terça-feira, 6 de junho de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Geração dos que O procuram”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Um mundo de santos
               Gastamos mais tempo em reclamar dos problemas e dificuldades do mundo do que em perceber suas belezas e riquezas. Mesmo vendo suas grandes maravilhas, nos esquecemos da metade de sua realidade, a vida espiritual. Todos têm um mundo de riquezas espirituais. Por mais frágeis que sejamos e, mesmo malvados, há em nós uma faísca divina. É triste ver pessoas preparadas serem tão ignorantes sobre as coisas espirituais. Um cientista sem Deus é um perigo. É preciso ser sábio. Não são tão preparadas assim, pois desconhecem o que de muito rico somos. Podemos não reconhecer aDeus como Pai, mas Ele nos reconhece a todos como filhos: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus. Em nós o somos! Se o mundo não nos conhece é porque não conheceu o Pai” (1Jo 3,1). Deus não tem filhos que não o podem chamar de Pai. Que maravilha é o amor de Deus! Isso nos faz santos mesmo quando somos pecadores. Há um modelo de santidade muito bonito ao qual tantos correspondem. Mas fomos nós que o fizemos. Deus tem o seu. Cada filho seu é maravilhoso. O amor do Pai por nós liberta-nos de todos esses modelos, pois o colo do Pai tem lugar para todos. Sendo assim, qual é a missão de quem crê em Deus e em Seu Filho Jesus Cristo? O que fazemos como cristãos que prezam este nome? Anunciar as maravilhas de Deus que todos somos filhos e dar testemunho de como se vive a resposta deste amor tão grande. Por isso todos somos santos na medida de Deus e com esforço de fazer nossa medida. Da parte de Deus nada nos falta. Jesus olha cada um de nós, como olhou o jovem rico e nos ama. Não se manifestou ainda o que seremos, mas quando se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é” (1Jo 3,2). Celebrar a festa de Todos os Santos não é somente lembrar todos os habitantes do Céu, mas também todos os que procuram ir para essa sua casa própria. Os que se debatem contra Deus, não o fazem contra Ele, mas contra certas caricaturas que fazemos dele. Se brigam com Deus é porque crêem que Ele existe, senão não iriam perder tempo de brigar com o vento.
Santidade de pé no chão
               Santo Afonso diz que muitos colocam a santidade em orações, penitências, jejuns etc... mas toda a santidade consiste em amar Jesus Cristo. O amor é quem modela todas as atitudes do cristão. Sem isso, não podemos ser cristão autênticos. E Jesus, muito prático, mostra o que significa esse amor através do discurso da Montanha: ser pobre de espírito, aflito pelo bem, mansos, famintos e sedentos de justiça que vem de Deus, misericordiosos, puros de coração, promotores da paz, perseguidos por causa da justiça; Estes podem exultar. Tudo isso podemos fazer. Neste caminho nós podemos fazer tantas coisas na simplicidade e na caridade. Às vezes ensinamos tantas coisas estranhas e esta fica fora.
Pastoral da santidade
               O Concílio nos trouxe muitas verdades, que mesmo sendo antigas, foram obscurecidas por ideologias dentro da Igreja. Afirma que todos podem e devem ser santos em qualquer estado de vida que estejam. Se ser santo era copiar em si modelos de santidade esteriotipados. Agora podemos criar nosso modelo aprendendo dos antigos não como faziam, mas com a intensidade de seu amor a Jesus Cristos, pela Igreja na caridade. As ordens religiosas e os santos se dedicavam ao socorro dos pobres, dos abandonados.  No coração da Igreja puderam viver o Evangelho e levar adiante a mensagem de Jesus.

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