Os dois termos relativos ao início e ao fim do dia, a alba e o crepúsculo, deram origem a dois nomes próprios que estão ligados ao percurso que a luz faz no nosso dia: Lucila, “nascida à alba”, e Crepusca “nascida no crepúsculo” (nome inteiramente desconhecido no Brasil).
Lucila é o gracioso diminutivo de Lúcia (*), e é o nome da virgem e mártir do século III que é festejada do dia 31 de outubro.
São poucos os documentos relativos à Santa Lucila, mas a devoção a ela é muito simbólica, sugerindo uma estreita ligação entre a luz material e a fé que ilumina a alma.
Um “corpo santo” de Lucila, tirado do cemitério de Calisto em 1642 foi levado para Reggio Emilia inicialmente para a Basílica de São Próspero, patrono daquela cidade, e em seguida foi trasladado para a capela de Nossa Senhora das Graças.
Segundo relatos longínquos e legendários, nos tempos da perseguição de Valeriano, no século 257, o tribuno Nemésio havia pedido e obtido do Pontífice o batismo para si e para sua filha Lucila. Esta, cega desde o nascimento, pouco depois da cerimônia recuperou a visão.
A nova fé e o milagre obtido pela filha tornou o tribuno romano surdo às exortações do imperador que exigia o seu retorno ao culto pagão. Devido às recusas persistentes, pai e filha foram condenados à morte e martirizados um entre a Via Appia e a Via Latina, e a outra na Via Appia, próximo do templo de Marte.
Os seus corpos foram enterrados e exumados diversas vezes e, segundo algumas interpretações, as trasladações tiveram e mantiveram o significado simbólico da centelha luminosa e santa que marca no mundo o itinerário triunfal do Cristianismo.
A nós basta pensar que o pai, São Nemésio, e a filha, Santa Lucila, são como chamas de testemunho convicto de fé e de caridade recíproca inseridas nas sombras de cada dia.
Fonte: www.santiebeati/it Mario Benatti
(*) Do latim Lucius, “luminoso(a), luzente, iluminado(a), que por vez tem origem em lux, lucis, “luz”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário