Evangelho segundo São Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o Templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: "sou eu"; e ainda: "o tempo está próximo". Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Tradução litúrgica da Bíblia
(Edith Stein) (1891-1942)
Carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A oração da Igreja
«Louvai a Deus no seu santuário.
Tudo o que respira louve o Senhor!» (Sl 150, 1.6)
Já na Antiga Aliança havia uma certa compreensão do carácter eucarístico da oração. A prodigiosa construção da Tenda da Aliança (cf Ex 25s), tal como, mais tarde, a do Templo de Salomão (cf 1Rs 5-6), é imagem de toda a Criação agrupando-se em torno do seu Senhor para O adorar e servir. Da mesma forma que, segundo a narração da criação, o céu foi desdobrado como um toldo (cf Sl 104 [103],2), assim também a Tenda era constituída por painéis de tecido; do mesmo modo que as águas que estavam sob o firmamento foram separadas das que estavam por cima (cf Gn 1,7), assim também o véu do Templo separava o santo dos santos dos espaços envolventes. O candelabro de sete braços era igualmente símbolo dos luzeiros do céu, tal como cordeiros e pássaros representavam a abundância de seres vivos que habitam as águas, o solo e os ares. E, do mesmo modo que a terra foi confiada ao homem (cf Gn 1,28), cabia ao sumo sacerdote permanecer no santuário (cf Lv 21,10s). Em lugar do Templo de Salomão, Cristo edificou um templo de pedras vivas (cf 1Pe 2,5), a comunhão dos santos, no centro do qual Ele permanece como sumo sacerdote eterno e sobre cujo altar é Ele próprio o sacrifício oferecido eternamente. E toda a criação participa desta liturgia: os frutos da terra, a ela associados em misteriosa oferenda, assim como as flores, as lâmpadas, as tapeçarias e o reposteiro do Templo, o sacerdote consagrado, a unção e a bênção da casa de Deus.
Nem sequer os querubins, cujas figuras esculpidas montavam guarda ao santo dos santos, estão ausentes: agora, são os monges que, semelhantes aos anjos, não cessam de louvar a Deus dia e noite, na terra como no céu. Os seus cânticos de louvor convidam desde a aurora toda a criação a enaltecer em uníssono o Senhor: montanhas e colinas, rios e cursos de água, mares e terra firme e tudo o que neles habita, nuvens e ventos, chuva e neve, todos os povos da terra, homens de todas as raças e condições, habitantes do Céu, todos os santos e anjos de Deus (cf Dn 3,57-90). Queiramos associar-nos, na nossa liturgia, a este louvor eterno de Deus. E quem somos nós? Não são apenas os religiosos regulares, é todo o povo cristão.
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