PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 46 ANOS SACERDOTE |
A vida da comunidade cristã é espiritual, mas a comunidade também vive na realidade humana. Ela é feita de pessoas que assumem essa vida. Na realidade assumimos a vida, como Jesus assumiu. Mesmo sendo tão cheia do Espírito, a comunidade tem problemas humanos. Ela é humana. Havia desentendimento entre os cristãos vindos do judaísmo e aqueles judeus-cristãos que viviam no mundo pagão, os helenistas, na hora de distribuir os alimentos aos pobres. O Espírito conduz a Igreja a resolver os problemas a partir de soluções espirituais, mas também humanas. A Igreja tem que tomar uma decisão. Ali estavam os apóstolos que faziam este serviço da caridade. Diante da dificuldade, pedem que a comunidade escolha 7 homens conceituados para fazer o serviço e o ministério da caridade. Os apóstolos rezam e impõem as mãos sobre eles, conferindo o ministério diaconal (significa servidor). Desse fato aprendemos: A comunidade participa da escolha. Igreja é feita de pessoas que assumem. Surge também um passo na organização da Igreja: os diáconos. Eles existem para a caridade.Com o tempo assumem a pregação. Os apóstolos dizem: “nós nos dedicaremos à oração e à pregação”. Imaginaram se nós, os padres, fizéssemos como os apóstolos: confiássemos nos leigos e nos dedicássemos mais à pregação e à oração. Seria tão diferente. A Igreja é feita de pessoas que assumem também a pregação e a oração.
Pedras vivas firmadas em Cristo.
Se por um lado as pessoas compõem a Igreja com sua adesão e participação física, onde cada um assume sua parte, por outro, há uma construção espiritual feita de pedras vivas. Pedras vivas são os que renasceram pelo batismo. A pedra que sustenta todo o edifício é Jesus, a Pedra Viva. Vivos nEle, pela mesma fé, estamos unidos uns aos outros. A Igreja não é só social, mas é também espiritual. Esse aspecto dá a força de sua existência no mundo. Pedro diz: “formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo para oferecerdes sacrifícios espirituais” (1 Pd 2,4-9). Somos também “raça escolhida, sacerdócio santo, nação santa, povo que Ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos chamou das trevas para sua luz maravilhosa” (9). Pedro vê a comunidade nascida do batismo como santo, firmado em Cristo que santifica as situações adversas de mundo
Vou preparar-vos um lugar.
Jesus convida os discípulos a crerem no Pai e nÊle (Jo 14,1). Na ceia Jesus entra na revelação do mais profundo de Seu ser e de Seu relacionamento com o Pai. Em sua casa o Pai espera os filhos. Jesus diz que vai para a casa do Pai e que nos prepara um lugar. Esse lugar é o seio da Trindade. Jesus nos levará a todos para dentro da Trindade, como nós recebemos em nós a Trindade. O edifício espiritual que construímos une-se à morada que Ele prepara para nós. Jesus, para unir as pedras vivas manda o Espírito que morará em nós – nos santificará, nos divinizará. Nós somos habitação do Espírito. Jesus é o condutor nessa caminhada. Diz: Eu sou o caminho. Ele é a passagem: “Ninguém vai ao Pai senão por mim”. Ele é a verdade, o revelador do Pai; É a vida que revela o Pai – “Quem me vê, vê o Pai”. Crendo, faremos suas obras e continuaremos sua vida, abrindo morada para todos.
Leituras: Atos 6,1-7; Salmo 32;
1 Pedro, 2,4-9; João 14,1-12
Ficha:
1. Nos Atos dos Apóstolos vemos como a Igreja se organiza. Sendo espiritual pela fé, não deixa de ter problemas humanos que exigem soluções que, mesmo fundadas na fé, tenham uma dimensão social. Assim foi a criação dos diáconos que assumem a parte na caridade para com os pobres. Todos podem assumir seu lugar na Igreja para o bem de todos.
2. Pedro, continuando a reflexão do ser Igreja, mostra-nos nossa realidade espiritual: ser pedras vivas, fundados em Cristo (Pedra Viva), construindo o edifício espiritual, sacerdócio santo, proclamando as maravilhas dAquele que nos chamou das trevas para sua luz maravilhosa.
3. Para formar esse povo que serve e esse edifício espiritual, Jesus é o caminho a verdade e a vida. Ele vai ao Pai para preparar-nos um lugar que é o coração do Pai. Ao mesmo tempo envia o Espírito que faz morada em nós. A Trindade que vamos habitar, habita em nós.
Homilia do 5º Domingo da Páscoa (24.04)
EM ABRIL DE 2005
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