terça-feira, 25 de julho de 2023

EVANGELHO DO DIA 25 DE JULHO

Evangelho segundo São Mateus 20,20-28. 
 Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido. Jesus perguntou-lhe: «Que queres?». Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei de beber?». Eles disseram: «Podemos». Então Jesus declarou-lhes: «Bebereis do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande, seja vosso servo e quem entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso escravo. Será como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».
Tradução litúrgica da Bíblia 
Pio XII (1876-1958) 
Papa 
Audiência de 24/07/1940 
São Tiago, «filho do trovão» 
O evangelho resume assim o chamamento de Cristo a Tiago e João, e a resposta dos dois irmãos: «Imediatamente, deixando as redes e o pai, seguiram-no» (Mt 4,22). Pode parecer pouco, mas na realidade é muito. De facto, Tiago, tal como seu irmão, deixou o pai, Zebedeu, na barca que flutuava perto da margem e afogou para sempre nas ondas os seus afetos passados, colocando o seu futuro sem reservas nas mãos do divino Mestre. Com a sua impetuosidade generosa, Tiago tinha começado bem; mas como continua? O evangelho diz-nos algumas coisas. Da parte de Jesus, cujo amor não muda, ele é objeto de especial predileção. Ele, seu irmão João e Pedro, vizinho e companheiro de pesca de ambos, formam uma tríade a quem Jesus reserva favores singulares: serão as únicas testemunhas da sua glória na transfiguração (cf Mt 17,1-8), e da sua tristeza e submissão na agonia do Getsémani (Mc 14,33). Mas foi precisamente aqui que faltou a Tiago fidelidade ao seu divino Mestre. Tinha-O amado sinceramente, tinha-O seguido com ardor, e não fora sem razão que Jesus tinha dado aos dois irmãos, filhos de Zebedeu, a alcunha de «filhos do trovão» (Mc 3,17). Sua mãe, ambiciosa, ousara um dia pedir a Jesus os melhores cargos do seu Reino para os filhos; e, quando o Salvador lhes perguntou: «Podeis beber o cálice que eu hei de beber?», os dois interessados responderam de boa fé: «Podemos» (Mt 20,20-22). Tiago, teu irmão João, o apóstolo do amor, estará pelo menos presente no Calvário; mas onde estarás tu nessa hora? A deserção começou em Getsémani, quando os três apóstolos prediletos receberam do Salvador esta dolorosa queixa: «Não pudestes sequer vigiar comigo uma hora?» (Mt 26,40). Mas São Tiago bebeu efetivamente o cálice que Jesus lhe tinha predito: morreu mártir (cf At 12,12). A fraqueza do abandono nas horas tristes da Paixão tinha sido perdoada e esquecida pelo Redentor.

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