16 de março de 1585.
De seus pais muito virtuosos, recebeu profunda formação religiosa, correspondendo aos anseios dos progenitores. Entretanto, atingindo a adolescência, Clarice tornou-se vaidosa e mundana, buscando apenas divertir-se. Sua preocupação passou a ser vestidos, adornos, entretenimentos.
Tal situação fez com que o pai se preocupasse muito com a salvação de sua filha. Como remédio, resolveu mandar a vaidosa para o convento, onde estava sua irmã mais velha, que lá era um exemplo de virtude. Clarice obedeceu de má vontade. Enquanto permaneceu no convento, alimentava o desejo de sair dele o mais rapidamente possível para voltar à vida despreocupada e mundana de antes. Insistiu tanto, que o pai acabou cedendo.

O mundo não dá o que promete

Mas no mundo, para onde voltara, não encontrou o que esperava. Os anos corriam, as vaidades passavam, e ela não encontrava quem lhe proporcionasse a felicidade esperada. Nenhum dos julgados “bons partidos” da região dava atenção àquela moça tresloucada. Clarice viu ainda sua irmã mais nova, Hortência, casar-se com o marquês romano Paulo Capizucchi, e ela ficar para trás.
A família insistiu então com ela para que voltasse ao convento, desta vez como freira. A contragosto retornou àquele mesmo em que estava sua irmã, das religiosas da Ordem Terceira Franciscana regular.
Nessa Ordem tomou o nome de Jacinta. Infelizmente ela não deixou o mundo atrás de si, mas o trouxe para a vida religiosa. Julgando as celas das freiras muito pequenas e pobres, mandou construir uma especial para si, de acordo com sua posição social, e ornou-a com luxo principesco, colocando cortinas, tapetes, objectos de ouro e prata, bem como uma mesa de mármore. Tudo isso, que poderia ficar bem num palácio, destoava do ambiente de pobreza próprio daquele convento. Com tédio e má vontade, participava dos actos comuns da casa religiosa.

MUCIANO MARIA WIAUX Religioso, Santo 1841-1917

No dia 20 de Março de 1841 nasceu, em Mellet, na Bélgica, Louis-Joseph Wiaux, sendo baptizado no mesmo dia do nascimento como costume da época. Mellet é um lugar de gente muito tranquila, trabalhadora e honrada. Aí a família Wiaux destaca-se por seu sentido de vida cristã. Trabalham muito, sempre com muita descontracção e um humor destacável. E Luís foi crescendo nesse ambiente de trabalho, alegria e piedade. No dia 28 de Março de 1852 Luís fez sua primeira comunhão. Era muito trabalhador, alegre, modesto e muito delicado de consciência. Logo que terminava suas tarefas, lia muito. Era obediente. Não foi um menino prodígio, mas tinha uma inteligência aberta e ágil, com excelente memória. Tinha um temperamento de chefe e uma formação baseada nos princípios cristãos. Sua vocação foi amadurecendo e não era novidade para aqueles que o conheciam. Logo se anuncia o caminho do Senhor e em 7 de Abril de 1856 dirige-se ao Noviciado dos Irmãos das Escolas Cristãs, em Namur. Ele sabia que tudo era necessário para fazer-se na nova vida e começar um novo aprendizado. O ambiente do Noviciado era de silêncio, orações, exercícios espirituais, leituras espirituais, trabalhos, conferências sobre Vida Religiosa e Regra... Luís sabia que sairia do Noviciado como Irmão. Em 1º de Julho de 1856 o postulante Luís José Wiaux toma o hábito, na entrada do Noviciado, e recebe o nome de Irmão Muciano Maria (Mutien-Marie). Faz um Noviciado de generosidade impulsiva.

COLUMBA MARMION Abade, pai e mestre no século XX, Beato 1858-1923

Tendo sido ordenado sacerdote secular, aquele jovem irlandês sentia sua alma poderosamente atraída pelo silêncio e pelo recolhimento da vida monástica. A Providência o chamava a ser digno filho de São Bento e pai espiritual de muitos monges.
O peregrino que se proponha conhecer as origens cristãs do Velho Continente não pode deixar de visitar agruta de Subiaco, local escolhido pelo jovem Bento de Núrsia para consumar sua entrega a Deus, abandonando a vida de estudos que até então levava na Roma dos retóricos e literatos. E os que hoje trilham seus passos sentem uma forte atracção pelo local, marcado misteriosamente pela presença do santo Patriarca e Patrono da Europa.
Enquanto se sobe pelos íngremes caminhos que conduzem ao mosteiro — exercício desde logo recompensado pelo belíssimo panorama —, o visitante pode discernir, se não através de voz humana, certamente pela da graça, aquele chamado do varão de Deus que atraiu legiões de almas à vida monástica: "Escuta, filho meu, os preceitos do mestre, e inclina o ouvido do teu coração. Recebe de bom grado o conselho de um bom pai, e cumpre-o eficazmente, para que, pelo trabalho da obediência, voltes Àquele de Quem te havias afastado"[1].
Ao atento observador não passarão despercebidas algumas árvores que adornam o caminho, as quais bem simbolizam a história desta instituição. São vegetais de inacreditável robustez, cujas raízes se embrenharam pelo solo pedregoso e lograram subsistir em condições desfavoráveis. Enfrentaram os ventos das intempéries e os da História, mantendo-se erectas apesar das adversidades, e ostentando uma vitalidade que desperta surpresa e admiração.
Assim é a Ordem Beneditina. Nascida da vocação de São Bento, conta ela hoje quase 1.500 anos de existência. Atravessou todas as catástrofes, venceu as rudezas das guerras e as deficiências dos homens, e olha sobranceira para um passado que lhe valeu uma legião de filhos canonizados e dezasseis Papas saídos do silêncio de seus claustros. Dezasseis também foram os sucessores de São Pedro que se colocaram sob a protecção deste santo fundador — curiosamente, nenhum deles foi beneditino —, entre os quais nosso actual Romano Pontífice, Bento XVI.
Se a Europa cristã deve, em larga medida, a esta Ordem seu itinerário de conversão e civilização, também o século XX, palco de acontecimentos que mudaram os rumos da humanidade, recebeu a acção benéfica dela emanada, por meio de uma figura talvez pouco conhecida: o Beato Columba Marmion.

EVANGELHO DO DIA 30 DE JANEIRO

Evangelho segundo S. Marcos 4,21-25.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.» 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Francisco de Assis (1182-1226), fundador da Ordem dos Frades Menores 
Admoestações, 19-22, 28 

«Àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado»
Feliz o servo que atribui todos os seus bens ao Senhor. Aquele que, pelo contrário, reivindica uma parte para si mesmo, esse esconde dentro de si o dinheiro do Senhor Deus, e o que julga possuir ser-lhe-á tirado (Mt 25,18.28). 
Feliz o servo que, quando é felicitado e homenageado pelos homens, não se tem por melhor do que quando o tratam como pessoa vil, simples e desprezível. Porque quanto vale o homem diante de Deus, é isso que ele vale na realidade, e nada mais. […] 
Feliz o religioso que não sente prazer nem alegria a não ser nas obras do Senhor, e com elas leva os homens ao amor de Deus com toda a alegria. […] Feliz o servo que não fala para se enaltecer, que não exibe o seu valor e que não está sempre ansioso por tomar a palavra, mas que fala e responde com sabedoria e reflexão. Ai do religioso que, em vez de guardar em seu coração o bem que o Senhor lhe faz, e em vez de deixar que os outros o vejam através das suas obras, o quer mostrar às pessoas por palavras para obter elogios. Com isso recebe a insignificante recompensa que cobiçava, mas os que o ouvem pouco fruto recolhem. […] 
Feliz o servo que arrecada, mas no céu (Mt 6,20), o tesouro das graças que o Senhor lhe oferece, e que não anda a apregoá-las aos homens para deles obter recompensa, porque o próprio Altíssimo manifestará as suas obras a quem Lhe aprouver. Feliz o servo que guarda em seu coração os segredos do Senhor. 

AS MANGAS DA VELHA MANGUEIRA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
No jardim do mosteiro beneditino de Sorocaba pode-se ver e admirar um pé de manga com quase dois séculos de vida. É do tempo de Frei Baraúna, que viveu por volta de mil e oitocentos, e gostava de assentar-se debaixo de sua sombra. É uma árvore gigantesca. São necessários cerca de cinco homens para abarcar o tronco. Sua copa enorme dá sombra para centenas de pessoas. Em seus galhos já se aninharam e cantaram milhões de passarinhos. O que mais nos deixa admirados, é que ela continua dando mangas, e mangas saborosas. Na época do amadurecimento, é preciso que venha um caminhão para retirar as mangas e levá-las para as famílias carentes. 
Lição: Nós também fomos plantados por Deus aqui na terra para dar fruto. Não importa o tempo que passaremos aqui. Se vinte, ou quarenta, ou sessenta, ou cem anos. O que importa são os frutos, e frutos de qualidade. Se fomos plantados para dar frutos doces, não produzamos frutos azedos ou secos. Se Deus quer que produzamos laranja doce, i.é, boas obras. Palavra de Deus: Eu vos destinei para irdes dar fruto e para que vosso fruto permaneça (Jo 15,16)

JOVEM FRÍVOLA E SANTA

A vida de Santa Jacinta Marescotti (+ Viterbo, 1585-1640) sai fora dos padrões comuns. Tentou várias conversões na vida. De mulher frívola e mundana passou a ser monja. E de monja relaxada e tíbia, a uma grande santidade. Vejamos: Quando menina Clarice (este era seu nome de batismo) ficou um tempo com as religiosas franciscanas, a mandado dos pais. Mas ela, muito presa às vaidades do mundo, queria se casar. Por isso não só saiu do convento, mas passou a freqüentar festas e encontros da alta sociedade. - Seus pais, preocupados com sua conduta, convenceram-na a voltar para o convento. No convento a mocinha rica trocou o nome para Jacinta, mas não seu comportamento. Seu hábito era de seda. Seu quarto decorado luxuosa e principescamente. Deus continuava aguardando o momento da conversão. Seu pai morreu assassinado. Uma doença grave levou Jacinta às portas da morte.- Uma boa confissão devolveu-a finalmente aos braços da misericórdia divina. Jacinta mudou o hábito de seda por uma roupa simples, pediu perdão publicamente, entregou-se à oração e à penitência, chegando a ser mestra das noviças e depois superiora do convento, além de fundar várias obras de caridade. Durante o velório foi preciso trocar tres vezes seu hábito porque o povo recortava e tirava pedacinhos como relíquia.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “Deus amou de tal modo o mundo”.

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Origem da festa
          Celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz. A origem desta festa vem da Igreja Oriental. O imperador Constantino fizera construir uma basílica de 200 metros de comprimento sobre o Calvário e sobre o túmulo de onde Jesus ressuscitara. Chamava-se Anástasis, isto é, Ressurreição. A dedicação desta basílica se deu no dia 13 de setembro de 335. No dia seguinte convocou o povo para recordar o significado desta igreja, mostrando as relíquias da Cruz, que fora encontrada por sua mãe S. Helena, como se crê. Na basílica de Santa Sabina existe a primeira representação da cruz na porta de entrada. É um belo entalhe em madeira. É interessante que por todos os lados encontramos cruzes. Sempre está no altar para não se perder de vista que é da cruz que nos veio o remédio para o mal.
Por onde vem o mal?
          O mal entrou no mundo pelo pecado das pessoas. Deus não criou o mal. Fomos nós. Vemos na narração do livro dos Números (21,4-9) que o povo se revoltou contra Moisés e assim contra Deus porque estava se cansando da caminhada pelo deserto. Faltava de tudo E xingam até o alimento que lhes era dado vindo dos céus, o maná, taxando de alimento miserável. Eram realmente encardidos estes peregrinos. Surgiram então cobras que picavam e matavam. O povo pede perdão e Moisés intercede. Deus manda fazer uma serpente de bronze e colocá-la num poste. Todo aquele que fosse mordido e olhasse para ela, viveria. Uma digressão: tantos falam contra as imagens dos santos. E aí não é a imagem de pessoa, é a imagem de um animal que vai servir de mediador entre o Deus que cura e o envenenado. Esta serpente vai ser destruída quando Oséias fez uma purificação do culto (II Reis 18,4). Vemos então que o mal viera do orgulho de não aceitar os caminhos que Deus propunha: atravessar um deserto e chegar a uma terra prometida.
Por onde vem a cura
Moisés levanta a serpente no deserto para servir de antídoto às mordidas das serpentes venenosas. Deus, envia seu Filho ao mundo para curar o mesmo mal: o pecado da rejeição dos planos de Deus, o orgulho e a revolta contra seu amor. Sendo elevado na cruz, torna-se salvação a todos os que para Ele elevam os olhos com fé. Assim são salvos das mordidas venenosas da serpente infernal. Jesus não é crucificado porque Deus quer se vingar nEle de nossos pecados, mas porque nele dá o remédio para todos os nossos males.
Qual é o remédio

O remédio que o Pai oferece é o grande amor. “De tal modo Deus amou o mundo que deu seu Filho para que não morra aquele que nele crer” (Jo 3,16). O Filho Jesus, dando o grande exemplo de conformidade com o projeto amoroso do Pai, entrega-se ao mundo na maior humildade possível num ser humano e impensável em Deus: a escravidão. Por isso Deus o exaltou, diz a carta aos Filipenses 2,8. Nesta atitude do Filho temos a redenção. Por isso a Cruz é colocada em todos os lugares. Aquele que contempla Cristo e crê no seu amor encontra com Ele a exaltação, a ressurreição.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE JANEIRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias

Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 ─ Quinta-feira ─ Santas Jacinta, Savina, Martinha
  
Evangelho (Mc 4,21-25) Uma lâmpada é para ser colocada debaixo de um alqueire, ou debaixo da cama? Ou não será antes para ser colocada no candeeiro?”

Uma lâmpada não se coloca debaixo de um alqueire (vasilha para medir grãos), nem debaixo da cama. Assim também a mensagem de Jesus não se destina a um pequeno número de privilegiados. Por sua própria força irá propagar-se e todos poderão conhecê-la. Por outro lado: se conhecemos a verdade de Jesus, não podemos guardá-la só para nós. Temos de anunciá-la de todos os modos possíveis.

Oração

Senhor Jesus, não apenas dissestes que devo levar a todos a luz de vossa palavra. Dissestes também que eu mesmo tenho de ser luz, pelas minhas palavras, e mais ainda por minha vida. Aumentai em mim a luz da vida nova para que, vendo como vivo, muitos possam abrir-se para vós. Ajudai-me a afastar de mim tudo que possa embaçar o brilho de vossa verdade e de vosso rosto de Salvador. Amém.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

SULPÍCIO SEVERO Bispo, Escritor, Santo + 591

Na diocese de Bourges, há dois bispos considerados santos, com o mesmo nome: Sulpício Severo e Sulpício, o piedoso, em ordem cronológica. Sulpício Severo pertencia à nobreza da Aquitânia e ocupava uma alta posição na corte do rei Gontrano, quando morreu Remígio, bispo de Bourges. Naquele momento a cidade estava numa situação calamitosa por causa de um incêndio que a tinha devastado. Gontrano impôs aos habitantes a escolha ou eleição de Sulpício Severo para bispo, pois confiava nele e nas suas qualidades de administrador para o restabelecimento da ordem. Foi logo ordenado padre e abandonou os seus altos encargos civis. É provável que não fosse casado, ao contrário de muitos de seus contemporâneos, que tinham de deixar a família quando sagrados bispos. Feito bispo, dedicou-se totalmente à Igreja, e seu episcopado teve início por volta de 584, durando até a data de sua morte, em 591. Os bispos galos romanos eram a única força que podia se opor aos reis e eram prestigiados por todos. Por isso, a actividade de Sulpício Severo foi muitas vezes política também, porque só assim se explica o título que lhe é atribuído de "defensor da cidade". Era muito firme, prudente e vigoroso também nos negócios temporais. Várias vezes teve de resistir aos reis, principalmente por questões de elevações de impostos, e parece que sempre foi atendido por eles que voltaram atrás nas suas intenções. Certamente o seu prestígio pessoal era muito grande. Historicamente está comprovada a sua presença, pela sua assinatura, em vários sínodos realizados na região. Era também bom orador e tinha veia poética, mas não temos registros de suas obras. Não deve ser confundido com um escritor homónimo, que não é santo. Seu maior apologista foi S. Gregório de Tours, seu contemporâneo no episcopado e interlocutor epistolar.

São José Freinademetz, presb., +1908

Giuseppe (José) Freinademetz nasceu a 15 de abril de 1852, em Oies, um povoado de cinco casas entre os Alpes dolomitas do norte da Itália. Batizado no mesmo dia do nascimento, herdou da família uma fé simples, porém tenaz e uma grande capacidade de trabalho. Quando ainda cursava seus estudos teológicos, começou a pensar seriamente nas "missões estrangeiras" como uma possibilidade para a sua vida. Ordenado sacerdote em 25 de julho de 1875, foi destinado à comunidade de São Martino di Badia, bem perto de sua terra natal, onde logo conquistou o coração de seus conterrâneos. Entretanto, a inquietação missionária não o havia abandonado. Apenas dois anos depois de sua ordenação, pôs-se em contacto com padre Arnaldo Janssen, fundador da casa missionária que logo se converteria oficialmente na "Sociedade do Verbo Divino". Em 2 de março de 1879 recebeu a cruz missionária e partiu rumo à China, junto com outro missionário verbita, padre João Batista Anzer. Foram anos duros, marcados por viagens longas e difíceis, sujeitas a assaltos de bandoleiros, e por árduo trabalho para formar as primeiras comunidades cristãs. Assim que conseguia formar uma comunidade, chegava a ordem do bispo para deixar tudo e recomeçar em outro lugar. Toda sua vida esteve marcada pelo esforço de fazer-se chinês entre os chineses, a ponto de escrever aos seus familiares: "Amo a China e os chineses; entre eles quero morrer, entre eles quero ser sepultado". Cada vez que o bispo tinha que viajar fora da China, Freinademetz devia assumir a administração da diocese. No final de 1907, enquanto administrava a diocese pela sexta vez, surgiu uma epidemia de tifo. José, como bom pastor, prestou assistência incansável aos enfermos, até que ele próprio contraiu a doença. Voltou imediatamente a Taikia, sede da diocese, onde morreu em 28 de janeiro de 1908. Ali mesmo o sepultaram, sob a décima segunda estação da Via Sacra do cemitério e a sua tumba logo se transformou em um ponto de referência e peregrinação para os cristãos. Freinademetz soube descobrir e amar profundamente a grandeza da cultura do povo ao qual havia sido enviado. Dedicou sua vida a anunciar o Evangelho, mensagem do amor de Deus à humanidade e a encarnar esse amor na comunhão das comunidades cristãs chinesas. Entusiasmou muitos chineses para que fossem missionários de seus compatriotas como catequistas, religiosos, religiosas e sacerdotes. Sua vida inteira foi expressão do que foi seu lema: "O idioma que todos entendem é o amor".

Santo Gildásio ou Gildase, ou Gildaswise

Na verdade o seu nome seria “Saint Gildas, the wise” que significa Gildas, o sábio, mas acabou ficando Gildaswise e Gildase Nasceu em 500 DC no vale da Clydside, na Escócia.Ele era bem educado e ele se tornou um monge em Llanilltud no sul de Wales, onde ele foi treinado por São Illtyd e Paulo Aurelius. Ele fez uma peregrinação à Irlanda para consultar os monges contemporâneos da região e escrever cartas para monastérios bem distantes. Fluente pregador. Fundou vários monastérios. Foi o Abade de alguns e era um santo que fazia milagres e curava doentes apenas com sua oração e benção. Escreveu vários trabalhos dirigidos aos monges encorajando-os a serem bondosos humildes e obedientes a Deus. Conselheiro espiritual de muitos. Ele parece ter tido uma considerável influencia no desenvolvimento da Igreja Irlandesa. Em torno de 540 ele escreveu o famoso trabalho “De exccidio et conquest Britanniae”, com o propósito de fazer conhecer a miséria, os erros e a ruína da moral inglesa. O seu trabalho criticava os clero e os governantes ingleses culpando-os da moral baixo e do triunfo do invasores Anglo-Saxões. Embora a ferocidade de sua retórica tenha sido criticada, a maioria dos escolares julga que o que ele revela é incontestável. Mostra também que ele conhecia bem Igreja da época. O seu trabalho foi citado por São Bede. Ele é considerado o primeiro historiador inglês. Ele viveu como eremita por algum tempo na ilha de Flatholm em Bristol Channel, onde ele copiou um missal para São Cadoc que pode ter ajudado Gildásio no “De exccidio”. Gildawise fez uma peregrinação a Roma e no seu retorno ele fundou um Monastério na ilha de Rhuys na Britânia, onde ele centrou o seu trabalho e o culto. Embora ele tenha vivido por pouco tempo na pequena ilha de Morbihan ele conseguiu reunir discípulos ao seu redor e viajou para outros locais da Britania. Ele é tido como tendo falecido na Ilha de Houat em 570. O seu trabalho “De exccidio” influenciou a Igreja da Idade Media, mas pode não ter sido escrito totalmente por Gildawise. Alguns acham que ele foi adulterado ou talvez forjado após algum tempo. Ele serve de exemplo da clássica literatura disponível na Inglaterra naquela época. Os escrito de Gildásio foram mais tarde usados por Wulfsatn, Arcebispo de York no 11° século em seu famoso “Sermão do Lobo” para o povo inglês durante a desordem reinante no Principado de Ethelred. A cronologia da vida de Gildawise tem sido objeto de controvérsia e disputas. Alguns dizem que a vida de dois homens com o mesmo nome foi confundida. Mas historiadores como Lanigan, Mabelon e O’Hanlon garantem que só existiu um santo. Na Missa da Igreja Irlandesa em um Oficio especial dedicado a ele. Alguns martirologistas irlandeses comemoram sua festa no Missal Leofric (1050) e o calendário Anglo-Saxão do nono século, comemora no dia 29 de janeiro. Suas relíquias estão preservadas na Catedral de Vannes. Seus trabalhos estão preservados na Livraria da Universidade de Cambridge. Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado com um sino ao seu lado. Sua festa é comemorada pela Martirologia Romana no dia 29 de janeiro. Em 11 de maio é celebrado o traslado de suas relíquias.

SÃO SABINO DE TROYES

Nasceu em Samos. Desencantado com a sociedade e com a moral de sua terra natal Sabino viajou para Gaul, França. Em Troyes ele foi convertido e batizado por São Patroclus que mais tarde foi martirizado em 259DC. Notável pregador São Sabino continuou o trabalho de São Patroclus por 26 anos. Ele pregou e batizou na região do alto Sena e muitos foram convertidos.Quando Sabino foi trazido junto ao Imperador Marcus Aurelius para julgamento por sua fé, ele recusou a renegar sua fé e até mesmo debochou das ameaças imperiais. Furioso o imperador mandou mata-lo a flechadas, mas as mesmas inexplicavelmente falharam em atingi-lo. Foi colocado em uma fogueira e mesmo assim não morreu e continuava a cantar hinos de louvor a Jesus. Furioso o imperador mandou que o degolassem, em 275 DC. Muitos dos presentes se converteram diante de tal milagre e aqueles que o fizeram em voz alta foram martirizado e mortos. Na arte litúrgica da Igreja São Sabino é mostrado com c sua cartanta cortada por uma espada, ou com varias flechadas no corpo ou com São Patroclus. Sua festa é celebrada no dia 29 de janeiro.

VALÉRIO DE TREVAS Bispo, Santo Século IV

Alguns escritos relatam que o bispo de Trevas, chamado Valério, foi discípulo do apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e enviado para evangelizar a população da Alemanha. Mas, isto não ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo menos dois séculos antes. Mas Valério foi colaborador de S. Materno — primeiro Bispo da Alsácia —, na evangelização da Alemanha e veio a ser bispo de Trevas, quando morreu S. Eucário, primeiro Bispo de Trevas. Estes três Arautos do Evangelho foram incluídos no Livro dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha. Nos registros posteriores, revistos pelo Vaticano no final do primeiro milênio, onde foram narrados os motivos da santidade dos religiosos até então, encontramos o seguinte, sobre Valério: "converteu multidões de pagãos e operou milagres singelos e expressivos". Talvez o mais destacado, tenha sido quando Valério, trouxe de volta à vida o companheiro Materno com o simples toque do seu bastão episcopal. Depois, o outro companheiro de missão, que já havia falecido, Eucário, o teria avisado em sonho que no dia 29 de Janeiro ele seria recebido no Reino de Deus. Valério morreu neste dia de um ano ignorado, no início do século IV. A fama de sua santidade aumentou com a sua morte e os devotos procuravam a sua sepultura para agradecer ou pedir a sua intercessão. O culto se intensificou com a construção de muitas igrejas dedicadas a São Valério, principalmente entre os povos de língua germânica. Muitas cidades o elegeram como seu padroeiro. As suas relíquias, conservadas numa urna de prata, encontram-se na cripta da basílica de São Matias, na cidade de Trevas, actualmente chamada Trier, na Alemanha. Algumas parcelas destas santas relíquias foram levadas para Lisboa. A festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

VALÉRIO DE RAVENA Bispo, Santo +810

Recordamos hoje dois santos bispos com o mesmo nome, Valério. O primeiro, morreu cinco séculos antes, na Alemanha, e pode ser lido na outra página. O segundo, faleceu no dia 15 de março de 810 e foi o bispo de Ravena, em Roma, na Itália. Este Valério, bispo de Ravena, que faleceu em março, passou a ser comemorado no dia 29 de janeiro, por ser confundido com o primeiro que faleceu neste dia, o qual já tinha um culto cristalizado entre os peregrinos e devotos. O erro partiu de um copista do Vaticano, em 1286, que acreditou se tratasse de um santo só. Excluiu a festa de março e manteve no calendário da Igreja a data da comemoração mais antiga, e assim ficou. Valério de Ravena, também sofreu fortes perseguições políticas dentro do próprio clero. Mas o pior foi que para agradar o imperador Carlos Magno, que não simpatizava com ele, o bispo foi vítima de uma sórdida intriga política. No dia 8 de abril de 808, dia de Palmas, dois nobres condes paladinos chegaram cedo na cúria, conversaram com Valério que os acolheu e deu hospedagem. Participaram de todas as celebrações pertinentes à data e depois de almoçarem com o bispo, partiram agradecidos. Depois, em troca de favores da corte, estes nobres mandaram uma carta ao papa Leão III, informando que durante a refeição, daquele dia, o bispo Valério, havia proferido palavras tão impróprias, que não poderiam ser repetidas nem por escrito. Mais tarde quando surgiram outras divergências políticas, o papa Leão III escreveu numa carta à Carlos Magno, que ele mesmo contestava a santidade do bispo e lhe contou sobre os dois condes. Outras fontes históricas da Santa Sé, entretanto, comprovaram que o arcebispo de Ravena era um pastor zeloso e batalhador pela causa do bem da doutrina cristã, especialmente na luta contra a heresia ariana. Valério administrou a diocese de Ravena entre 788 e 810. O arcebispo Simeão trasladou suas relíquias para a catedral, em 1222, concedendo uma indulgência especial à basílica de santo Apolinário, por "reverências ao bem-aventurado Valério". http://www.paulinas.org.br/

VILENA DE BOTIS Esposa, Mãe, Terceira, Beata 1332-1361

Vilena de Botis nasceu em Florença, na Itália, em 1332 no seio de uma família cujo pai era um rico comerciante; ela foi contemporânea de Santa Catarina de Sena. Desde a sua tenra idade ela sentiu-se atraída pelo silêncio dos claustros, mas seu pai forçou-a a desposar, em 1351, quando ela tinha 29 anos de idade, Rosso Benintendi. A tímida donzela não ousou opor-se à vontade paterna e encontrou-se assim levada pelo turbilhão das festas mundanas que muito depressa seduziram o seu coração simples e inexperiente às coisas da vida. Mas Deus, que é um eterno amoroso das almas puras e simples, queria e tinha escolhido esta alma desde a sua tenra infância, interveio de maneira insólita. Ao cair de uma certa noite, Vilana dum sumptuoso espelho, querendo admirar a sua esplêndida cabeleira, procurou em vão encontrar o seu rosto no espelho, mas nele ela só encontrou diante dela uma espécie de monstro que a intimidava. Mas não foi ilusão, como ao princípio ela pensou, porque todos os outros espelhos da casa mostravam, quando ela deles se aproximava, a mesma imagem horrorosa. Foi o suficiente para que ela compreendesse e, imediatamente tomasse a importante decisão de entrar no convento das dominicanas de Santa Maria a Nova e, aos pés do confessor, banhada em lágrimas, libertou o seu coração, encontrando assim o perfume encantador da sua alma de criança. Depois, como se quisesse colocar um selo indelével nas suas boas resoluções, ela vestiu o hábito da Terceira Ordem Dominicana e retomou uma vida toda voltada para o Senhor e cheia de um santo fervor. A partir desse momento, uma verdadeira chama de caridade a consumia literalmente e foi também a partir dessa ocasião que ela recebeu insignes favores do Senhor que então podia dizer como e Esposo do Cântico dos Cânticos: “Tu és bela, minha querida, tu és formosa! Por detrás do teu véu os teus olhos são como pombas” (Ct. 4, 1). Como sempre, Deus lhe reservava, para a purificar, diversas e peníveis provas que ela aceitava com uma grande humildade, porque agora ela queria, do mais profundo do seu coração, assemelhar-se a Jesus Crucificado. Ela tinha compreendido muito bem o conselho de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc. 9, 23). Por amor a Jesus, ela socorreu os pobres, tal como só uma mãe sabe fazê-lo, sem no entanto esquecer os seus deveres familiares, dando assim um excelente exemplo de mãe cristã. Agora, também ela podia exclamar como a Esposa do Cântico: “Vou levantar-me e percorrer a cidade, as ruas e as praças, em busca daquele que meu coração ama” (Ct. 3, 2). No dia 29 de Janeiro de 1361, no seu leito de morte, ela desejou revestir-se do hábito branco das Dominicanas e, enquanto era recitada a Paixão do Senhor, ela entregou a sua bela alma a Deus, no memento mesmo em que o leitor lia esta frase do Evangelho: “Entre a tuas mãos eu entrego o meu espírito” (Lc. 23, 45). O seu corpo repousa na Basílica de Santa Maria a Nova, num sarcófago de mármore, obre do escultor Bernardo Rossellino. O Papa Leão XII confirmou o seu culto a 27 de Março de 1824. Afonso Rocha