Havia um jovem na cidade de Rieti, chamado João. Simples, humilde e sempre alegre, seguia a vida comum na alimentação e em tudo que se refere à vida da comunidade. Era irrepreensivelmente social, mas em sua vida particular era muito diferente.
Servia com muito amor e caridade a todos os irmãos. Ninguém jamais ouviu de seus lábios nem uma palavra, nem pôde observar uma ação que ferisse o amor fraterno. Foi atencioso para com todos, especialmente para com os doentes e os hóspedes, colocando o que tinha à sua disposição, e cheio de caridade atendia a todos com alegria. De bom grado e com suma diligência ajudava a missa de todos os sacerdotes que se apresentavam.
Este irmão costumava retirar-se sozinho ao horto do convento e, via-se quando voltava, que tinha chorado. Perguntado, certa vez, sobre o motivo de suas lágrimas, respondeu:
“Vejo que as plantas, as árvores, as aves e a terra com seus frutos, obedecem a Deus; e os homens, aos quais foi prometida a vida eterna por sua obediência, desprezam os mandamentos do Criador. Por isso choro e gemo”.
Conta-se que esse irmão de feliz memória, todos os dias, algum tempo antes de sua morte, teve o prazer escutar o canto de um rouxinol que vinha gorjear na sua janela. Admirados os irmãos, perguntaram a significação daquele fato. Respondeu-lhes, em tom de brincadeira, que era o convite para as bodas do céu.
Uma vez, enquanto ajudava a missa, viu sobre o altar uma luz celestial. Neste mesmo dia, caiu doente e pouco depois, com grande devoção, entregou seu espírito ao Criador. Naquele mesmo ano, Deus realizou, por sua intercessão, cerca de cento e cinquenta prodígios, conforme ouvi dos irmãos daquele convento, quando há muito tempo estive pessoalmente em Rieti, visitando o sepulcro do santo irmão.
Testemunho de Jordão da Saxonia
O beato João de Rieti nasceu como João Bufalari e ficou conhecido como “Giovannino” (“Joãozinho”), em torno de 1299 em Castel Porchiano, na diocese de Amélia, na região da Úmbria, na Itália. Muito jovem ainda entrou na Ordem Agostiniana e foi enviado a Rieti, onde permaneceu até sua morte prematura, o que aconteceu por volta de 1316, aos 17 anos.
É exemplo de santidade adquirida em pouco tempo e durante a idade juvenil.
Em sua breve vida como frei agostiniano, foi considerado um servente de todos, mostrando grande amor fraternal no cuidado com os doentes e com os visitantes do mosteiro e passava bastante tempo em oração.
Suas relíquias conservam-se na igreja de Santo Agostinho de Rieti.
O papa Gregório XVI confirmou seu culto em 1832.
Oração
Ó Deus, cujo Filho foi para nós exemplo de humildade e prometeu aos puros de coração ver a Deus; concedei a vossos servos, por intercessão do Beato João, vos servir fielmente com humildade e pureza de coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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