segunda-feira, 20 de abril de 2015

EVANGELHO DO DIA 20 DE ABRIL

Evangelho segundo S. João 6,22-29.
Depois de Jesus ter saciado os cinco mil homens, os seus discípulos viram-n’O a caminhar sobre as águas. No dia seguinte, a multidão que permanecera no outro lado do mar notou que ali só estivera um barco e que Jesus não tinha embarcado com os discípulos; estes tinham partido sozinhos. Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, subiram todos para os barcos e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?» Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra 
PPS IV,17 «Christ Manifested in Remembrance» 
«Rabi, quando chegaste cá? […] A obra de Deus é esta: crer»
Cristo recusou-Se a dar testemunho de Si mesmo, a dizer quem era e de onde vinha; Ele esteve entre os seus contemporâneos «como aquele que serve» (Lc 22,27). Aparentemente, só depois da ressurreição e, sobretudo, depois da ascensão, quando o Espírito Santo desceu, é que os apóstolos entenderam Quem tinha estado com eles. Souberam depois de tudo ter acabado, mas não antes. Vemos aqui, em minha opinião, a manifestação de um princípio geral que se nos apresenta muitas vezes, quer na Escritura, quer no mundo: que não discernimos a presença de Deus no momento em que Ele está connosco, mas somente depois, quando olhamos para o que se passou e que já não existe. […] 
Acontecem-nos coisas agradáveis ou penosas, cujo significado não entendemos na altura, pois não vemos nelas a mão de Deus. Se tivermos uma fé firme, confessaremos aquilo que não vemos e aceitaremos tudo o que nos acontece como vindo dele. Mas, quer aceitemos com espírito de fé quer não, o certo é que não há outro modo de aceitar. Porque nós não vemos nada. Não percebemos porque foi que tal coisa aconteceu. Um dia Jacob clamou: «É sobre mim que tudo isto cai» (Gn 42,36); e dava essa impressão. […] E contudo, todas as suas desgraças acabariam em bem. Considerai seu filho José, vendido pelos irmãos, levado para o Egipto, feito prisioneiro, com os ferros a penetrar-lhe a própria alma, esperando que o Senhor lhe dirigisse um olhar benevolente. Muitas vezes o texto sagrado diz: «O Senhor estava com José.» […] De repente, percebeu aquilo que na altura lhe tinha parecido tão misterioso, e disse aos seus irmãos: «Deus enviou-me à vossa frente para vos preparar recursos neste país, vos conservar a vida e garantir a sobrevivência duma forma maravilhosa. Não, não fostes vós que me fizestes vir para aqui, foi Deus» (Gn 45,7-8). Maravilhosa Providência, tão silenciosa e, no entanto, tão eficaz, tão constante e infalível! É ela que derrota o poder de Satanás, que não consegue discernir a mão de Deus a operar no curso dos acontecimentos.

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