“O martírio do Beato Stanley Francis Rother nos enche de tristeza, mas também estamos felizes em ver a bondade, generosidade e coragem de um grande homem de fé.
Ele foi uma luz autêntica para a Igreja e para o mundo, porque não odiou, mas amou, não destruiu, mas construiu.
O Beato Stanley Rother é um testemunho para nós, testemunhas e missionários do Evangelho. A sociedade precisa dessa fonte de bem”.
Cardeal Angelo Amato – Homilia de Beatificação –
23 de setembro de 2017
Stanley Francis Rother nasceu em uma pequena cidade chamada Okarche, localizada no estado de Oklahoma, onde a religião, a educação e as granjas eram os pilares da sociedade.
Em sua juventude teve uma vida simples e trabalhava na granja da sua família. Rodeado de sacerdotes, sentiu o chamado de Deus e entrou no seminário. Ali começaria a verdadeira aventura de sua vida.
No seminário tinha dificuldades nos estudos, assim como São João Maria Vianney, o Cura D’Ars.
Maria Scaperlanda, testemunha: “ambos eram homens simples que sentiram o chamado ao sacerdócio e alguém tinha que autorizá-los para que completassem os seus estudos e se tornassem sacerdotes. Eles trouxeram consigo bondade, simplicidade e um coração generoso em tudo o que faziam”.
Quando Stanley ainda estava no seminário, o então Papa João XXIII pediu às dioceses dos Estados Unidos que enviassem assistência e estabelecessem missões na América Central. Foi assim que as dioceses de Oklahoma City e Tulsa estabeleceram uma missão em Santiago Atitlán, uma comunidade indígena muito pobre na Guatemala.
Poucos anos depois de ordenado, Pe. Rother aceitou o convite de se unir a esta equipe missionária, onde passaria os 13 anos seguintes de sua vida.
Ao chegar à missão, os índios maias de Tz’utujil não tinham na vila um nome parecido a Stanley, por isso começaram a chamá-lo de Padre Francisco, por causa de seu segundo nome, Francis. Aprendeu espanhol e tzutuhil e chegou a traduzir o Novo Testamento e o rito da missa para essa língua, além de dirigir uma rádio educativa e uma pequena enfermaria.
Por sua parte, Pe. Stanley percebeu que tudo o que havia aprendido quando era jovem, na granja da sua família, serviria muito neste novo local, pois como sacerdote missionário, foi chamado não só para celebrar a Missa, mas para ajudar em tarefas simples dos camponeses.
“O Padre Stanley tinha uma disposição natural a compartilhar o trabalho com eles, a partilhar o pão e a celebrar a vida com eles, o que fez com que a comunidade na Guatemala dissesse que o Padre Stanley ‘era nosso sacerdote’”, comentou Scaperlanda.
Nos anos de 1980 e 1981, a violência chegou a um ponto quase insuportável e o sacerdote via como seus amigos e paroquianos eram sequestrados ou assassinados. Inclusive o seu nome estava na lista negra.
Ele chegou a visitar sua cidade, Oklahoma, em janeiro de 1981, mas pediu ao seu bispo para retornar à Guatemala. Seu irmão o questionou: “Por que você quer voltar? Eles estão te esperando e vão te matar”. Rother respondeu: “Bem, um pastor não pode fugir do seu rebanho”
Na madrugada de 28 de julho de 1981, uma pessoa foi ameaçada com uma arma, foi até o quarto do “Padre Francisco”, acordou-o e disse que o estavam procurando.
Três ‘ladinos’ – homens que massacravam indígenas e camponeses pobres – o esperavam. Naquele momento, queriam que o Pe. Stanley “desaparecesse”. Ele resistiu e lutou durante 15 minutos até que dispararam duas vezes contra ele que, assim, morreu.
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