Deus
sempre socorre os necessitados: “Este pobre clamou e Deus o ouviu”; Ele dá
alimento aos que têm fome. O povo, saído do Egito, entrou por um deserto inóspito
onde lhe faltava tudo: alimento, água, segurança. Os 40 anos foram de
sofrimento e carências. Mas o Deus que o amava não deixou de providenciar mais do
que suas lágrimas pediam. O maná vindo do céu é o símbolo da preocupação de
Deus com os que sofrem. O livro da Sabedoria descreve assim a preocupação de
Deus: “A teu povo nutriste com um alimento dos anjos, lhe proporcionado do céu,
graciosamente, um pão de mil sabores, ao gosto de todos” (Sb 16,28). O milagre
da bondade foi ao extremo do carinho: um pão que tinha o sabor que se
desejasse. Jesus, compassivo com o mesmo povo sofrido, realiza o milagre da
multiplicação dos pães. Em seu discurso sobre o pão da vida, cita o salmo 78,24:
“Deu-lhes o pão do céu a comer” (Jo 6,31). Com o milagre da multiplicação dos
pães e com a imagem do maná que saciou a fome do povo no deserto, explica-nos
sua missão que tem uma síntese na Eucaristia: O maná sacia o povo faminto no
deserto. Jesus, dando-se como alimento, sacia uma fome mais profunda, pois “os
pais comeram o maná no deserto e morreram” (49). Ele afirma: “Eu sou o pão vivo
descido do céu” (Jo 6,49) [...] “quem comer deste pão viverá eternamente, o pão
que eu darei é minha carne para a vida do mundo” (51). O povo continua faminto
de pão e de vida. A espiritualidade eucarística deve converter a Eucaristia
celebrada em Eucaristia para a vida do mundo.
257. Pão para os fracos
Aprendemos
a ter grande amor pela Eucaristia. O carinho, respeito e devoção fizeram-nos
perceber a grandeza desse Pão vindo do Céu. Infelizmente entendeu-se grandeza
como distância. A Eucaristia, alimento dado a todos, passou a ser um prêmio
para o justo, recompensa para os bons e delícia dos perfeitos. Os necessitados
de pão continuaram passando fome. Certamente que as condições requeridas para a
comunhão permanecem intactas, mas intacta também permanece a finalidade do Pão
da Vida: alimento para os necessitados da vida de Deus. Jesus já proclamava: “Não
são os sadios que precisam de médico, mas os doentes”. Ele, o Pão da Vida, que
veio para curar e salvar, não quer que seus doentinhos passem necessidade,
quando está ali a fonte da vida. Os bons não têm problemas e recebem a
Eucaristia como um prêmio. Mas, se não se tornam pão para a vida, não estão
cumprindo uma das finalidades da comunhão: dar vida.
258. Senhor, eu não sou digno
Diante
de tão grande mistério, cheios de tantas misérias, podemos lamentar diante de
Jesus Eucaristia: “Senhor, eu não sou digno que entreis em minha casa, mas
dizei uma só palavra e minha alma será curada”. Respondendo a S. Catarina de
Sena, que dizia essas palavras, Jesus disse: “Você pode não ser digna de me
receber, mas eu sou digno de ir a você”. Jamais poderemos preparar
condignamente nossa casa, mas é o Senhor quem nos prepara o coração para
recebê-lo. Isso nos estimula a buscá-lo com amor. Quanto mais fracos e doentes,
mais necessitamos receber a Eucaristia porque Ele é o alimento, é o remédio e o
médico de todos os nossos males. Não nos fechemos em nossas fragilidades.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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