Em meio a tantas infelicidades de Israel com as guerras e exílios, o profeta abre o coração do povo à esperança com o aceno a um banquete que simboliza a felicidade completa. A imagem do banquete é profundamente arraigada na mentalidade oriental. No banquete não existe só comida, mas comunhão de vida. O hóspede é sagrado. A Palavra de Deus escolhe essa imagem para revelar o relacionamento de Deus conosco. Há tantos acontecimentos onde o banquete é um momento de Deus com o povo. Lembramos Abraão que oferece comida aos três Anjos; A salvação é lembrada no banquete da Páscoa; os sacrifícios do templo eram também comidos em comum; a sabedoria é comparada a um banquete (Pr 9,1-6); Jesus se faz alimento que é o banquete da Eucaristia; Ele é o pão descido do Céu (Jo 6,1ss), como o maná com que Deus alimentou o povo (Ex 16,35); Jesus participou de tantos banquetes; o Apocalipse lembra que Ele ceará conosco (Ap 3,20). A Profecia de Isaías se realiza em Jesus que é a oferta de Deus para ser consumida no sacrifício da Cruz e da Eucaristia. Ele enxugará as lágrimas de todas as faces (Is 25,8). O monte onde Deus preparará o banquete é a cidade de Jerusalém e o templo. O monte é Cristo é o novo lugar onde todos podem encontrar esta felicidade prometida.
Convidai a todos
Como entender a rejeição que os escolhidos fizeram à grande oferta de Deus em Cristo? Os cristãos, por esta parábola entenderam que não foi Deus quem rejeitou o povo, mas as pessoas que, displicentemente, foram para suas ocupações. A recusa abriu as portas aos povos que estavam excluídos e nem sabiam que poderiam ser convidados. É como vemos atualmente que, por um nada, se perde a missa, muda-se de religião, abandona-se a fé e os princípios morais. Os desalojados da sociedade respondem com muito mais presteza e animação ao convite de Deus para participar do banquete do Reino. É por isso que os fracos sustentam a Igreja. Os outros estão preocupados com outras coisas de interesse pessoal. A participação no banquete de Deus exige que se use a veste própria da festa que era oferecida pelo anfitrião. Este é o sentido da participação na vida de Cristo. Paulo insiste no revestir-se de Cristo (Rm 13,14). O Salmo 22 expressa essa atitude de Cristo que conduz o rebanho a bons lugares onde há tudo o que há de bom. É o Senhor que conduz: “Felicidade e todo o bem hão de seguir-me por toda a minha vida; e na casa do Senhor, habitarei por tempos infinitos”. Lembramos também a grande promessa do Céu onde nos sentaremos à mesa de Deus. Jesus diz: “Onde eu estiver eu quero que estejam comigo” (Jo 14,3).
Preceda-nos vossa graça
A vida cristã é o grande banquete que Deus nos oferece com todos os dons e graças para o crescimento em Cristo. Esse banquete sacia nossa fome de vida em qualquer circunstância, como nos escreve Paulo: “Sei viver na miséria e sei viver na abundância... tudo posso naquele que me dá força... o meu Deus proverá com sua riqueza a todas as vossas necessidades”(Fl 4,12.13.19). A permanência na graça é estar sempre vestido com a veste nupcial, o traje de festa (Mt 22,11). Temos garantia de viver na graça porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações (Rm 5,5). A comunhão de cada missa é a participação no banquete que Deus prepara para nós. Ele nos dá sua vida como alimento e bebida (oração pós comunhão).. Sua graça precede-nos e nos sustenta (oração).
Leituras: Isaías 25,6-10ª;Salmo 22;
Filipenses 4,12-14.19-20; Mateus 22,1-14.
1.Num mundo de sofrimentos o profeta anuncia uma felicidade simbolizada por um banquete que era sagrado para o oriental. Há muitos banquetes na Bíblia. Também Jesus usa esse símbolo para expressar o convite ao Reino e a memória da Redenção.
2.Os cristãos compreenderam que Deus não rejeitara o povo, mas que fora displicentemente recusado. Assim acontece hoje. Por pouca coisa se deixam as coisas de Deus. Quem participa deve vestir-se de Cristo. Deus nos conduz a bons lugares, como reza o salmo. Jesus nos quer no Céu com Ele.
3.A vida cristã nos sustenta em qualquer situação seja de abundância seja de pobreza. A permanência na graça é estar sempre vestido com a veste de festa. Em cada Missa, participando deste banquete na Comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor, comida e bebida.
Vestindo a camisa do time
Na bíblia, a felicidade do Reino de Deus é comparada a um banquete. Deus o abre a todos os povos. A alegria não é reservada a poucos. Jesus compara sua vinda para inaugurar o Reino como um convite a um banquete. Os convidados não ligaram e não foram. Cada um deu uma desculpinha lavada.
Então, o rei convida outros. Assim aconteceu com o povo de Deus, de modo particular com os donos do povo, que recusaram acolher o convite de Jesus. Este abre a festa do Reino a todos.
Contudo, para participar é preciso estar de acordo com o Reino, como se diz, vestir a camisa do time dele. Nós vemos hoje que tanta gente recusa participar e os que vêm, querem fazer a fé a seu modo, ou inventando outras para disfarçar ou mesmo, estando na católica, fazer como bem entende, longe do evangelho.
Os que ouvem e acolhem, podem ter certeza, como S. Paulo que diz que “tudo posso naquele que me dá força”
Homilia do 28º Domingo Comum (09.10.2011)
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