sexta-feira, 25 de maio de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Agora sois luz no Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO
Eu sou a Luz do mundo 
            Na caminhada para a Páscoa, na qual celebramos os Mistérios centrais da Salvação, somos preparados para vivê-los na celebração e na vida. A liturgia de hoje tem uma mensagem de alegria que preanuncia a Páscoa. É a alegria daquele que não via a luz e, pela fé, vê Jesus que é a Luz. Nesses três domingos da Quaresma temos três ensinamentos: Jesus é a Água Viva, a Luz e a Vida, simbolizados na água oferecida à samaritana, na cura do cego e na ressurreição de Lázaro. Notemos que nos três casos foi um dom foi oferecido por Jesus, sem que fosse pedido. O dom da fé é gratuito. É o ensinamento sobre nosso Batismo. João, em seu evangelho, apresenta sete sinais (milagres) escolhidos que tinham a finalidade de levar à fé e por ela chegar à vida eterna. O oitavo sinal é a Ressurreição de Jesus. Hoje ouvimos a narrativa da cura do cego de nascença. O cego lava os olhos que foram tocados por Jesus com a lama feita com saliva. Ele os lava na piscina de Siloé que significa Enviado. Jesus é o Enviado de Deus. Ao encontrar Jesus que o cura, vendo-O professa a fé. Não crer é não querer ver e permanecer no pecado. Cristo é a Luz que se manifesta, pela sua Ressurreição, como Luz para o mundo para a Glória de Deus. No início de seu Evangelho João diz: “João veio como testemunha, para dar testemunho da Luz a fim de que todos acreditassem por meio Dele… a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem” (Jo 1,7.9). A Páscoa está cercada de símbolos de Luz: o fogo novo que acende o Círio Pascal, imagem de Cristo. Essa luz é repartida sem perder o seu fulgor (precônio pascal). No batismo é dada ao que foi batizado uma luz com as palavras: “Agora sois luz de Cristo”. 
Deus escolhe porque ama 
Nesse 4º domingo, lembrando o Batismo na etapa chamada “iluminação”, salienta-se a escolha que Deus faz de cada um como fez a Davi. A escolha é gratuita, pois “não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou primeiro e enviou-nos o Seu Filho” (1Jo 4,10) “quando éramos ainda pecadores” (Rm 5,8). Temos a declaração da humanidade de Cristo. O cego diz: “O homem chamado Jesus fez lama, colocou-a nos meus olhos e disse-me: ‘Vai, lava-te na piscina de Siloé e lava-te’”. Acentua também que Cristo é divino: “Se este homem não viesse de Deus não poderia fazer nada”. Jesus conclui: “Eu vim ao mundo para exercer um julgamento a fim de que os que não veem, veja, e os que veem se tornem cegos” (Jo 9,39). A iluminação é o resultado da vida que recebemos, como veremos no 5º domingo quando ouviremos a ressurreição de Lázaro. Cristo é Vida, por  isso dá vida aos mortos. Mais que uma vida que termina, dá a Vida Eterna. 
Agora sois luz em Cristo 
            Ser luz em Cristo é viver como filho da luz na bondade, justiça e verdade, discernindo o que agrada ao Senhor (Rm 5,9-10).  A unção de Davi lembra-nos que somos ungidos no Batismo para receber o Espírito do Senhor. Continuamos o processo de transfiguração que proclamamos no segundo domingo da Quaresma. O testemunho cristão terá sempre oposição, como a Jesus: “A luz brilha nas trevas, mas as trevas não a compreenderam” (Jo 1,5). Voltando à reflexão sobre a Paixão e Morte de Cristo, sabemos que o discípulo passa pelo mesmo caminho do Mestre: “Se eles me perseguiram também vos perseguirão, se guardaram minha palavra também guardarão a vossa” (Jo 15,20). Somente a graça pode nos garantir: “Iluminai nossos corações com o esplendor de vossa graça, para pensarmos sempre o que vos agrada e amar-Vos de todo o coração” 

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