Há dois séculos apenas, liam-se nos jornais de Havana, anúncios como estes:
- Troca-se um mulato de trinta anos (bom cozinheiro e sadio), por um cavalo ou mula. Tratar no armazém do João Rincão.
- Negócio de ocasião: Vende-se uma mulata de dezoito anos, sem vícios, muito dócil. Apenas 500 pesos.
- Outra mulata de 26 anos, recém-casada, com uma “cria” de cinco meses por 300 pesos.
- Aproveitem: Uma linda negra, jovem, boa lavadeira por apenas 200 piastras.
Estes e outros anúncios do gênero movimentavam o vergonhoso mercado de negros em Porto Rico, Jamaica, Lima, Cartagena e outras cidades das Américas. Centenas de milhares de africanos (muitas vezes caçados e vendidos pelos seus próprios patrícios) foram comprados na sua pátria e transportados como animais para o novo continente. Somente uma terça parte chegava com vida, devido aos maus tratos que sofriam na viagem.
Em 1610 essa barbárie começou a mudar. Um jovem jesuíta, Pedro Claver (1580-1564) desembarcou no porto de Cartagena com um endereço certo: Cuidar do corpo e da alma desses infelizes. Passou 40 anos nesse mister, chegando muitas vezes à exaustão física. Trabalhou como médico, professor, enfermeiro e, naturalmente, como padre. Pouco antes da morte revelou ter batizado cerca de 300.000 negros em Cartagena. Por isso é chamado o “apóstolo dos negros”.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
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