Evangelho segundo São Mateus 13,31-35.
Naquele tempo, Jesus disse ainda à multidão a seguinte parábola: «O Reino dos Céus pode comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo.
Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as plantas da horta e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos».
Disse-lhes outra parábola: «O Reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado».
Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia,
a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta, que disse: «Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo».
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge do Egipto
Homilia n.° 24
«Até ficar tudo levedado»
Depois da transgressão de Adão, os pensamentos da alma dispersaram-se, afastando-se do amor de Deus na direção do mundo presente, e misturaram-se com pensamentos materiais e terrenos. Com a sua transgressão, Adão recebeu em si o fermento das más tendências, e todos os que dele nasceram e toda a raça de Adão receberam também uma parte desse fermento. Seguidamente, as disposições más cresceram e desenvolveram-se entre os homens, a ponto de eles praticarem todo o tipo de desordens. Finalmente, o fermento da malícia penetrou em toda a humanidade.
De maneira análoga, durante a sua estada na Terra, o Senhor quis sofrer por todos os homens, resgatando-os com o seu próprio sangue e introduzindo o fermento celeste da sua bondade nas almas crentes, humilhadas pelo jugo do pecado; quis completar nelas a justiça dos preceitos e todas as virtudes, de maneira que, ao penetrar nelas este fermento, fiquem unidas no bem e formem com o Senhor «um só Espírito», segundo as palavras de Paulo (1Cor 6,17). A alma que é totalmente penetrada pelo fermento do Espírito Santo já nem pode ter a ideia do mal e da malícia, como está escrito: «O amor não se irrita nem guarda ressentimento» (1Cor 13,5). Sem este fermento celeste, ou, por outras palavras, sem a força do Espírito Santo, a alma não poderá ser amassada pela suavidade do Senhor nem alcançar a verdadeira vida.
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