quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Serva de Deus Henriqueta Aymer de la Chevalerie, Cofundadora – 23 de novembro

 
    Henriqueta Aymer de la Chevalerie nasceu no dia 8 de novembro de 1767, numa família aristocrática, no pequeno Castelo de Aymer, em St. Georges-de-Noisne, perto de Poitiers, França. Tinha dois irmãos, um mais velho e outro mais novo. Quando criança, ela passou um tempo na Abadia da Santa Cruz de São Bento, em Poitiers, para melhor se preparar para sua primeira comunhão. Seu pai morreu quando ela tinha onze anos.
     Vivendo na sociedade francesa nos últimos anos do "Antigo Regime", Henriqueta recebeu uma educação nos valores religiosos da tradição francesa e na formação um tanto superficial considerada apropriada para uma mulher. Em sua juventude, sua vida centrou-se em eventos glamourosos da aristocracia.
     Após a morte do Rei Luiz XVI, na guilhotina, o terror se impõe em toda a França. Por ter escondido em sua casa sacerdotes perseguidos pela Revolução Francesa, ela foi presa em outubro de 1793 junto com sua mãe.
     Na prisão, iniciou uma vida religiosa. Foi libertada da prisão em setembro de 1794, aos vinte e oito anos de idade. Após sua libertação, ela se juntou à Associação do Sagrado Coração de Jesus, que foi fundada em 1792 por Susana Geoffroy e algumas companheiras. A Associação era composta por um grupo de mulheres que se reuniam secretamente para rezar e ajudar os sacerdotes que viviam escondidos.
     Henriqueta pertencia a um pequeno grupo chamado "Os Solitários" dentro da Associação do Sagrado Coração. Esse grupo tornou-se mais atraído a viver uma vida religiosa. Lá, conheceu o Padre Pierre Coudrin e acabou atraída pelos mesmos ideais do seu confessor. Mantiveram longas conversações e chegaram à conclusão de que era hora de construir uma nova congregação religiosa. Eram ambos muito jovens (ela com 30 anos e ele com 29), mas sabiam o que queriam e o que Deus esperava deles.
     No dia 23 de junho de 1797, Festa do Sagrado Coração de Jesus, Henriqueta vendeu toda a herança de seu pai e comprou, em segredo, uma grande propriedade na Rua Hautes-Treilles, em Poitiers, que seria a primeira casa da Congregação dos Sagrados Corações.
     No dia de Natal de 1800, ela e o Pe. Coudrin fizeram votos solenes e esse dia pode ser considerado a data de fundação da Congregação. Madre Aymer de la Chevalerie liderou o ramo feminino da Congregação.
     Em 1805, a Congregação mudou-se de Poitiers para Paris, na Rue de Picpus, daí o nome pelo qual a Congregação é conhecida. Esta tornou-se a Casa Mãe. A imagem de Nossa Senhora da Paz, venerada na Congregação, foi ali acolhida em 6 de maio de 1806.
     Henriqueta Aymer mostrou gentileza e bondade para com as irmãs e passou a ser chamada de "La bonne mère", ou seja, a boa mãe. Ela fez mais de vinte fundações em diferentes partes da França, participou da formação das irmãs e apoiou as superioras que nomeou para as comunidades locais.
     Sua liderança inata lhe permitiu crescer como um Fundadora, mas ainda mais como Mãe. Sua bondade aliada a um caráter forte e sensível ao outro, levou-a a ser a Mãe e Fundadora naquele rápido crescimento do ramo das Irmãs.
     Um dos dilemas que nos apresenta a vida da "Boa Mãe" é a conjunção nela de aspectos aparentemente contraditórios. Uma profunda vida mística à conduz a horas de adoração, uma união contínua e fenômenos místicos que ela é incapaz de explicar, mas que o Pe.  Coudrin aproveitou para descobrir os planos de Deus para a jovem Congregação. Por outro lado, uma atividade incansável, mais de 20 fundações em toda a França, formação de Irmãs, apoio aos chefes das comunidades; preocupação prática e de todos os aspectos materiais dos dois ramos. Uma maternidade transbordando de carinho e cuidado. Se acrescentarmos a isso sua necessidade incompreensível de penitência por meios agora considerados excessivos, suas viagens e suas longas horas de adoração à noite, a vida da Boa Mãe é "um constante milagre", segundo uma afirmação do Pe. Coudrin.
     Sua correspondência com Irmãos e Irmãs, suas breves "mensagens" ao Bom Pai, Pe. Coudrin, e os testemunhos nos falam sobre uma personalidade forte e sensível, uma mulher de ação, prática e contemplativa, como os grandes místicos. Era uma pessoa de personalidade rica, mulher de Deus e mãe de muitos.
     Em 4 de outubro de 1829, ela sofreu um acidente vascular cerebral e ficou paralisada do lado direito, e faleceu em 23 de novembro de 1834.
     O processo de beatificação foi iniciado em 11 de junho de 1927, concedendo-lhe o título de Serva da Deus.
     As Irmãs de Picpus compartilham o mesmo carisma dos Padres da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e os ajudam em seu apostolado missionário, seu objetivo é a propagação da devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria, são dedicadas ao ensino e à catequese para jovens e adultos, e praticam adoração eucarística com espírito reparador.
     Elas estão presentes na Bélgica, França, Irlanda, Itália, Holanda, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Equador, México, Paraguai, Peru, RD do Congo, Moçambique, Índia, Indonésia, Filipinas.
     O Generalato está em Roma. Em 2017, a congregação tinha 531 irmãs em 83 casas. 
Fontes:
 www.mscperu.org. Consultado em 15 de outubro de 2020
Nota:
30 de agosto de 2023
     
Dia de fé, homenagens e muitas orações para reverenciar a memória do Beato Padre Eustáquio, dono de uma legião de devotos na capital e no interior de Minas Gerais. Desde cedo, no Santuário Arquidiocesano da Saúde e da Paz, mais conhecido por Igreja Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, os fiéis participam das missas, que, dessa vez, têm um motivo especial de reverência à memória do beato. Nesta quarta-feira (30/8), são lembrados os 80 anos da morte do religioso holandês, que viveu em BH e na Região do Alto Paranaíba (MG), e muitos fazem preces para o término do processo de canonização, em curso no Vaticano, que tornará o beato um santo da Igreja Católica.
     O Venerável Servo de Deus Padre Eustáquio van Lieshout, presbítero da Congregação dos Sagrados Corações foi inscrito na lista dos Beatos ou Bem-Aventurados pelo Papa Bento XVI, que concedeu também que a cerimônia litúrgica fosse celebrada no Brasil e presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação das Causas dos Santos à época, que leu o decreto, assinado pelo Pontífice.

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