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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) REDENTORISTA CONSAGRADO SACERDOTE NA PAZ DO SENHOR |
Todos os caminhos levam a Roma, se diz. Podemos dizer que são muitos os caminhos que levam ao Céu. Não há caminho melhor que o outro, se chegar ao Céu. Santo Afonso dizia que todos podem ser santos, cada um em seu estado de vida: casado como casado, solteiro, sacerdote, militar, comerciante e assim todos os estados de vida. Cada situação tem seus meios próprios para essa santidade. O casamento tem vantagens pois são dois a buscar o mesmo caminho para o Céu. Deus disse na criação do homem: “Não é bom que o homem esteja só, vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda” ... “Por isso deixa o homem a casa de seu pai e sua mãe, e se une a sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 2,18.24). Quando fala de auxiliar, uma só carne, está explicando algo fundamental para o casamento, sobretudo no aspecto espiritual. A união do homem e da mulher no casamento corresponde à própria realidade do masculino e do feminino que se completam, como duas partes pertencendo uma à outra. A grande vantagem do sacramento é a complementaridade. Esta é também espiritual. Como física, psicológica, intelectual e afetivamente são diferentes e se completam, também o são espiritualmente. Como? Primeiramente um estimulando o outro no caminho do Senhor, no caminho da santidade. Sem isso é o casamento vazio. A seguir, oferecendo um ao outro o modo diferenciado de santidade, e assim, buscando juntos o Senhor, transformam tudo o que é amor, afeto e carne no casamento em um caminho magnífico de santidade. Se a carne não é caminho de santidade, ela se torna caminho do pecado.
Célula da Igreja
A Igreja é a reunião de dois ou três em Cristo. Ele mesmo diz: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome eu estou no meio deles” (Mt 18,20). Ali está toda a Igreja. Não existe uma Igreja voando. Existem as células, como no corpo, unidas pela fé, que fazem o grande corpo de Cristo. A célula base é o casal que vive da fé e enriquece a Igreja de novos filhos. Estes acrescentam ao casal a possibilidade de maior vitalidade espiritual, como foram nossos antepassados, entre luzes e sombras. Mas é o caminho. Quando o casal se descobre como Igreja, renova a Igreja. Por isso Jesus insiste tanto no mandamento do amor como o mandamento que resume todos. Esse amor é a base de toda a vida matrimonial. É o amor de doação que se torna eucaristia viva. O que une as células do corpo espiritual é o amor do Espírito que nos une a Cristo e a todos os fiéis entre si. O casal é um dos pontos de partida dessa união.
Carregando uma cruz
O matrimônio cristão, unido com uma só vida, um só amor, uma só realidade, realiza em si o Mistério Pascal de Cristo que é um mistério de felicidade, mas também construído sob o alicerce da Cruz de Cristo. Não quer dizer que o sofrimento seja fundamental no casamento. Existe, mas a vida pascal está na cruz da entrega de vida para que haja vida em abundância. A busca da felicidade do outro é o segredo da Páscoa matrimonial. Por isso Paulo diz da relação com Cristo e a Igreja. Ele se entrega à Igreja, como o marido à esposa e a esposa ao marido, no mútuo acolhimento, resposta à entrega. Aqui está também o sentido de serviço que encontramos na última Ceia. Essa entrega faz do casamento um momento especial para a união ao Mistério Pascal de Cristo. Tudo é Páscoa e felicidade.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM AGOSTO DE 2006
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