A
história do mundo foi sempre uma fogueira. Diante dos inúmeros problemas que o
mundo vive, o fiel cristão é convidado a estar firme: “Permanecendo firmes
ireis ganhar a vida” (Lc 21.19). Por que tanto sofrimento no mundo? Os séculos
tiveram uma história marcada pela guerra, pela dor e pelas lágrimas. Quanto
sangue derramado inutilmente! A ciência não foi capaz passa de mudar este
esquema. Pela loucura de poucos, o mundo se banha de sangue. É notícia de
jornal por uns dias, depois se esquece e de uma notícia se para outra. O Papa
não deixa de lembrar as guerras esquecidas que duram há anos. Quando trabalhava
na Angola, havia uma guerra civil que durava ha mais de 30 anos. Ali via passar
as colunas de tanques e tantos soldados jovens. Iam para a região de combate e
quem voltava? Quase ninguém. Com a guerra vem a falta de tudo, sem falar dos
mortos e mutilados. Eu atendia o hospital e, passando na secção dos feridos,
via cena horríveis: gente sem braço, sem perna. Não havia recurso. O senhor da
guerra ao está ao alcance dos tiros. Serafim, meu amigo, foi morto ao socorrer
um amigo ferido. O Evangelho pede que estejamos firmes. E Serafim era firme na
fé. Belo é ouvir que o Espírito vai dar palavras acertadas que os inimigos não
poderão resistir ou rebater (Lc 21,14). A vida cristã tem uma resposta concreta
e consistente para esta situação. O fogo do mundo se apaga com o fogo do
Espírito. Somente com esta chama na mão poderemos conquistar a paz.
Não vos
deixeis enganar.
Jesus
dá uma ordem clara: ‘Não vos deixeis enganar’. O que mais me chocava na guerra
é como ela é fascinante e leva a gente a tomar partido e ficar feliz quando o
inimigo está sendo massacrado. Não vos deixei enganar! Há muita doutrina que
conduz à morte, não falando só de guerra convencional ou guerra boa (se se pode
dizer que haja uma guerra boa). Falamos da guerra que se instaura em nossas
sociedades no trânsito, na violência, na exploração, nos atentados à vida
fundados em idéias e ideologias que justificam a morte de alguém e a violência
contra os inocente e pobres. Isso passa batido e o mal se instaura como um bem.
O cristão deve ser simples como a pomba, mas esperto como a serpente. Se
estivermos firmes, como diz o profeta, “para vos que temeis o meu nome, nascerá
o sol da justiça trazendo a salvação” (Ml 3,20).
Trabalhar
pa viver.
Paulo
escreve: “para não ser pesado a ninguém, trabalhando comam na tranqüilidade o
próprio pão” ( 2 Ts 3,10-12). Podemos retirar destas palavras um caminho de
vida para transformar este mundo em
chamas em um jardim florido de paz e harmonia: não ceder à tentação da
violência e prepotência. A justa ordem das coisas, o justo equilíbrio dos
desejos e pretensões poderão dar uma resposta convincente. A Igreja tem por
missão implantar a paz e o respeito a partir de suas próprias estruturas e
pessoas. S.Tiago já alertava que nossas guerras vêm de nossos desejo e cobiças (
Tg 4,12) vivendo o projeto de Jesus, o Espírito falará através de nossas vida.
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