Inácio de Azevedo era natural do Porto, Portugal, nascido por volta de 1526, de família importante e influente. Desde pequeno foi educado sob preceitos cristãos e recebeu também vasta cultura acadêmica. Aos dezoito anos, tornou-se administrador dos bens da família, pois tinha inteligência acima da média.
Mas sua vocação era a religião. Aos 22 anos entrou para a ordem dos Jesuítas. Cinco anos depois, recebeu a ordenação sacerdotal. Seus estudos eram tão avançados e seus conhecimentos tão extensos que, mesmo sem terminar o curso de teologia, foi nomeado reitor do Colégio Santo Antônio, em Lisboa. Destacava-se pela penitência, oração e obras de misericórdia.
A grande paixão de Inácio eram as missões! Pela seu caráter empreendedor, ativo e enérgico, São Francisco de Borja, o superior de toda a Ordem, nomeou-o Visitador do Brasil. Chegou à Bahia em 24 de agosto de 1566, juntamente com outros jesuítas. Tal viagem de inspeção durou três anos.
No Brasil, a evangelização começara havia apenas dezesseis anos, mas o trabalho dos jesuítas dava frutos em profusão. A Companhia de Jesus já estava presente em sete tribos no interior e, no litoral, possuía escolas e seminários.
Ao voltar, Inácio relatou ao geral que o trabalho ia muito bem, mas poderia render ainda mais se houvesse um número maior de missionários. Recebendo autorização do superior, recrutou jesuítas na Espanha e Portugal. Após cinco meses de preparativos, ele e mais trinta e nove companheiros partiram para o Brasil, em 5 de junho de 1570, num navio mercante.
A nau em que viajavam Inácio e um dos grupos foram atacados por protestantes calvinistas que quiseram poupar os sobreviventes da luta mas gritaram contra os jesuítas: "Mata, mata, porque vão semear doutrina falsa no Brasil".
nácio foi ao encontro deles, com uma imagem de Nossa Senhora nas mãos, dizendo a alta voz: "Todos me sejam testemunhas como morro pela Fé católica e pela Santa Igreja Romana". Já ferido mortalmente, dizia a seus companheiros: "Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos, hoje, um colégio no céu".
O massacre se repetiria um ano depois, com outros 12 integrantes dessa expedição missionária, que ainda tentavam navegar rumo ao Brasil. Foi o martírio de Pero Dias e seus companheiros.
Humanamente falando era uma catástrofe para a evangelização do Brasil, mas aos olhos de Deus os mártires são os melhores evangelizadores. Tanto na Europa como aqui em nossas terras, sobretudo, logo foram aclamados e conhecidos em toda a cristandade comovida como "Mártires do Brasil", ou "40 Mártires". O primeiro grupo de mártires, os 40 de julho de 1570, foi beatificado em 11 de maio de 1854, pelo Bem-aventurado Pio IX. Tratava-se, nesse caso, do reconhecimento e aprovação de um culto que já existia anteriormente.
Oração
Todo-Poderoso e eterno Deus,
que no Beato Inácio e seus companheiros
permitis que veneremos numa só solenidade as palmas de 40 mártires, concedei-nos propício que possamos imitar a invencível constância na fé desta falange de mártires cuja glória no céu jubilosos
contemplamos por Cristo Nosso Senhor. Assim seja.
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