Adelaide (ou Alice) nasceu por volta de 970 e faleceu em Colônia, Alemanha, no dia 5 de fevereiro de 1015. Ela era filha de Megingoz, Conde de Guelders, e de Gerberga de Metzgau, sendo neta de Carlos o Simples, rei dos Francos. Muito jovem foi entregue às cônegas de São Jerônimo, do Mosteiro de Santa Úrsula, em Colônia, para ser por elas educada, onde se destacou no estudo e na piedade inata. Seu irmão Godofredo morreu durante a guerra contra os Boemianos, em 977, e os pais destinaram a quota da herança que lhe pertencia à construção de um mosteiro de cônegas em Villich, perto de Bonn, na confluência dos rios Reno e Siegm no sítio do cemitério franco onde parece ter sido construída anteriormente uma igreja, como a arqueologia contemporânea. Adelaide tornou-se abadessa daquele novo convento e apesar de sua pouca idade, se mostrou à altura da tarefa, promovendo no convento o estudo e as obras de piedade. Inicialmente este convento foi estabelecido como uma comunidade de cônegas. Alguns cônegos foram admitidos no convento de Villich de modo que a Missa pudesse ser celebrada. Após a morte de sua mãe (994), Adelaide decidiu introduzir a Regra de São Bento na abadia, pois ela julgava esta Regra mais rigorosa do que a de São Jerônimo.
Depois de tê-la experimentado pessoalmente por um ano inteiro, se colocou sob a direção do mosteiro beneditino de Santa Maria in Capitólio, de Colônia, onde sua irmã Bertranda era abadessa. Ela exigia que as monjas sob sua direção aprendessem a ler o Latim, para que entendessem a Missa. Por volta do ano 1000, sua irmã morreu e ela foi colocada pelo Bispo de Colônia, Santo Eriberto, com o consentimento do imperador Oto III, à direção do mosteiro de Colônia. O Imperador Oto III reafirmou as imunidades de Villich das interferências eclesiásticas e concedeu o direito de escolher sua abadessa, o que permaneceu somente durante a existência da família dos fundadores. Estas ações fizeram com que Adelaide aceitasse a nova dignidade. Na direção dos dois mosteiros ela se destacou pela grande prudência, energia na tomada de decisões e caridade para com os pobres; a eles destinou certos rendimentos permanentes do mosteiro de Villich. A Santa tinha dons místicos e graças à sua intercessão ocorreram milagres. Santo Eriberto a respeitava muito e a consultava em todas as dificuldades. Ela faleceu em Colônia, em 5 de fevereiro de 1015, e seu corpo, a seu pedido, foi sepultado no claustro do mosteiro de Villich; foi posteriormente transferido para a igreja do mosteiro devido ao grande número de peregrinos que vinham rezar em seu túmulo, perturbando a tranquilidade do claustro. O culto de Santa Adelaide de Villich começou imediatamente após a sua morte e teve grande difusão, também chegando à França onde ela era conhecida apenas pelo nome de Alice. Sua festa é celebrada em 5 de fevereiro. A obra hagiográfica Vita Adelheidis (A Vida de Adelaide) contém algumas informações sobre sua famí O nome Alice curiosamente vem da mesma base que deu origem ao nome Adelaide. Athalaid é o nome alemão, mas tornou-se Alis em francês antigo, latinizado depois para Alicia, nome que mais tarde foi tomado pelos ingleses e se transformou em Alice, sendo em seguida re-exportado para a França e a Itália. O nome remonta mesmo ao grego "alyké", que significa "mar". Foi generalizado após o sucesso de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, pseudônimo do escritor inglês Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898).Relicário da Santa na Igreja de São Pedro, Bonn |
RANBECK, Calendário Beneditino (London, 1896); LECHNER, Martirológio das Ordens Beneditinas (Augsburg, 1855); STADLER, Heiligen-Lexikon (Augsburg, 1858); MOOSMUELLER, Die Legende, VII, 448. MICHAEL OTT (Enciclopédia Católica).
Acta Sanctorum, fevereiro, vol. 1, pp. 721.727, onde se encontra sua vida, escrita por Bertranda, uma monja sua contemporânea - cf. DHG., vol. 1, c. 517.
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