Gastamos mais tempo em reclamar dos problemas e
dificuldades do mundo do que em perceber suas belezas e riquezas. Mesmo vendo
suas grandes maravilhas, nos esquecemos da metade de sua realidade, a vida
espiritual. Todos têm um mundo de riquezas espirituais. Por mais frágeis que sejamos
e, mesmo malvados, há em nós uma faísca divina. É triste ver pessoas preparadas
serem tão ignorantes sobre as coisas espirituais. Um cientista sem Deus é um perigo.
É preciso ser sábio. Não são tão preparadas assim, pois desconhecem o que de
muito rico somos. Podemos não reconhecer aDeus como Pai, mas Ele nos reconhece
a todos como filhos: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos
chamados filhos de Deus. Em nós o somos! Se o mundo não nos conhece é porque não
conheceu o Pai” (1Jo 3,1). Deus não
tem filhos que não o podem chamar de Pai. Que maravilha é o amor de Deus! Isso
nos faz santos mesmo quando somos pecadores. Há um modelo de santidade muito
bonito ao qual tantos correspondem. Mas fomos nós que o fizemos. Deus tem o
seu. Cada filho seu é maravilhoso. O amor do Pai por nós liberta-nos de todos
esses modelos, pois o colo do Pai tem lugar para todos. Sendo assim, qual é a
missão de quem crê em Deus e em Seu Filho Jesus Cristo? O que fazemos como
cristãos que prezam este nome? Anunciar as maravilhas de Deus que todos somos
filhos e dar testemunho de como se vive a resposta deste amor tão grande. Por
isso todos somos santos na medida de Deus e com esforço de fazer nossa medida.
Da parte de Deus nada nos falta. Jesus olha cada um de nós, como olhou o jovem
rico e nos ama. Não se manifestou ainda o que seremos, mas quando se manifestar,
seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é” (1Jo 3,2). Celebrar a festa de Todos os Santos não é somente
lembrar todos os habitantes do Céu, mas também todos os que procuram ir para
essa sua casa própria. Os que se debatem contra Deus, não o fazem contra Ele,
mas contra certas caricaturas que fazemos dele. Se brigam com Deus é porque
crêem que Ele existe, senão não iriam perder tempo de brigar com o vento.
Santidade
de pé no chão
Santo Afonso diz que muitos colocam a santidade em
orações, penitências, jejuns etc... mas toda a santidade consiste em amar Jesus Cristo.
O amor é quem modela todas as atitudes do cristão. Sem isso, não podemos ser cristão
autênticos. E Jesus, muito prático, mostra o que significa esse amor através do
discurso da Montanha: ser pobre de espírito, aflito pelo bem, mansos, famintos
e sedentos de justiça que vem de Deus, misericordiosos, puros de coração,
promotores da paz, perseguidos por causa da justiça; Estes podem exultar. Tudo
isso podemos fazer. Neste caminho nós podemos fazer tantas coisas na
simplicidade e na caridade. Às vezes ensinamos tantas coisas estranhas e esta
fica fora.
Pastoral
da santidade
O Concílio nos trouxe muitas verdades, que mesmo
sendo antigas, foram obscurecidas por ideologias dentro da Igreja. Afirma que
todos podem e devem ser santos em qualquer estado de vida que estejam. Se ser
santo era copiar em si modelos de santidade esteriotipados. Agora podemos criar
nosso modelo aprendendo dos antigos não como faziam, mas com a intensidade de
seu amor a Jesus Cristos, pela Igreja na caridade. As ordens religiosas e os
santos se dedicavam ao socorro dos pobres, dos abandonados. No coração da Igreja puderam viver o Evangelho
e levar adiante a mensagem de Jesus.
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