segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -06- PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO
LIBÁRDI(+)-REDENTORISTA


Em que consiste a prepotência? 
Das forças que dominam ou pelo menos tentam dominar o mundo, a que mais machuca e humilha é a do poder. É impressionante como as pessoas são levadas a procurar o poder e a querer dominar os outros. Parece até que se trata de uma luta pela sobrevivência. Os poderosos matam, roubam, dominam. Mas também o mais simples empregado, se sobrar brecha, em pouco tempo está mandando, oprimindo os demais companheiros. Se observarmos as crianças, podemos perceber rápido os líderes, mas também vemos logo os “donos da bola”. Até em casa, ninguém quer ficar rebaixado, quase sempre todos querem estar com a razão. E o que dizer daqueles que volta e meia nos interpelam: “Você sabe com quem está falando?” Essa prepotência é típica do ignorante que se impõe pelo título ou pelo dinheiro ou pela posição social. Ele não é capaz de se fazer ouvir de uma outra forma mais inteligente, então apela para esse chavão que merecia uma resposta bem malcriada. Essa vaidade e orgulho já foram condenados por Jesus ao se referir aos fariseus e doutores da Lei que se valiam de sua posição social e da Lei para se imporem ao povo. Será que vamos demorar muito para entender o valor de cada pessoa humana? Não negamos o mérito de quem construiu honestamente seu nome, sua autoridade e se tornou digno de respeito. Nem ensinamos o desrespeito à autoridade legitimamente constituída desde que ela seja digna. É impressionante como a pessoa simples não tem valor; isso é fácil de verificar nas filas de atendimento nos órgãos públicos, mesmo sabendo que quem nos está atendendo não tem a mínima condição de o fazer, pois está ali por proteção e apadrinhamento. Bem se diz que “pobre não tem vez”. Por outro lado já falou Jesus a respeito dos ricos: “Já receberam sua recompensa”. Nessas alturas falar para um desses tipos de prepotentes sobre o mandamento do amor é perder tempo, porque ele não vê além do seu próprio nariz. Se essa pessoa pudesse ver como ela é detestada no serviço, entre os pretensos amigos; perceber como ela é tolerada porque não há outro caminho; perceber como ela é ridícula. Amanhã é certeza que, ao necessitarmos dos outros, essa arrogância acaba pela própria necessidade de sobrevivência. O que fazer com essa prepotência na velhice, na solidão, na doença? Seria bom ler nos Evangelhos e se lembrar da festa do banquete onde os convidados não entraram, mas foram convidados os excluídos para ocuparem os lugares reservados. E o que diz a bênção final no casamento: “Abri vossas portas aos pobres e infelizes, que um dia vos receberão agradecidos na casa do Pai”. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

REFLETINDO A PALAVRA - “Traduzindo o amor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Amor que se traduz em fatos
 
São João escreve em sua bela carta: “Não amemos somente em palavras, mas em atos e verdade” (1Jo 3,18). Não bastam belas palavras e discursos sobre o amor. O amor que é amor se traduz em ações concretas para com as pessoas, sem distinção. A identidade do discípulo de Jesus está no amor, pois toda santidade consiste no amor. Jesus é muito claro: “Meu mandamento é que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 13,34). Traduzir o amor nas diferentes situações é realizar o amor de Jesus. É o modo de encontrarmos Deus, pois “Deus é amor e quem ama permanece em Deus e Deus nele” (1Jo 4,16). Sem esse amor, ser cristão perde o sentido e esvazia o conteúdo da mensagem de Jesus. Cristianismo antes de ser uma doutrina é uma vida, e essa vida é o amor. É mais fácil saber a doutrina de cor, o que é bom, do que se comprometer com o irmão no gesto de amor e de serviço. Sobre os primeiros cristãos se dizia: “Vede como se amam”. Esse amor dava consistência a seu testemunho. Quem sabe a fragilidade do cristianismo na atualidade venha justamente da ausência do amor que Jesus põe como fundamento do novo povo de Deus. A Igreja sempre teve a preocupação de traduzir o amor em atos, como por exemplo, cuidando de crianças, doentes e ajudando os pobres de muitos modos. Cada comunidade deveria examinar-se se não gasta tempo demais com outras atividades da Igreja e não com o amor aos mais abandonados. Cada um veja bem sua vida de amor. 
Amar com o pensamento 
O amor não acontece somente em boas ações, mas também no pensamento. Em Jesus, tudo é completo. Um mestre da lei perguntou-lhe: “Mestre, qual é o maior mandamento?” Jesus respondeu: “O primeiro mandamento é: “Amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. O segundo é semelhante ao primeiro: amarás o próximo”. O amor ao próximo envolve a pessoa inteira, na intenção, no espiritual, no intelectual, no afetivo etc... Sabemos que Jesus insista em que o olhar de mau desejo já consistia em pecado. Do mesmo modo, um olhar de amor e o amor que acontece nos pensamentos são realização do mandamento do amor. Se os “maus pensamentos” são pecaminosos e até tidos como graves, os bons pensamentos são realização do mandamento do amor, são caminhos de santidade. O amor envolve todo nosso ser e agir. Quem ama de fato pensa bem sobre as pessoas. Podemos fazer julgamentos prejudiciais a nós e aos outros. Jesus explica que do interior procedem as maldades. É do interior que procedem também a vida de amor. Jesus exige a perfeição: “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste”. 
Amor é vida 
Jesus nos deu Sua vida através do amor. E diz que “não há maior amor do que dar a vida pelos amigos”. Sua missão era a vida. Veio para que tenham vida e a tenham em abundância. A realização máxima do amor é dar a vida. Muitos, como Ele, deram a última gota de sangue pelo amor. Contudo, dar a vida gota a gota dia a dia é também a máxima doação. O segredo primeiro da fé cristã é sair de si para ser para os outros. Assim fizeram os santos, canonizados ou não, que se doaram a Deus e aos irmãos, saindo de si para que a vida fosse abundante em todos. Traduzir o amor é a realização do amor.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM SETEMBRO DE 2005

EVANGELHO DO DIA 31 DE JANEIRO

Evangelho segundo São Marcos 5,1-20. 
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos chegaram ao outro lado do mar, à região dos gerasenos. Logo que Ele desembarcou, saiu ao seu encontro, dos túmulos onde morava, um homem possesso de um espírito impuro. Já ninguém conseguia prendê-lo, nem sequer com correntes, pois estivera preso muitas vezes com grilhões e cadeias e ele despedaçava os grilhões e quebrava as cadeias. Ninguém era capaz de dominá-lo. Andava sempre, de dia e de noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. Ao ver Jesus de longe, correu a prostrar-se diante dele e disse, clamando em alta voz: «Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Conjuro-Te, por Deus, que não me atormentes». Porque Jesus dizia-lhe: «Espírito impuro, sai desse homem». E perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?». Ele respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos». E suplicava instantemente que não os expulsasse daquela região. Ora, ali junto do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. Os espíritos impuros pediram a Jesus: «Manda-nos para os porcos e entraremos neles». Jesus consentiu. Então os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. A vara, que era de cerca de dois mil, lançou-se ao mar, do precipício abaixo, e os porcos afogaram-se. Os guardadores fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos; e, de lá, vieram ver o que tinha acontecido. Ao chegarem junto de Jesus, viram, sentado e em perfeito juízo, o possesso que tinha tido a legião; e ficaram cheios de medo. Os que tinham visto narraram o que havia acontecido ao possesso e o que se passara com os porcos. Então pediram a Jesus que Se retirasse do seu território. Quando Ele ia a subir para o barco, o homem que tinha sido possesso pediu-Lhe que o deixasse ir com Ele. Jesus não lho permitiu, mas disse-lhe: «Vai para casa, para junto dos teus, conta-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti». Então ele foi-se embora e começou a apregoar na Decápole o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Teresa de Calcutá(1910-1997) 
Fundadora das Irmãs 
Missionárias da Caridade 
«Não há amor maior» 
«O homem que tinha sido possesso
pediu-Lhe que o deixasse ir com Ele. 
Jesus  disse-lhe: "Vai para casa, 
para junto dos teus, 
conta-lhes tudo o que o Senhor te fez"» 
Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus (cf Jo 3,16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para sermos o seu amor, a sua compaixão e a sua presença, através de uma vida de oração, de sacrifício e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo. Levemos a palavra de Jesus a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo, porque, se temos fé, estamos perpetuamente na sua presença. Pela contemplação, a alma bebe diretamente do coração de Deus as graças que a vida ativa está encarregada de distribuir. A nossa vida deve estar unida a Cristo vivo, que está em nós. Se não vivermos na presença de Deus, não conseguiremos perseverar. O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da sua. A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto às escuras, mas por permitirmos a Jesus que viva a sua Paixão, o seu amor, a sua humildade em nós, que reze conosco, que esteja conosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são uma só coisa. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como sua mensagem pessoal de amor (cf Mc 16,15).

31 de janeiro - Beata Ludovica Albertoni

Ludovica nasceu em Roma, de uma família nobre, os Albertoni, em 1473. Perdeu o pai aos dois anos e, por motivo do segundo casamento da mãe, foi entregue aos cuidados de tias paternas e da avó materna, que lhe deram uma esmerada educação. Privilegiada em graça e beleza incomparáveis, Ludovica era admirada e cortejada por muitos jovens da nobreza romana. Mas logo a família prometeu-a ao jovem nobre Giacomo della Cetera. Aos 20 anos casou-se e desse casamento teve três filhas. No bairro de Trastevere, onde vai passar a maior parte de sua vida, ela frequenta a Igreja de São Francisco a Ripa, absorvendo a espiritualidade franciscana. As suas características mais marcantes foram a fidelidade no cumprimento dos deveres e o amor aos pobres. Dedicou ao marido um santo afeto; por causa do temperamento brusco de seu esposo o casamento é turbulento, mas Ludovica vive com sacrifício e abnegação confiando na graça do sacramento do matrimônio. Educou as filhas com esmero, orientando-as na oração e nas leituras. Dizia-lhes com frequência que preferia vê-las mortas do que em pecado mortal.

31 de janeiro - Beata Candelária de São José

“A obra da Beata Candelária evidencia a teologia do consolo porque em seu agir transmitiu alegria ao doente, por isso Deus consolava através dela. O amor a Deus está intimamente unido com a caridade ao próximo. Ela testemunha que só o amor pode mudar a vida do ser humano. Convida-nos a nos preocupar com os doentes, aliviar a solidão dos anciões e os pobres.” Cardeal Saraiva Martins – Homilia de Beatificação – 27 de abril de 2008 
“Esta beatificação é muito importante porque é a primeira que se faz em solo venezuelano e esperamos que hajam muitas mais. O importante é que queiramos reafirmar nossa vivência cristã pelo caminho de Jesus Cristo que é o único para a felicidade. Ela personifica o triunfo da fé sobre a incredulidade, amor sobre ódio, solidariedade e misericórdia sobre o egoísmo e a indiferença, paz sobre a violência e a guerra''. Cardeal Jorge Urosa Sabino – Arcebispo de Caracas Susana Paz Castillo Ramírez, terceira filha de Francisco de Paula Paz Castillo e Maria do Rosário Ramírez, nasceu em Altagracia de Orituco (Estado Guárico, Venezuela), em 11 de agosto de 1863.

Santa Marcela - Digna discípula de São Jerônimo

Grande dama romana do século IV, viúva aos 22 anos, dedicou-se ao estudo das Sagradas Escrituras e consagrou a Deus sua viuvez O principal historiador de Santa Marcela foi seu diretor espiritual, São Jerônimo, grande Doutor da Igreja e mestre das Sagradas Escrituras, que após o falecimento dela, escreveu a Principia, pupila da Santa, a Carta 127, com sua biografia. Baseiam-se nessa fonte privilegiada todas as hagiografias sobre Santa Marcela, como também o relato que faremos.(1)
Da mais alta sociedade romana
Marcela nasceu por volta do ano 325 em Roma, tendo como ancestrais cônsules e governadores de províncias. Cresceu em meio ao luxo, numa família ilustre, frequentando os mais altos ambientes de Roma. A presença pagã ainda era forte no Império quando Marcela nasceu. Havia decorrido pouco mais de uma década do Edito de Milão (ano 313), pelo qual Constantino tirou a Igreja das catacumbas, dando-lhe liberdade e permitindo sua expansão. Este imperador, ao falecer em 337 — quando Marcela tinha aproximadamente 12 anos — dividiu o Império Romano entre seus filhos Constantino II, Constante e Constâncio. Com a morte dos dois primeiros (340 e 350) e de Magnêncio (353) — que tomara o lugar de Constante — tornou-se Constâncio.

Santos Ciro e João, anárgiros († 312) , 31 de Janeiro

Os Veneráveis Santos Mártires Ciro e João, os Anárgiros, e suas companheiras (as quais, Virgens e Mártires Teoctista, Teódota e Eudóxia e Mártir Atanásia; séc. IV) foram santos vitimados durante a Grande Perseguição de Licínio. Ciro e João foram reconhecidos pela taumaturgia e por suas habilidades como médicos. A Igreja os comemora nos dias 31 de janeiro pelo seu martírio, 28 de junho pela transladação de suas relíquias e 17 de outubro durante a Festa de Todos os Santos Anárgiros.
Vida 
Ciro nasceu na segunda metade do século III em Alexandria no Egito, e em sua juventude tornou-se um renomado médico cristão que tratava dos enfermos sem exigir cobrança alguma, motivo pelo qual foi chamado “anárgiro”. Curando não só os enfermos de corpo como também os de espírito, Ciro possuía uma frase icônica: “Aquele que deseja evitar a doença deve abster-se do pecado, pois este é muitas vezes a causa daquela.” Pregando o Evangelho, o santo médico converteu muitos pagãos a Jesus Cristo.

Tobias, Filho de Tobit (Antigo Testamento), 31 de Janeiro

A história de Tobias e de seu pai, Tobit, é contada no Livro de Tobias. Em Nínive, na Assíria, Tobit, um deportado judeu muito piedoso ficou cego e decidiu enviar seu filho, Tobias, a Ecbatane, uma cidadela longínqua para reaver uma soma em dinheiro que lhe pertencia por direito, junto a alguns parentes. O que Tobit e seu filho ignoravam é que um dos seus parentes tinha uma filha, Sara, que viu morrerem todos os seus noivos, todas as vezes que tentou contrair núpcias. Tobit enviou um companheiro de viagem com seu filho, para que lhe servisse de guia. Tratava-se de Azarias (na verdade, o Arcanjo Rafael). Durante o caminho, Rafael disse a Tobias para pescar um determinado peixe, graças ao qual o Anjo preparou dois ingredientes misteriosos, que serviriam para situações futuras. Chegando a Ecbatane, Tobias ficou perdidamente apaixonado por Sara e descobriu que ela era a filha do parente de quem deveria cobrar a antiga dívida. Tobias acabou desposando Sara. Aconselhado por Azarias-Rafael, ele acabou com a maldição que pesava sobre ela, graças a um dos ingredientes obtidos a partir do peixe. Depois, Tobias e Sara retornam a Nínive. Com o segundo ingrediente tirado do peixe, Rafael mostrou como preparar um remédio que devolveria a visão a Tobit.

JOÃO BOSCO Presbítero, Fundador, Santo 1815-1888

Joãozinho Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815 numa pequena fracção de Castelnuovo D’Asti, no Piemonte (Itália), chamada popularmente de “os Becchi”. Ainda criança, a morte do pai fez com que experimentasse a dor de tantos pobres órfãos dos quais se fará pai amoroso. Em Mamãe Margarida, porém, teve um exemplo de vida cristã que marcou profundamente o seu espírito. Aos nove anos teve um sonho profético: pareceu-lhe estar no meio de uma multidão de crianças ocupadas em brincar; algumas delas, porém, proferiam blasfémias. Joãozinho lançou-se, então, sobre os blasfemadores com socos e pontapés para fazê-los calar; eis, contudo, que se apresenta um Personagem dizendo-lhe: “Deverás ganhar estes teus amigos não com bastonadas, mas com a bondade e o amor... Eu te darei a Mestra sob cuja orientação podes ser sábio, e sem a qual, qualquer sabedoria torna-se estultícia”. O Personagem era Jesus e a Mestra Maria Santíssima, sob cuja orientação se abandonou por toda a vida e a quem honrou com o título de “Auxiliadora dos Cristãos”. Foi assim que João quis aprender a ser saltimbanco, prestidigitador, cantor, malabarista, para poder atrair a si os companheiros e mantê-los longe do pecado. “Se estão comigo, dizia à mãe, não falam mal”.

MARTINHO DE COIMBRA Sacerdote, Mártir, Santo + 1147

Martinho nasceu em Arouca, nos fins do século XI, de pais pouco afortunados, mas cheios de probidade e piedade. Seu pai chama-se Arrius Manuelis e sua mãe Argia. Os primeiros cuidados que estes santos pais tiveram para com filho, foi de o educarem cristãmente e de lhe inculcarem os princípios evangélicos no mais profundo do seu juvenil coração, o que resultou, visto que a criança se mostrou receptiva e que os seus progressos eram contínuos, o que não significa que fosse como todos as crianças da sua idade. Assim, procurando a sua própria felicidade espiritual, os pais de Martinho, souberam alicerçar a do filho. Os primeiros preceptores nas verdades da religião reconheceram nele disposições para as ciências, assim como outras qualidades que pareciam contrariar a sua vocação para o estado eclesiástico. Todas estas conclusões foram explicadas aos pais de Martinho assim como o desejo que estes conselheiros acalentavam de o guardarem e de lhe oferecerem um ensino adequado às suas possibilidades naturais: estudos de ordem superior. Movidos pelo amor a Deus, os pais de Martinho sentiram-se felizes de oferecerem a Deus o fruto do seu amor e aceitaram que ele fosse estudar, o que logo a seguir aconteceu: começou a estudar filosofia e teologia.

PEDRO NOLASCO Sacerdote, Fundador, Santo 1182-1258

Além da humildade, caridade, amor ao próximo e fé irrestrita em Cristo e Maria, virtudes inerentes à alguém que é declarado Santo, Pedro Nolasco se notabilizou também pela luta em favor da libertação de cristãos tornados escravos sempre movido pelos ensinamentos do Cristianismo, num período conturbado para a humanidade, nos idos dos séculos XII e XIII. Procedente de uma cristã e nobre família francesa, Pedro Nolasco nasceu num castelo no sul da França, próximo de Carcassone, próximo ao ano 1182. Desde pequeno demonstrou grande solidariedade com os pobres e desamparados. Todos os dias fazia os pais lhe darem dinheiro para as esmolas e até a merenda que levava quando estudante era dividida com eles. Assim cresceu, vivendo em intima comunhão com Jesus Cristo e a Virgem Maria, de quem era um devoto extremado. Aos quinze anos de idade, quando seu pai morreu, foi com a família para Barcelona, Espanha, onde se estabeleceram. E ali ingressou na vida religiosa. Na juventude, quando acompanhou a tragédia dos cristãos que caíam nas mãos dos muçulmanos, devido à invasão dos árabes sarracenos, empregou toda sua fortuna para comprar os escravos e, então, libertá-los.

FRANCISCO XAVIER MARIA BIANCHI Sacerdote, Santo 1743-1815

Francisco Xavier Maria Bianchi nasceu no dia 2 de dezembro de 1743, na cidade de Arpino, França, e viveu quase toda a sua vida em Nápoles, Itália. Era filho de Carlo Bianchi e Faustina Morelli, sua família era muito cristã e caridosa. Francisco viveu sua infância num ambiente familiar, de doação ao próximo e que o influenciou durante toda sua existência religiosa. Aos doze anos entrou para o "Colégio dos Santos Carlos e Felipe" da ordem dos Barnabistas e em 1762, para o seminário onde jurou fidelidade a Cristo e fez seus votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Completou os estudos de direito, ciência, filosofia e teologia em Nápoles e Roma. Foi ordenado sacerdote aos 25 de janeiro de 1767. Tendo em vista sua alta cultura, seus Superiores o enviam de volta para lecionar no Colégio de Belas Artes e Letras de Arpino e, dois anos depois, ao Colégio São Carlos em Nápoles, para ensinar filosofia e matemática. Em 1778 foi chamado para ensinar na Universidade de Nápoles. No ano seguinte recebe o título de "Sócio Nacional da Real Academia de Ciências e Letras". A intensa atividade no campo da cultura não o impediu, todavia, de viver plenamente a vida de religioso, desempenhando importantes cargos na Congregação e continuando a exercer seu ministério sacerdotal.

LUÍS TALAMONI Sacerdote, Fundador, Beato 1848-1926

Nascido em Monza (Itália), a 3 de Outubro de 1848, segundo dos seis filhos de uma família modesta mas com sólidos valores cristãos que transmitiram aos seus filhos. Em casa recitava-se o rosário todos os dias e o pai participava diariamente na Missa, levando consigo o pequeno Luís, que vendo-o servir no altar, sentia crescer o desejo de servir Deus e os irmãos no ministério sacerdotal. Fez os estudos primários e a Primeira Comunhão e a Crisma (1 de Julho de 1861), no Oratório de Monza, fundado pelo Servo de Deus Padre Fortunato Redolfi, barnabita, e dirigido por outro barnabita, o Servo de Deus Padre Luís Villoresi. Dessa maneira, Luís entrou em contacto com as experiências mais entusiasmantes da pastoral juvenil daquele tempo. De facto, naqueles anos, na Diocese de Milão assistia-se a um incremento de Oratórios, lugares onde os rapazes se encontravam diariamente para experimentar uma vida fraterna e empenhativa, de formação humana e cristã, de alegria e de espiritualidade, onde ele amadureceu a própria vocação para o sacerdócio e para o compromisso, como Membro da Comissão Católica de Monza, na defesa do melhoramento das condições sociais e dos mais desfavorecidos.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE JANEIRO

Oração da manhã para todos os dias
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – Segunda-feira – Santos: João Bosco, Marcela, Luísa Albertoni
Evangelho (Mc 5,1-20) “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti.”
Marcos aceitou uma narrativa popular, porque mostrava bem o poder libertador de Jesus. Caso de possessão ou loucura, o que importa é que Jesus, com uma simples palavra, pode devolver a saúde e a paz, do corpo e da alma. Jesus não aceitou o homem entre os discípulos, a quem confiaria uma tarefa especial, mas lembrou-lhe a tarefa confiada a todos que nele acreditam: anunciar a salvação.
Oração
Senhor Jesus, eu também preciso de paz. Nem preciso de demônios para me inquietar; bastam meus medos, minhas ansiedades e preocupações exageradas. Limpai meu coração, iluminai-me para ver tudo em sua devida proporção. Ajudai-me, para que minhas atitudes deixem transparecer alegria e tranquilidade, paz e abertura para o diálogo, e eu não perturbe a paz de meus irmãos. Amém.

domingo, 30 de janeiro de 2022

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -05 - PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA
Pagamos todos os pecados?
É muito comum pessoas falarem que não precisam se confessar, porque já pagaram todos os seus pecados. Isso devido aos muitos dissabores, contratempos, sofrimentos que tiveram de enfrentar. Isso é uma fé na doutrina errada, que diz que temos de pagar aqui tudo o que fizemos de mal e até o último centavo. Sequer nos lembramos que Jesus veio para nos salvar e que existe um perdão que nos purifica aos olhos de Deus e nos renova em seu Espírito Santo. Na verdade muitos sofrimentos são consequências lógicas daquilo que se plantou e não há como não acontecerem. Álcool e gasolina sempre vão pegar fogo. Uma vida cheia de erros terá como consequência normal outra série de erros e desacertos. Outros erros revelam a incapacidade da pessoa administrar bem a própria vida; mesmo esses vão provocar novos desajustes. Não vai aqui nenhum resgate ou pagamento pelo mal que fez. Devemos sempre analisar nossos erros e prever as possíveis consequências que virão no futuro. Isso nos ajudará a enfrentar com mais serenidade o que vier a acontecer. O caminho para a correção dos erros é o arrependimento. Um arrependimento que nasce da percepção do erro é um arrependimento sadio e sanante. Ele tem de nascer da consciência que fomos muito mal e que podíamos fazer melhor o que fizemos. Nasce da visão do problema que causamos e da ciência de que falhamos ao não sermos generosos com Deus que nos dá a possibilidade e a graça para agirmos de maneira mais certa. É bem diferente de um arrependimento que não cura, pois nasce do medo, do castigo que pode acontecer ou que já está acontecendo. O arrependimento sincero nos põe diante da misericórdia de Deus que, em Jesus, nos acolhe e sempre perdoa. Mesmo assim com esse perdão, não significa que as consequências naturais e decorrentes do erro não vão acontecer. É como no acidente com colisão de veículos, há diálogo e perdão, mas o carro precisa de oficina e vai custar dinheiro. Essa pessoa, que acredita que sofrendo já pagou os pecados, precisa sair desse conformismo e procurar um perdão renovador por meio de um arrependimento sincero, porque muitas vezes nem sofrendo se arrepende. O que transforma é a graça de Deus. O comodismo faz com que pessoas acabem assumindo os sofrimentos sem mudar nada e se auto-justifiquem por meio deles, impedindo assim uma renovação interior que lhes dê a capacidade de ir e não errar mais. É um mistério esse medo de ser transparente e de dizer: Errei, preciso mudar de vida. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R 
EDITORA SANTUÁRIO

Homilia do 4º Domingo Comum (30.01.22)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
“Escolhido com amor”
 Profissão de profeta 
Jesus, na sinagoga de Nazaré, iniciou sua missão com a solene proclamação, tirada do profeta Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre Mim... Consagrou-Me com a unção para anunciar a boa nova aos pobres...” (Lc 4,l7ss). Está na linha da profecia de Jeremias que foi escolhido desde o seio materno (Jr 1,5). Os operários da colheita devem ser pedidos ao Pai (Lc 10,2). Os profetas autênticos são escolhidos, desde o seio materno (Jr 1,5). Sendo escolhido por Deus, recebe o Espírito Santo para essa missão. Por isso diz a Jeremias: “Eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (Jr 1,5). Ser consagrado é ser colocado sob a ação direta do Espírito Santo. No Batismo de Jesus vemos a manifestação de Deus: “O céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal como pomba. E do céu veio uma voz: Tu és o meu Filho bem amado. Eu, hoje te gerei!” (Lc 3,22). Lucas sempre diz que Jesus agia movido pelo Espírito Santo (Lc 4,14). Em sua missão, o profeta é anunciador do Reino de Deus: “Convertei-vos porque está próximo o Reino de Deus” (Mt 4,17) e confirma pela experiência de anunciar: “O Reino de Deus está entre vós” (Lc 17,20). Em Nazaré apresentou seu programa de missão que renova todo homem: “evangelizar os pobres, proclamar a remissão dos presos, aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18). A unção do Espírito e a missão profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a face de Deus no homem está destruída. 
Dom mais elevado 
A caridade (o amor) é o conteúdo da profecia, como é conteúdo da Encarnação. “Foi deste modo que se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por Ele” (1Jo 4,9). Sem o amor, a caridade em ação, a profecia e a vida cristã não existem. O amor foi a vida e o ensinamento de Jesus. Ele amou ao extremo: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo do amor” (Jo. 13,11). Amou e se entregou levando ao extremo seu amor. A leitura nos leva a perceber até onde vão as consequências da opção pelo amor. O texto de Coríntios é uma leitura autobiográfica de Paulo, coisas que aprendeu de Jesus. O final desse texto monumental resume tudo: “Atualmente permanecem essas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade” (1Cor 13,13). O amor de redenção se explica pelo próprio amor de Deus. Em sua missão, como a colocou na sinagoga de Nazaré, não dizia de algo distante ou intelectual, mas de um HOJE que concretiza a ação de Deus. Sempre quando realizamos as obras do amor, estamos realizando o Hoje do Reino de Deus. Quem não age de acordo com ele é inimigos da cruz de Cristo. É o retrato do cristão inimigo do Evangelho (Fl 3,18-19). Esses são os piores inimigos da Cruz de Cristo. 
Anunciar é denunciar 
Temos visto como a pregação que toca a consciência dos cristãos que vivem uma fé sem compromisso. Precisa ver se é fé. Como sempre agridem por não terem razão. Os verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade. Mostrar onde estão os males da sociedade e da Igreja será sempre causa de perseguição para os profetas, como foi para Jesus em Nazaré. Naquele dia já queriam jogá-Lo num precipício. E, um dia, culminarão em colocá-Lo na cruz. É o destino dos fiéis profetas. Os falsos profetas serão sempre cortejados e apoiados. Mas vai chegar o dia da colheita. Sejamos fiéis. 
Leituras:Jeremias30.01.22;Salmo70;
1Cor 12.31-13,13; Lucas 4,21-30
1. A unção do Espírito e a missão profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a face de Deus no homem está destruída. 2. O amor de redenção se explica pelo próprio amor de Deus. 3. Os verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade.
Conversa mole 
Fala-se tanto na Igreja! O que se resolve? Se fosse conversa que valesse, logo teria havido mudança. Muita saliva foi perdida. Gastam-se o tempo e os ouvidos dos outros. Por que não resolve? Porque não fala nada. Até não faz mal porque passa por cima das cabeças. Será que Jesus pensou como iríamos maltratar suas palavras. É verdade que o que vale é o que o Espírito Santo fala a cada um. É a salvação.

EVANGELHO DO DIA 30 DE JANEIRO

Evangelho segundo São Lucas 4,21-30. 
Naquele tempo, Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: "Médico, cura-te a ti mesmo". Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a Terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-no até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Cirilo de Alexandria(380-444) 
Bispo, doutor da Igreja 
Sobre o Profeta Isaías, 
5, 5; PG 70, 1352-1353 
E «renovais a face da Terra»(Sl103,30)
Cristo quis atrair o mundo a Si e reconduzir a Deus Pai todos os habitantes da Terra, para refazer todas as coisas e renovar a face da Terra. Sendo o Senhor do Universo, tomou «a condição de servo» (Fil 2,7) e anunciou a Boa Nova aos pobres, pois para isso fora enviado (cf Lc 4,18). Os pobres, ou antes, aqueles que podemos considerar pobres são os que sofrem por estarem privados do bem, os que se veem sem esperança e sem Deus neste mundo (cf Ef 2,12), como diz a Escritura. São os que vieram do paganismo e, enriquecidos pela fé em Cristo, beneficiaram deste tesouro divino: a proclamação da Salvação, pela qual se tornaram participantes do Reino dos Céus e concidadãos dos santos, herdeiros das realidades que o homem não pode compreender nem exprimir – daquilo que, segundo o apóstolo Paulo, nem olho viu nem ouvido ouviu, nem o coração do homem é capaz de pressentir, que é o que Deus tem preparado para aqueles que O amam (cf 1Cor 2,9). Os descendentes de Israel também tinham o coração ferido, eram pobres e estavam como que prisioneiros, mergulhados nas trevas. É precisamente a eles que Cristo anuncia em primeiro lugar os benefícios da sua vinda, proclamando o ano da graça do Senhor (cf Lc 4,19) e o dia da recompensa.

Santa Batilde VIÚVA, +680

Batilda (626 - 30 de janeiro de 680) foi uma aristocrata anglo-saxã vendida como escrava na França que casou com Clóvis II, rei da Nêustria e da Borgonha, que se tinha encantado com sua virtude e prudência. 
Vida e obras 
Com a morte de Clóvis, Batilda se tornou regente de seu filho Clótário, governando o reino com rara habilidade. Ela aboliu a prática de comércio de escravos cristãos. Batilda fundou as Abadia de Chelles no departamento de Vale do Marne em 658, e a Abadia de Corbie em 659/661, na comuna de Corbie. A rainha morreu em 30 de janeiro de 680 e foi enterrada na referida Abadia. A sua hagiografia foi escrita logo após a sua morte, provavelmente por alguém da comunidade de Chelles. Seu culto oficialmente começou quando seus restos mortais foram transferidos da Abadia para uma nova igreja em 833, sob o patrocínio do rei dos Francos, Luís, o Piedoso. Batilda foi canonizada pelo Papa Nicolau I, 200 anos após a sua morte. 

30 de janeiro - Beato Bronislao Markiewicz

Bronislao Markiewicz nasceu em 13 de julho de 1842 em Pruchnik, na Polônia, sexta das onze crianças de Juan Markiewicz, prefeito da cidade e Marianna Gryziecka. Ele recebeu uma sólida formação religiosa em sua família. Mais tarde, durante seus estudos, ele experimentou uma certa hesitação na fé devido, em grande parte, à atmosfera fortemente antirreligiosa que reinava na escola. Conseguiu, no entanto, superá-la logo recuperando a serenidade e a paz interior. O jovem Bronislao, que obteve um diploma de bacharel , sentiu-se chamado por Deus para o sacerdócio, em 1863, entrou no Seminário Maior de Przemyśl. Depois de completar seus estudos, foi ordenado sacerdote em 15 de setembro de 1867. Após seis anos de pastoral, como vigário, na paróquia de Harta e na Catedral de Przemyśl, com o desejo de se preparar ainda mais para trabalhar coma juventude, durante dois anos estudou pedagogia, filosofia e história na Universidade de Lviv e em Cracóvia. Em 1875 foi nomeado pároco em Gac e em 1877 em Blazowa. Em 1882, lhe foi confiado o ensino da teologia pastoral no Seminário Maior de Przemyśl.

30 de janeiro - Beata Maria Bolognesi

Com alegria recordo que ontem, em Rovigo, foi proclamada Beata Maria Bolognesi, fiel leiga, nascida em 1924 e morta em 1980. Passou toda a sua vida a serviço dos outros, especialmente dos pobres e doentes, suportando grande sofrimento em profunda união com a paixão de Cristo. Demos graças a Deus por este testemunho do Evangelho! Papa Francisco – Angelus 08 de setembro de 2013 A história de Maria Bolognesi é de uma mulher muito simples chamada a ser, de uma maneira singular, sinal de presença de Deus. Nasceu em 1924 em Bosaro, na província de Rovigo, no nordeste da Itália, de uma família pobre e numa situação difícil. Frequentou as escolas até o segundo ano primário; mas através da avó aprendeu a sabedoria da fé e o amor pela oração. Por isso desde menina sua assiduidade à missa cotidiana, ao catecismo, à Ação católica, enquanto ajuda a família no trabalho da terra. A 21 de junho de 1940, porém, acontece, algo misterioso: para Maria começa um período de trevas, que se caracteriza por um profundo mal-estar. Existe nela uma força que lhe impede de colocar o pé na paróquia de são Caseiro onde era de casa; as amigas contaram que “é como se uma força poderosa a arrastasse longe da igreja e de qualquer sacerdote”.

São David Galván Bermúdez

O México, um dos países com maior numero de católicos, sofreu uma grande perseguição religiosa no inicio do século XX. Milhares de cristãos foram martirizados, de modo especial podemos contar a história de São David Galván Bermúdez, sacerdote, perseguido pela defesa de uma jovem e pelo zelo pelos moribundos por quem deu a vida dizendo: "Não haverá maior glória do que morrer salvando uma alma que eu consiga absolver!" David nasceu em Guadalajara, no México em 1881, quando tinha apenas 3 anos de idade, sua mãe faleceu e David ficou aos cuidados de seu pai e seus irmãos. Mais tarde tendo seu pai casado novamente, passou a ser cuidado também por sua madrasta Victoriana Medina. Logo manifestou a seu pai o desejo de ingressar no Seminário, tendo ele aceitado levá-lo para matricular-se em outubro de 1895. Ali cursou como aluno aplicado e sempre obtendo boas notas os cinco anos de latim e humanidades. Terminados os estudos, saiu do Seminário. Os três anos em que esteve fora do Seminário, trabalhou numa sapataria, além de dar aulas como professor de escola primária. Teve uma conduta um tanto desregrada nesse tempo, ao ponto de ter sido detido numa briga com sua namorada. Passada essa experiência, o jovem David, contando vinte e um anos de idade, sentiu novamente o intenso desejo de voltar ao Seminário, porque ouvia em seu interior o chamado de Deus; tornou-se muito devoto, piedoso e assíduo à oração e aos atos de culto; visitava o Santíssimo Sacramento e a Virgem de Zapopan e a invocava dizendo-lhe: "Minha Mãe, dai-me um norte para que eu conheça minha vocação"

Santos Três Hierarcas : Basílio, o grande, Gregório, o Teólogo e S. João Crisóstomo , 30 de Janeiro

Sinaxe dos “Três Santos” Padres Teóforos, Grandes Hierarcas e Doutores Universais da Igreja: Basílio, o Grande, Gregório, o Teólogo e João Crisóstomo (Comemorada em 30 de Janeiro / 12 de Fevereiro) 
A Assembleia (Sobor, Synaxis) dos "Três Santos" Grandes Hierarcas e Doutores Ecumênicos da Igreja: Basílio, o Grande, Gregório, o Teólogo e João Crisóstomo: Durante muito tempo em Constantinopla houve disputas sobre qual dos três santos hierarcas deveria receber a primazia de honra. Uma facção do povo preferia São Basílio (1/14 de janeiro), outros se destacavam por São Gregório, o Teólogo (25 de janeiro / 7 de fevereiro), enquanto uma terceira reverenciava São João Crisóstomo (Com. 13 / 26 de novembro). Daí surgiu no meio da igreja facções entre os cristãos: alguns se chamavam basilianos, outros - gregorianos, e os terceiros - joanitas. De acordo com a vontade de Deus, no ano de 1084, os três santos-hierarcas apareceram ao metropolita João de Euchantine, e ao declararem que eram iguais perante Deus, deram ordens para que as disputas parassem e que um dia de celebração comum de suas memórias deveria ser estabelecido. 
Fonte: 

MARTINHA DE ROMA Virgem, Mártir, Santa + ca 230

Esta célebre Santa, uma das padroeiras de Roma, era de família distinta. O pai, três vezes eleito cônsul, era possuidor das mais belas virtudes e afortunado. Martinha recebeu uma educação esmerada, baseada nos princípios do Cristianismo, mas teve a infelicidade Santa Martinha de Roma, Mártirede perder bem cedo os pais. Inflamada de amor a Jesus Cristo, deu todos os bens aos pobres, fez voto de castidade e em atenção à sua vida santa e exemplar, foi recebida entre as diaconistas, honra com que pessoas de muita probidade eram distinguidas. Tinha o imperador Alexandre Severo (222-235) concebido o plano de exterminar os Galileus (assim alcunhava aos cristãos). Conhecendo a formosura, nobreza e bondade de Martinha, tudo fez para afastá-la da religião cristã e chegou até a oferecer a dignidade de Imperatriz, caso se decidisse sacrificar a Apolo. Martinha respondeu: “O meu sacrifício pertence a Deus imaculado; a Ele sacrificarei, para que confunda e aniquile a Apolo e, este deixe de perder almas”.

JACINTA DE MARISCOTTI Religiosa, Santa 1585-1640

PADROEIRA DE VITERBO
Após uma vida frívola e mundana, Jacinta de Mariscotti converteu-se radicalmente, transformando-se numa grande santa dotada dos dons de milagre e de profecia 
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Clarice de Mariscotti — como se chamava Jacinta antes de entrar em religião — era filha de Marcantonio Mariscotti e Otávia Orsini, condessa de Vignanello, localidade próxima de Viterbo, (na Itália), onde a santa nasceu provavelmente no dia 16 de março de 1585. De seus pais muito virtuosos, recebeu profunda formação religiosa, correspondendo aos anseios dos progenitores. Entretanto, atingindo a adolescência, Clarice tornou-se vaidosa e mundana, buscando apenas divertir-se. Sua preocupação passou a ser vestidos, adornos, entretenimentos. Tal situação fez com que o pai se preocupasse muito com a salvação de sua filha. Como remédio, resolveu mandar a vaidosa para o convento, onde estava sua irmã mais velha, que lá era um exemplo de virtude. Clarice obedeceu de má vontade. Enquanto permaneceu no convento, alimentava o desejo de sair dele o mais rapidamente possível para voltar à vida despreocupada e mundana de antes. Insistiu tanto, que o pai acabou cedendo.

MUCIANO MARIA WIAUX Religioso, Santo 1841-1917

No dia 20 de Março de 1841 nasceu, em Mellet, na Bélgica, Louis-Joseph Wiaux, sendo baptizado no mesmo dia do nascimento como costume da época. Mellet é um lugar de gente muito tranquila, trabalhadora e honrada. Aí a família Wiaux destaca-se por seu sentido de vida cristã. Trabalham muito, sempre com muita descontracção e um humor destacável. E Luís foi crescendo nesse ambiente de trabalho, alegria e piedade. No dia 28 de Março de 1852 Luís fez sua primeira comunhão. Era muito trabalhador, alegre, modesto e muito delicado de consciência. Logo que terminava suas tarefas, lia muito. Era obediente. Não foi um menino prodígio, mas tinha uma inteligência aberta e ágil, com excelente memória. Tinha um temperamento de chefe e uma formação baseada nos princípios cristãos. Sua vocação foi amadurecendo e não era novidade para aqueles que o conheciam. Logo se anuncia o caminho do Senhor e em 7 de Abril de 1856 dirige-se ao Noviciado dos Irmãos das Escolas Cristãs, em Namur. Ele sabia que tudo era necessário para fazer-se na nova vida e começar um novo aprendizado. O ambiente do Noviciado era de silêncio, orações, exercícios espirituais, leituras espirituais, trabalhos, conferências sobre Vida Religiosa e Regra... Luís sabia que sairia do Noviciado como Irmão.

COLUMBA MARMION Abade, pai e mestre no século XX, Beato 1858-1923

Tendo sido ordenado sacerdote secular, aquele jovem irlandês sentia sua alma poderosamente atraída pelo silêncio e pelo recolhimento da vida monástica. A Providência o chamava a ser digno filho de São Bento e pai espiritual de muitos monges. O peregrino que se proponha conhecer as origens cristãs do Velho Continente não pode deixar de visitar a gruta de Subiaco, local escolhido pelo jovem Bento de Núrsia para consumar sua entrega a Deus, abandonando a vida de estudos que até então levava na Roma dos retóricos e literatos. E os que hoje trilham seus passos sentem uma forte atracção pelo local, marcado misteriosamente pela presença do santo Patriarca e Patrono da Europa. Enquanto se sobe pelos íngremes caminhos que conduzem ao mosteiro — exercício desde logo recompensado pelo belíssimo panorama —, o visitante pode discernir, se não através de voz humana, certamente pela da graça, aquele chamado do varão de Deus que atraiu legiões de almas à vida monástica: "Escuta, filho meu, os preceitos do mestre, e inclina o ouvido do teu coração. Recebe de bom grado o conselho de um bom pai, e cumpre-o eficazmente, para que, pelo trabalho da obediência, voltes Àquele de Quem te havias afastado"[1].

CARMEN GARCIA MOYON Leiga, Terciária capuchinha, Beata 1888-1937

Cármen Garcia Moyon, antepenúltima de cinco irmãos, nasceu a 13 de Setembro de 1888 na cidade francesa de Nantes: seu pai era espanhol e sua mãe francesa. Recebeu o baptismo na paróquia de Nossa Senhora do Bom Porto (Notre-Dame de Bon Port) na sua cidade natal, oito dias depois do seu nascimento. Instruída religiosamente, Cármen mostrou, muito rapidamente exemplos dos seus verdadeiros sentimentos cristãos, que ele defenderá depois com todas as forças da sua alma. Mulher de temperamento heroico e duma amabilidade sem limites, ela mostrou-se duma grande valentia sentindo subir, do mais profundo dela mesma, uma santa cólera — como acontecia com São João Eudes — diante dum herético, para defender os seus direitos e os da Igreja. No princípio do século XX a família Garcia-Moyon voltou para Espanha, e foi instalar-se na cidade de Segorbe, Castellón. É mais do que provável que as relações de Cármen com as Irmãs religiosas do venerável Luís Amigo foram para ela o princípio da sua vocação religiosa.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE JANEIRO

Oração da manhã para todos os dias
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – 4º Domingo Comum – Santos: Jacinta de Mariscotti, Savina, Martinha
Evangelho (Lc 4,21-30) “Estando Jesus na sinagoga, Jesus começou a dizer: ‘Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir’.”
Na sinagoga de Nazaré Jesus tinha acabado de ler o texto do profeta Isaías: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar uma boa notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um tempo da graça do Senhor. É assim que Lucas inicia o relato das pregações de Jesus. Mostra sua continuidade com as promessas dos profetas, apresenta sua mensagem como respostas aos anseios e sofrimentos do povo, aponta-o como enviado pelo poder de Deus, e deixa claro que chegou um momento novo para a salvação. De certo modo adianta um resumo de tudo: alguns aceitaram a pregação de Jesus, enquanto outros a rejeitaram.
Oração
Senhor, alegro-me com aqueles vossos conhecidos, moradores de Nazaré, que acreditaram em vós e vos aceitaram como o Salvador que os haveria de curar e libertar. Alegro-me e bendigo-vos porque vindes atender aos meus anseios, à minha vontade de ser melhor, de viver em paz e harmonia com todos. Preciso de vós, de vossa bondade e de vosso poder. Perdoai meu orgulho, que tantas vezes me levou a pensar que posso salvar-me e resolver tudo por mim mesmo. Creio que sois homem como eu, mas creio também que sois Deus, o Filho de Deus encarnado, em cujas mãos está todo o poder, e em cujo coração existe um amor que nem posso imaginar. Eu vos aceito, Jesus, como meu único salvador, minha esperança, caminho, verdade e vida. Amém

sábado, 29 de janeiro de 2022

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -04 - PADRE LIBÁRDI

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA
Todos os maus pensamentos são maus? 
Os pensamentos e desejos fazem parte de nossa condição humana. É impossível não pensar ou não desejar. Quanto aos pensamentos e desejos maus, Cristo deixou claro que não só é ilícito um ato mau como o próprio desejo mau, mostrando que devemos procurar a pureza e integridade em nosso interior. Na medida em que ganhamos em interiorização, a moral dos pensamentos maus se torna mais exigente. Por outro lado não podemos exagerar no processo de interiorização, preocupação exagerada com detalhes e distinção numérica dos maus pensamentos. Quando tratamos de questões afetivas não é tão fácil cortar os maus pensamentos e desejos em um piscar de olhos, como se fossem atos externos. Precisamos distinguir entre os verdadeiros desejos de se fazer algo mau e que talvez não aconteça por falta de ocasião propícia e os desejos meramente imaginativos que surgem espontaneamente no coração humano. Os desejos maus provocados nos levam a crer que quem os produz esteja mais para um tratamento clínico do que em estado mental capaz de gerar a maldade. O ensinamento de Jesus: “quem olhou com maldade, já pecou em seu coração”, mostra-nos bem que o pecado está na maldade que permitimos se aninhe em nosso coração. Não é preciso nem praticá-la. Mas fica claro que não se trata aqui de reações espontâneas para as quais não cabe censura. Jesus condenou a maldade. O ser humano é uma unidade existencial, não cabe aqui ficar separando o interno do externo, o que vai qualificar um pensamento ou desejo como mau é exatamente a capacidade de querer o mal. Ao procurar fazer com que a pessoa se liberte de uma doutrina extremamente moralizante, que produz bloqueios por meio de uma série de censuras e pressões, não temos o intento de facilitar a libertinagem. Procurar esclarecer e orientar não é favorecer desmandos. Não só deve preocupar-nos extirpar a maldade entre os desejos e pensamentos que nos surgem, mas lembramos que também é bom nos impor a todo momento certa higiene mental, dentro do que Jesus falou: “Se teus olhos forem sujos, todo o teu corpo será sujo”. No fundo se trata de um cuidado e vigilância sobre nossos sentidos sem cair na obsessão do que poderíamos chamar de “consciência doentia”, que destrói a si mesma numa preocupação obsessiva em ver se consentiu ou não nos maus pensamentos. Não somos anjos, mas pessoas de carne e osso, e assim como somos é que temos de colaborar na realização do plano de Deus. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

REFLETINDO A PALAVRA - Culto Litúrgico

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
Liturgia é culto
 
O culto é uma dimensão do ser humano e da vida da comunidade. As pesquisas arqueológicas, quase sempre partem da descoberta de lugares de culto. Os povos nômades celebravam suas festas. Os judeus, depois de sedentários, a partir do tempo do Êxodo, foram se organizando em torno da tenda da reunião, em volta do símbolo precioso da arca da aliança. Com o estabelecimento da realeza, chegou-se à bela construção do grandioso templo. Este tinha uma bela liturgia e belos cânticos, tanto que, os que haviam levado os judeus como escravos, diziam: “Cantai-nos os cânticos de Sião” (Sl 136,3). Os cristãos não tiveram edifícios de culto nos três primeiros séculos da fé cristã. Celebravam pelas casas a ceia que foi se estruturando no rito eucarístico. A liturgia é seu culto. Seu encontro com Deus se faz na novidade de Cristo, organizando-se numa celebração comum. Sua característica é a presença de Cristo, sacerdote, que preside a celebração de todo o corpo da Igreja. A dimensão fundamental da liturgia está em sua definição no documento do Vaticano II, Sacrosanctum Concílium nº 7, diz que “Cristo está sempre presente na sua Igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da missa, quer na pessoa do ministro... quer nas espécies eucarísticas. Está presente nos sacramentos. Está presente na Palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente na Igreja que reza e canta”. Está presente nos diversos ministérios e serviços que se realizam no Cristo Servidor. Cristo está presente em seus mistérios.
Dimensão cultual 
Todo culto a Deus vem do próprio Deus que coloca no ser humano essa necessidade. Na Igreja, o culto tem sua origem no relacionamento do Filho com o Pai no Espírito. O culto é natural no ser humano. No culto, a Igreja está unida a Cristo: “Em tão grande obra, que permite que Deus seja perfeitamente glorificado e que os homens se santifiquem, Cristo associa sempre a Si a Igreja, sua esposa muito amada, que invoca o seu Senhor e por meio dele rende culto ao Eterno Pai” (SC 7). O culto cristão corresponde a sua necessidade, mas participa do culto de Cristo ao Pai. Só em Cristo o culto atinge sua plenitude. Nós nos unimos a Cristo em seu Mistério e em seus mistérios acontecidos entre nós em sua encarnação. É a dimensão memorial que nos dá condições de celebrar os mistérios de Cristo, prestando culto ao Pai, com Ele. Nós não repetimos os fatos nem lembramos como algo que aconteceu. Pela ação litúrgica participamos do único acontecimento que não se repete, mas permanece. Na Eucaristia cumprimos a ordem de Jesus: “Isto é meu corpo que é dado por vós. Fazei isso, em memória de mim” (Lc 22,19). 
Tempos litúrgicos 
As celebrações acontecem na vida de uma comunidade concreta que vive tempos diferentes tanto no tempo físico, como na estrutura litúrgica. Entramos na categoria tempo que é parte integrante do culto. Assim temos tempos diferentes na liturgia que nos inserem nessa realidade. Infelizmente o culto perdeu muito dessa dimensão e passou a ser um texto que se lê. O ano litúrgico, em suas diversas divisões, nos introduz no mistério de Cristo no momento em que vivemos. Sua finalidade é educativa, memorial e missionária. Conhecemos melhor o mistério e o celebramos com mais intensidade de fé e de atuação na vida. Assim temos o Tempo Pascal, o Tempo do Natal e o Tempo Comum. Todos os tempos convergem para a Páscoa. Todas as celebrações vivem essa unidade.

EVANGELHO DO DIA 29 DE JANEIRO

Evangelho segundo São Marcos 4,35-41.
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago». Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações. Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água. Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-no e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?». Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança. Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?». Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Gregório de Nissa(335-395) 
Monge, bispo 
 O inverno passou 
«Quem é este homem, que até o 
vento e o mar Lhe obedecem?» 
«Eis que o inverno passou», diz o Esposo, «e que desapareceram as chuvas» (Cant 2,11). O mal tem muitos nomes -- é inverno, chuva e granizo --, conforme a diversidade dos seus efeitos, e cada um destes nomes simboliza uma tentação específica. Chamamos-lhe inverno para simbolizar a multiplicidade de formas do mal. Quando há tempestades, o mar cresce, erguendo-se dos abismos, imitando os rochedos e as montanhas, elevando-se acima das águas dos cumes; e atira-se contra a terra como seu inimigo, precipitando-se sobre a costa e abalando-a com os sucessivos golpes dos seus fluxos, quais ataques de máquinas de guerra. Analisemos o significado simbólico destes e doutros males do inverno. O que é este mar de ondas severas? O que é esta chuva e este granizo? E como é que a chuva deixa de cair? O sentido profundo dos enigmas do inverno relaciona-se com a liberdade da nossa vontade. No princípio, a natureza humana florescia; mas o inverno e a desobediência secaram-lhe as raízes, a flor caiu e foi absorvida pela terra: o homem foi despojado da sua beleza imortal e a erva das suas virtudes secou, pelo arrefecimento do amor de Deus, enquanto a iniquidade crescia; ergueram-se em nós paixões sem nome, provocadas por ventos hostis, e causaram naufrágios funestos nas almas. Mas, quando veio Aquele que traz a primavera à nossa alma, Aquele que, quando um vento mau desperta o mar, ameaça o vento e diz ao mar: «Cala-te e está quieto», imediatamente se restabeleceu a calma e a serenidade, e a nossa natureza voltou a florescer, guarnecendo-se com as flores que lhe são próprias. As flores da nossa vida são as virtudes, que florescem agora e produzem os seus frutos «na estação própria» (Sl 1,3). Foi por isso que o Verbo declarou: «Eis que o inverno passou».

SÂO CONSTÂNCIO, BISPO DE PERÚGIA

Constâncio foi o primeiro bispo de Perugia. Salvou-se, uma vez, do martírio, durante as perseguições de Marco Aurélio. Ao ser preso, converteu seus carcereiros e recobrou a liberdade; mas foi novamente preso e decapitado em 170. A primeira catedral da cidade foi construída no lugar da sua sepultura. 
Constâncio é o primeiro bispo de Perúgia. Era um jovem cristão, notável pelo espírito de mortificação e generosidade que tinha para com os pobres e necessitados. Aos 30 anos, foi chamado a governar a Igreja de Perúgia, Itália, e cumpriu todas as suas obrigações episcopais como um pastor zeloso para seu povo. Enfrentou, por muito tempo, a perseguição de Marco Aurélio, imperador romano. Durante as perseguições, foi preso algumas vezes. Foi preso, pela primeira vez, após ter se recusado a adorar os ídolos. Preso em termas aquecidas a temperaturas altíssimas, Constâncio saiu ileso do martírio. Ao ser preso, acabou por converter os guardas, e foi liberto. Sob uma nova acusação, o imperador mandou chamá-lo novamente. Foi condenado a caminhar sobre o carvão em brasa, mas nenhum suplício foi capaz de fazê-lo renegar a sua fé. Miraculosamente, foi liberto, mas quando preso pela terceira vez, no ano 178, acabou sendo decapitado. A primeira catedral da cidade de Perúgia foi construída no lugar de sua sepultura. 
São Constâncio, rogai por nós!

SANTOS PAPÍAS E AMARO, SOLDADOS, MÁRTIRES, NA VIA NOMENTANA

Estes dois Santos soldados romanos, Papia e Mauro, que viveram na época de Diocleciano, foram sepultados ao longo da Via Nomentana, no “Coemeterium Maius”. Foram martirizados por terem-se convertido ao cristianismo. Eles são os Santos Padroeiros da Congregação do Oratório de São Felipe Neri. 
Martirológio Romano: Em Roma, na Via Nomentana do Cemitério Maior, os santos mártires Papías e Mauro, soldados. c. 303. Soldados romanos martirizados em Roma, durante a perseguição de Diocleciano. A relação entre Papías e Mauro de Roma parece dever-se a uma pintura de Rubens. A tradição sobre eles é antiga e firme, embora infelizmente tenha sido entrelaçada com atos lendários que dificultam hoje estabelecer os fatos em detalhes. Esses registros contam que Papías e Mauro eram soldados pagãos, que se converteram na presença do testemunho dos mártires Saturnino e Sisinio, e começaram a gritar "Deus verdadeiro é o Senhor Jesus Cristo"; foram presos, depois batizados pelo Papa São Marcelo e, finalmente, deram seu testemunho sangrento da fé (da qual os supostos atos dão, é claro, todos os detalhes). É difícil estabelecer a que perseguição pertenciam, pois o nome do prefeito não é atestado, nem são consistentes as referências a Saturnino (do século III) e Marcelo (do século IV); mas é mais provável que tenham morrido na perseguição de Décio, em meados do século III. Algumas de suas relíquias estão na Chiesa Nuova no Corso Vittorio Emanuele II.

Santo Inácio de Antioquia – trasladação das relíquias (c.440) , 29 de Janeiro

No dia 20 de dezembro, comemora-se a memória de Santo Inácio de Antioquia, porém, no dia de hoje, lembramos a trasladação de suas relíquias, de Roma para Antioquia. São João Crisóstomo, referindo-se ao traslado, escreveu que, se em Roma Santo Inácio derramou seu sangue pelo martírio, a cidade de Antioquia guarda as suas relíquias: «Vós o guardastes por um tempo; o recebestes como Bispo e devolveis como mártir. Dele vos despedistes com orações, e o trouxestes de volta para a sua terra com a coroa da vitória». 
Santo Inácio de Antioquia, conforme historiadores, viveu por volta do segundo século. Coração ardente (o nome Inácio deriva de ignis = fogo ), ele é lembrado sobretudo pelas expressões de intenso amor a Cristo. A cidade da Síria, Antioquia, terceira em ordem de grandeza do vasto império romano, teve como primeiro bispo o apóstolo Pedro, ao qual sucederam Evódio e em seguida Inácio, o Teófilo, o que traz Deus, como ele mesmo gostava de ser chamado. Pesquisadores indicam que Inácio de Antioquia conheceu pessoalmente os apóstolos Pedro e Paulo.

VALÉRIO DE TREVAS Bispo, Santo Século IV

Alguns escritos relatam que o bispo de Trevas, chamado Valério, foi discípulo do apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e enviado para evangelizar a população da Alemanha. Mas, isto não ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo menos dois séculos antes. Mas Valério foi colaborador de S. Materno — primeiro Bispo da Alsácia —, na evangelização da Alemanha e veio a ser bispo de Trevas, quando morreu Santo Eucário, primeiro Bispo de Trevas. Estes três Arautos do Evangelho foram incluídos no Livro dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha. Nos registros posteriores, revistos pelo Vaticano no final do primeiro milênio, onde foram narrados os motivos da santidade dos religiosos até então, encontramos o seguinte, sobre Valério: "converteu multidões de pagãos e operou milagres singelos e expressivos". Talvez o mais destacado, tenha sido quando Valério, trouxe de volta à vida o companheiro Materno com o simples toque do seu bastão episcopal.

SULPÍCIO SEVERO Bispo, Escritor, Santo + 591

Na diocese de Bourges, há dois bispos considerados santos, com o mesmo nome: Sulpício Severo e Sulpício, o piedoso, em ordem cronológica. Sulpício Severo pertencia à nobreza da Aquitânia e ocupava uma alta posição na corte do rei Gontrano, quando morreu Remígio, bispo de Bourges. Naquele momento a cidade estava numa situação calamitosa por causa de um incêndio que a tinha devastado. Gontrano impôs aos habitantes a escolha ou eleição de Sulpício Severo para bispo, pois confiava nele e nas suas qualidades de administrador para o restabelecimento da ordem. Foi logo ordenado padre e abandonou os seus altos encargos civis. É provável que não fosse casado, ao contrário de muitos de seus contemporâneos, que tinham de deixar a família quando sagrados bispos. Feito bispo, dedicou-se totalmente à Igreja, e seu episcopado teve início por volta de 584, durando até a data de sua morte, em 591. Os bispos galos romanos eram a única força que podia se opor aos reis e eram prestigiados por todos. Por isso, a actividade de Sulpício Severo foi muitas vezes política também, porque só assim se explica o título que lhe é atribuído de "defensor da cidade".