terça-feira, 29 de maio de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Eu sou a Ressurreição e a Vida”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
Jesus é a Vida
               Nesta caminhada quaresmal não só ouvimos falar dos Mistérios de Jesus, mas participamos deles. Ouvimos que Jesus é a Água Viva e a Luz. Hoje o evangelho nos narra que Jesus é a Vida. A estrutura da liturgia da Palavra nos conduz à retomada de nosso Batismo para que a Vida de Cristo seja sempre mais nossa vida. Não sem razão Paulo diz: “Eu vivo, mas não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que amou e Se entregou mesmo por mim” (Gl 2,20). Para nos transmitir esta verdade deu-nos o grande sinal da ressurreição de Lázaro. Cristo é senhor da vida e dá a vida a Lázaro porque é Vida. Já dera a vida ao filho da viúva de Naim e à filhinha de Jairo. É o prenúncio da Sua Ressurreição. Como a fé é dada por Deus, pela fé se obtém a ressurreição para a Vida. Nossa ressurreição futura é garantida pela fé em Jesus que, com Sua Ressurreição deu a Vida a todos os que creem. Diz a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê e mim, não morrerá jamais”. Marta faz a profissão de fé: “Eu creio que tu és o Messias, o Filho de Deus, que deveria vir ao mundo” (Jo 11,25-27). Pelo Batismo professamos a fé em Jesus. Nesta fé somos batizados. A vida cristã não se trata de uma religião que reúne pessoas, nem de um amontoado de doutrinas nem uma cultura religiosa. Ela consiste na fé em Jesus que dá a Vida e por ela ressuscitamos dos males do pecado e recebemos a garantia da Vida Eterna. A situação da pessoa está descrita na morte de Lázaro que já estava em estado de corrupção. O salmo reflete a situação humana e espiritual com um grito esperança: “Das profundezas clamo a vós... Se levardes em conta nossas faltas, quem poderá subsistir? Mas em Vos se encontra o perdão eu Vos temo e em Vós espero” (Sl 129)
Viver segundo o Espírito
               Paulo nos ensina sobre viver não segundo a carne, mas segundo o Espírito que habita em nós. Viver segundo a carne é deixar-se dominar pelos vícios e de suas consequências. O uso dos bens materiais deve ser regulado pela fraternidade. É preciso render para Deus. O serviço do poder deve ser orientado pelo serviço da humildade. Os prazeres são fonte de alegria e santificação quando norteados pela adoração a Deus. Mesmo sofrendo pelas consequências do pecado, podemos estar cheios da graça de Deus. Jesus é Vida e dá vida onde o pecado deixou a morte. Pela fé seremos vivificados.
Caminhar com a mesma caridade
               A celebração da Quaresma é participação no Mistério de Cristo. Na oração da Missa: “Dai-nos, por Vossa graça, caminhar com alegria na mesma caridade que levou o Vosso Filho a entregar-Se à morte no Seu amor pelo mundo”. A alegria tem seu lugar no meio de toda a dor que este tempo da Paixão nos mostra. Esta alegria é prenúncio da Ressurreição de Jesus e de nossa Ressurreição. Jesus entrega-Se por amor. A Paixão, diz S. Afonso, não se mede pela dor, mas pelo amor. Seguir Jesus vai além das palavras, pois envolve os sentimentos, por isso rezamos: “Caminhar com alegria”. Vivemos a mesma caridade, pois o amor de Jesus era Divino, não só sentimento humano. Tudo procede de nosso Batismo que nos deu a Vida. É preciso abrir os túmulos do egoísmo, como nos ensina o profeta Ezequiel. Ao nos prepararmos para a Páscoa, reforcemos nossa disposição de seguir Jesus, de modo particular, celebrando os sacramentos.

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