Marcos narra que, depois da cura na sinagoga, Jesus vai para a casa de Pedro e, à tarde, para a praça. Evangeliza todos os ambientes. Suas curas são uma explicação de suas palavras. Movido pelo Espírito, assumiu em si a figura do Servo sofredor que é luz e libertação (Is. 42,1-7), mas “eram nossas dores que ele tomou sobre si... por suas chagas fomos curados” (Is 53,5). A primeira leitura apresenta-nos o patriarca Jó. Ele chegou ao extremo da miséria. Foi atingido em sua própria carne com a lepra, em seus bens, no afeto familiar pela morte dos filhos e pela humilhação que lhe faz esposa, pela incompreensão dos amigos. Abandonado e humilhado em sua fé sente-se abandonado por Deus que é a pior dor. Ele chega à desilusão quanto à vida. É a mesma miséria da humanidade. As dores e a muitas carências atingem a humanidade. Jó afirma: “Não é por acaso uma luta a vida do homem sobre a terra?” (Jo 7,1). É angustiante não ver o fim da dor. A missão de Jesus é curar e vencer toda os males da vida. Ele, assumindo nossas dores, teve pena dos sofredores e os aliviou pelas curas e pela vitória sobre o mal. Marcos narra: “À tarde, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio... Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios” (Mc 1,32.34). Seu sentimento de compaixão pelos sofrimentos do povo é constante: “Tenho compaixão da multidão” (.Mc 8,2). A compaixão leva-o a assumir as dores, não sentir pena. Assume as dores e os pecados. Escreve Paulo: “Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Cor 5,21). O pecado é a pior doença. Surgem dele os males que ferem a humanidade. Ele, ferido no sacrifício da Cruz, curou esta ferida. Suas chagas, diz S.Afonso, são setas que movem ao amor.
Evangelizar as dores
Levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. (No tempo de Jesus as doenças eram atribuídas a uma possessão diabólica. Não há necessidade de crer que todos os possessos que foram levados a Jesus eram possuídos realmente). As curas que Jesus realiza têm uma finalidade de, por meio delas, anunciar a Boa Nova – Evangelho – da Salvação que está nele. Esse modo de evangelizar demonstra seu poder de tocar a pessoa. As dores da humanidade são o campo onde Deus manifesta sua bondade e sua misericórdia. Jesus é médico. Por isso cura. Jesus busca as pessoas e não a popularidade. No mistério da dor, como explicar a dor dos justos e fiéis a Deus? Esta dor não é uma mal, mas a participação no sacrifício de Cristo para a redenção do mundo. Curamos o mundo com a solidariedade que é o melhor remédio para a dor e na sensação de abandonados por Deus. O sofrimento do justo é evangelizador.
Curados para servir
A cura da sogra de Pedro sintetiza a finalidade das curas de Jesus. Cura pelo poder para poder servir. Ser curado é pôr-se a serviço. Podemos ver tantos que falam de Jesus e não fazem nada pelos outros. É preciso evangelizar o homem todo, como Jesus fazia. A fé não pode ser estéril, deve servir à vida. Também o domingo, as celebrações, as estruturas e os ensinamento devem servir à vida. É preciso silenciar os demônios, tirando ao mal seu poder. Continuar o ministério de evangelizar é continuar curando as chagas do mundo, mesmo que tenhamos que entrar nas chagas de Cristo. Necessitamos ter intimidade com Pai pela oração. A celebração cura nossas chagas e nos põe a serviço. Isso é Eucaristia.
Leituras: Jó 7,1-4.6-7; Salmo 146;
1 Coríntios 9,16-19.22-23; Marcos 1,29-39.
1. Jesus evangeliza e cura. As curas explicam sua palavra. Ele assume a figura do Servo sofredor que é luz, mas também toma sobre si nossas dores. Jó apresenta a miséria do mundo em sua própria vida. A missão de Jesus é curar e vencer todos os males da vida com a vitória sobre o mal. Ele age com a atitude de compaixão. O pecado é a pior doença. Jesus assumiu nossos pecados e por ele fomos curados.
2. Levaram a Jesus os doentes e possuídos do demônio. A doença era tida como uma possessão. Pelas curas Jesus anuncia o Evangelho. Ele cura a pessoa como um todo. Entrando no mistério da dor, como explicar a dor do justo? Ela é uma participação no sacrifício de Cristo para a redenção do mundo. Curamos o mundo com a solidariedade.
3. A cura da sogra de Pedro sintetiza a finalidade das curas de Jesus. Cura pelo poder para poder servir. É preciso evangelizar o homem todo. A fé não pode ser estéril. Deve servir à vida. Também o domingo, as celebrações, as estruturas e o ensinamento devem servir à vida. É preciso silenciar os demônios tirando ao mal seu poder. Evangelizar é continuar curando as chagas do mundo, mesmo que tenhamos que entrar nas chagas de Cristo.
Jesus gosta de sogra.
O mundo é um mar de rosas. Realmente há muita rosa! Mas há muito espinho. Jó sente isso na própria carne. Jesus, ao se encarnar, assumiu essa condição doente da sociedade e pôs-se, como médico a curar. As curas de Jesus não são um SUS. É a exemplificação de sua missão que é curar o homem todo.
A cura não é uma satisfação pessoal. Ser curado é colocar-se a serviço, como fez a sogra de Pedro que Jesus curou e logo os serviu. O verbo usado “levantar-se” é o mesmo usado no batismo, quer dizer, missão do cristão. Ser curado é por-se a serviço.
Nós continuamos sua pregação, como diz Paulo: “Pregar o Evangelho para mim é uma imposição. Ai de mim se não pregar o evangelho!”. Para isso o discípulo deve fazer como Jesus: rezar e bem!
Homilia do 5º Domingo do Tempo Comum(08.02.2009)
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