Evangelho segundo São Lucas 10,17-24.
Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome».
Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago.
Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano.
Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu».
Naquele momento, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver,
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Tradução litúrgica da Bíblia
Presbítero de Antioquia
Bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 1 sobre a 1.ª carta aos Tessalonicenses
«Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo»
«Vós fizestes-vos imitadores nossos e do Senhor», diz Paulo. Como? «Acolhendo a Palavra em plena tribulação, com a alegria do Espírito Santo» (1Tess 1,6). As provações afetam a parte material do nosso ser; a alegria brilha nas alturas espirituais. Passo a explicar: os acidentes da vida são tristes e penosos, mas os resultados são alegres, assim o querendo o Espírito. Portanto, é possível que não nos alegremos ao sofrer, se estivermos a sofrer pelos nossos pecados, mas até deixaremos que nos flagelem com alegria, se for por Cristo (cf At 5,41).
É a isto que o apóstolo chama a «alegria do Espírito»; respiramo-la naquilo que a natureza rejeita com horror. Suscitaram em vós mil penas, diz ele, fostes perseguidos, mas o Espírito não vos abandonou nessas provas. Tal como os três jovens foram envolvidos por uma suave brisa matinal na fornalha (cf Dn 3,50), vós também estais a ser provados. A brisa matinal não resultava, evidentemente, da natureza do fogo; só podia ser causada pelo sopro do Espírito. Também não está na natureza da provação alegrar-nos; essa alegria só pode vir dum sofrimento suportado por Cristo, da brisa matinal do Espírito, que transforma a fornalha da provação em lugar de repouso. «Com alegria» diz o apóstolo, e não com uma alegria qualquer, mas com uma alegria inesgotável, porque o seu autor é o Espírito.
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