Evangelho segundo São Lucas 19,41-44.
Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão, a ti e aos teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».
Tradução litúrgica da Bíblia
Presbítero, Cura de Ars
Sermão para o 9.º Domingo após o Pentecostes
Jesus chorou sobre a cidade
A nossa alma está destinada a passar a eternidade no seio do próprio Deus. Numa palavra, meus irmãos: a nossa alma é uma coisa tão grande, tão preciosa, que só Deus pode superá-la. Só por isso, meus irmãos, pensai se será de espantar que Deus, que tão bem conhece o seu valor, chore amargamente a perda de uma alma; e pensai no cuidado que devemos ter para conservar toda a sua beleza.
Há três coisas que podem fazer-nos chorar; mas apenas uma capaz de tornar as nossas lágrimas meritórias: quando choramos pelos nossos pecados ou pelos dos nossos irmãos: chorar a morte espiritual da própria alma, o seu afastamento de Deus, a sua perda do Céu. Ó lágrimas preciosas, como sois raras! E porquê, meus irmãos, senão porque não sentis a dimensão da vossa desgraça, no tempo e na eternidade?
Ai de mim! Meus irmãos, foi o medo desta perda que despovoou o mundo e encheu os desertos e os mosteiros de cristãos: eles compreenderam muito melhor do que nós que, se perdermos a nossa alma, tudo está perdido, e que, por conseguinte, ela deve ser de grande valor, uma vez que o próprio Deus lhe dá tanta importância. Sim, meus irmãos, os santos sofreram muito para que a sua alma pudesse chegar ao Céu!
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