PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA-50 ANOS CONSAGRADO |
Eu sou a Luz do mundo
Na caminhada para a Páscoa, na qual
celebramos os Mistérios centrais da Salvação, somos preparados para vivê-los na
celebração e na vida. A liturgia de hoje tem uma mensagem de alegria que
preanuncia a Páscoa. É a alegria daquele que não via a luz e, pela fé, vê Jesus
que é a Luz. Nesses três domingos da Quaresma temos três ensinamentos: Jesus é
a Água Viva, a Luz e a Vida, simbolizados na água oferecida à samaritana, na
cura do cego e na ressurreição de Lázaro. Notemos que nos três casos foi um dom
foi oferecido por Jesus, sem que fosse pedido. O dom da fé é gratuito. É o
ensinamento sobre nosso Batismo. João, em seu evangelho, apresenta sete sinais
(milagres) escolhidos que tinham a finalidade de levar à fé e por ela chegar à
vida eterna. O oitavo sinal é a Ressurreição de Jesus. Hoje ouvimos a narrativa
da cura do cego de nascença. O cego lava os olhos que foram tocados por Jesus
com a lama feita com saliva. Ele os lava na piscina de Siloé que significa
Enviado. Jesus é o Enviado de Deus. Ao encontrar Jesus que o cura, vendo-O
professa a fé. Não crer é não querer ver e permanecer no pecado. Cristo é a Luz
que se manifesta, pela sua Ressurreição, como Luz para o mundo para a Glória de
Deus. No início de seu Evangelho João diz: “João veio como testemunha, para dar
testemunho da Luz a fim de que todos acreditassem por meio Dele… a luz
verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem” (Jo 1,7.9). A Páscoa está
cercada de símbolos de Luz: o fogo novo que acende o Círio Pascal, imagem de
Cristo. Essa luz é repartida sem perder o seu fulgor (precônio pascal). No
batismo é dada ao que foi batizado uma luz com as palavras: “Agora sois luz de
Cristo”.
Deus escolhe porque ama
Nesse 4º domingo,
lembrando o Batismo na etapa chamada “iluminação”, salienta-se a escolha que
Deus faz de cada um como fez a Davi. A escolha é gratuita, pois “não fomos nós
que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou primeiro e enviou-nos o Seu Filho”
(1Jo 4,10) “quando éramos ainda pecadores” (Rm 5,8). Temos a declaração da
humanidade de Cristo. O cego diz: “O homem chamado Jesus fez lama, colocou-a
nos meus olhos e disse-me: ‘Vai, lava-te na piscina de Siloé e lava-te’”.
Acentua também que Cristo é divino: “Se este homem não viesse de Deus não
poderia fazer nada”. Jesus conclui: “Eu vim ao mundo para exercer um julgamento
a fim de que os que não veem, veja, e os que veem se tornem cegos” (Jo 9,39). A
iluminação é o resultado da vida que recebemos, como veremos no 5º domingo
quando ouviremos a ressurreição de Lázaro. Cristo é Vida, por isso dá vida aos mortos. Mais que uma vida
que termina, dá a Vida Eterna.
Agora sois luz em Cristo
Ser
luz em Cristo é viver como filho da luz na bondade, justiça e verdade,
discernindo o que agrada ao Senhor (Rm 5,9-10).
A unção de Davi lembra-nos que somos ungidos no Batismo para receber o
Espírito do Senhor. Continuamos o processo de transfiguração que proclamamos no
segundo domingo da Quaresma. O testemunho cristão terá sempre oposição, como a
Jesus: “A luz brilha nas trevas, mas as trevas não a compreenderam” (Jo 1,5).
Voltando à reflexão sobre a Paixão e Morte de Cristo, sabemos que o discípulo
passa pelo mesmo caminho do Mestre: “Se eles me perseguiram também vos
perseguirão, se guardaram minha palavra também guardarão a vossa” (Jo 15,20).
Somente a graça pode nos garantir: “Iluminai nossos corações com o esplendor de
vossa graça, para pensarmos sempre o que vos agrada e amar-Vos de todo o
coração”
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