PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA E PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO REDENTORISTAS NA PAZ DO SENHOR |
Celebramos o tempo favorável no qual nos preparamos para a Páscoa. É como um sacramento que realiza em nós aquilo que fizermos através da Palavra e das atitudes que tomarmos. A oração da missa ensina a meta deste tempo: “Progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a Seu amor por uma vida santa”. Tudo que fizermos nos levará a participar da Morte e Ressurreição do Senhor. Iniciamos a Quaresma meditando sobre as tentações de Jesus, e nelas, nossas tentações. Somos frágeis e pecadores, isto é, nem sempre correspondemos ao projeto de vida que nos foi oferecido desde o Paraíso. O mal é uma torrente avassaladora que só perde a força na obediência de Jesus. Nesse primeiro domingo, todos os anos, temos a reflexão sobre as tentações de Jesus. Não podemos ficar pensando só em Suas tentações, mas também que estamos envolvidos pela mesma situação. S. Agostinho insiste: Em Cristo fomos tentados e em Cristo vencemos. O pecado não é um beco sem saída, pois é “para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). A narrativa do pecado de Adão e Eva não é só a narração de um fato, mas a realidade que existe em todos nós. Escolhemos o Mal e deixamos a Vida. Jesus sofre três tentações. Estas resumem todo o mal que é raiz dos males do mundo. Jesus, como homem, passou pela tentação. Celebrar a Páscoa será vencer a tentação com a força de Jesus.
Três caminhos de liberdade
Deus põe diante de nós uma escolha: Se escolhermos obedecer, venceremos. A primeira tentação é o pão pois significa viver para os bens temporais como o mais importante da vida. O pão é bom, mas precisa usar a receita do Pão da Palavra. “Não só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”. Essa tentação está presente no mundo de maneira desavergonhada quando vemos a luta por ter sempre mais. O bem estar domina o estar bem. A ganância pelos bens materiais é um mal que gera tantos males como a exploração e a corrupção. A segunda tentação vem do coração cheio do orgulho. O diabo leva Jesus ao ponto alto do templo para pular e não se ferir. Jesus responde: “Não tentarás o Senhor teu Deus!” Jesus é tentado a resolver nossa salvação com milagres espetaculares. Essa tentação é a vaidade e o orgulho. O mundo vive para a vaidade. A luta pelo poder, que vemos na política, na economia e nas igrejas e na vida da Igreja, leva a desatinos e crimes. A terceira tentação é a adoração do prazer. Tudo pelo prazer! Só a Deus adorarás, diz Jesus! Deus é a fonte do prazer e orienta nosso prazer. Nós somos insaciáveis no prazer porque não colocamos nosso prazer a serviço amor, e da vida. O prazer não se completa em nós porque temos só prazer humano. Quando saborearmos o prazer espiritual, veremos quanto maior será o prazer humano.
A obediência que liberta
Quando vivermos a Palavra, a humildade e a adoração a Deus, a liberdade que Cristo nos dá será nossa Páscoa e o caminho de salvação. Só assim teremos o mundo novo. A desobediência de Adão foi vencida na obediência de Cristo que nos deu a superabundante salvação. A Quaresma é uma oportunidade de ouvirmos a Palavra, participarmos das celebrações e nos convertermos do mal. A Campanha tem como lema Fraternidade e Tráfico Humano. É uma questão grave, pois o desrespeito à pessoa, seus direitos e valores é sua destruição. A Páscoa será restaurar a pessoa na sua condição original. Sem este respeito continuamos crucificando Cristo em seus membros frágeis.
Leituras: Gênesis 2,7-9;3,1-7;
Salmo 50;
Romanos 5,12.17-19; Mateus 4,1-11
A Quaresma quer nos levar a progredir no conhecimento de Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Assim participamos de seu Mistério Pascal. Jesus passou pelas mesmas tentações que passamos e como venceu, venceremos. Assim celebramos a Páscoa.
Estamos diante de uma escolha: Se obedecermos, venceremos. São três tentações: o pão, o poder e o prazer. Nós as vencemos pela Palavra, pela humildade e pela adoração. Só a Deus adoraremos.
Quando vivermos a Palavra, a humildade e a adoração a Deus, a liberdade que Cristo nos dá será nossa Páscoa e caminho de salvação. A desobediência de Adão foi vencida pela obediência de Cristo. A Campanha da Fraternidade orienta sobre o respeito à dignidade da pessoa humana.
Fritando o capeta
No primeiro domingo da Quaresma refletimos sobre a condição de pecado em que vivemos. Adão e Eva estão dentro de nós. O pecado consistiu na desobediência, isto é, não escutaram Deus e ouviram só o próprio interesse.
Jesus foi tentado como nós somos. O tentador quer nos levar a buscar nosso egoísmo nos bens temporais, simbolizados no pão, no orgulho e nos prazeres. Tudo é bom, desde que orientado pela Palavra de Deus, pela humildade e pela adoração a Deus, colocando-nos a serviço dos irmãos. Aí vencemos a tentação, como Jesus venceu. Jesus tinha um espeto bom para fritar o capeta: a obediência ao Pai. Nela venceremos tudo.
Homilia do 1º Domingo da Quaresma (09.03.2014)
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