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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
A liturgia do tempo pascal apresenta pontos centrais do ensinamento de
Jesus. Ela está a nos dizer: ‘assim vive quem ressuscitou com Cristo’. Não se
trata só de conhecimento, mas de vivência no dia a dia. João, em seu evangelho,
insiste na observância dos mandamentos: “Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor, assim como eu guardei o andamento de eu Pai e
permaneço em seu amor” ... “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros
como eu vos amei” (Jo 15,10-12). O amor é o núcleo da vida e da mensagem de
Jesus, e significou sua vitória sobre a morte. Para nós, isso se realiza no
amor que é nossa ressurreição. Escreve João: “Nós sabemos que já passamos da
morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte”
(1Jo3,14). É nossa Páscoa. Esse amor querido por Jesus dever ser como Ele o fez:
“Assim como Eu vos amei, deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 15,12). Como
Ele amou? “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”
(13). A vida de Jesus é o amor que se entrega desde o primeiro instante pelos Seus.
Pedro diz que Deus não faz distinção de pessoas (At 10,34). Quem são os amigos
de Jesus? Todos... Mas de modo particular quem aceita o jogo do amor. Chama de amigos! Praticar o mandamento é
ser introduzido na amizade, que significa conhecimento de Cristo, no sentido
hebraico, vida a vida. O amor recíproco é baseado no amor do Senhor. No tempo
pascal, quando ouvimos as orientações de buscarmos as coisas do alto (Cl 3,1),
somos animados a um amor terreno. Coisas do alto podem significar o amor que
vem de Deus e que nos dá a vida do Ressuscitado. Estamos em corpo ainda frágil,
mas temos a vida do Espírito (Rm 8,10).
O Senhor fez conhecer a Salvação
O
Salmo 97 convida ao louvor: “O Senhor fez conhecer a salvação e às nações
revelou sua justiça. Recordou Seu amor sempre fiel pela casa de Israel”. O amor
de Deus não é exclusivo a ninguém nem a um grupo particular. É aberto a todos.
Se recebemos tanto carinho de Deus é para sermos os anunciadores privilegiados
de sua salvação. É o que nos faz ver a narrativa do batismo de Cornélio, um
pagão romano que tinha afeto pela fé judaica. Mais ainda, era um homem justo e
temente a Deus (At 10,1-48). Quem está aberto a Deus, recebe dEle a riquezas
que reserva a Seus filhos. Sempre é Deus quem toma a iniciativa no caminho da
salvação. Deus vem antes de O termos amado. João escreve: “não fostes vós que
me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e
produzirdes fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15.16). Nossa vida
cristão vai ser um forte anúncio de salvação. Não podemos contemplar a Deus,
mas podemos vê-lO nos que amam.
Nisto
consiste o amor
Amamos sob tantas formas. Amor não é só prazer, não é só sentimento, só
sentir-se bem e feliz. Amor nasce de Deus. Foi assim que o amor de Deu se manifestou
entre nós: “Deus enviou seu filho único ao mundo para que tenhamos vida por
meio dEle (9). Na entrega que o Filho faz de si, está o amor. Na medida em que amamos,
nascemos de Deus” Ameno-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo
aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Que não ama não chegou a
conhecer a Deus porque Deus é amor” ( 1Jo 7,8). Assim produzimos frutos e nossa
oração é ouvida porque jamais perdemos por ter amado. O Espírito virá em nossa
ajuda mesmo que não mereçamos.
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