Parece que há um instinto inato em cada pessoa que a leva a destruir. Há alguns prazeres que nos lembram os tempos de criança: atear fogo, destruir casa de abelhas, matar passarinhos, atirar pedras nos telhados. Hoje mais modernos: destruir telefones públicos, quebrar coisas em festas, danificar árvores em passeios públicos etc.
Esse instinto sem dúvida cresce dentro de nós na proporção em que nos desenvolvemos e com manifestações funestas, como as brigas em estádios de futebol, as arruaças em festas, os quebra-quebras nas greves.
Se procurarmos mais, vamos encontrar ramificações desse instinto no gosto de falar mal dos outros, difamações, o descuido com o bem comum.
Não podemos pensar que isso seja normal em quem tem a mente equilibrada. Por outro lado jogar pesado em cima de nossos instintos também não é o caminho; eles não podem ser responsáveis por tudo o que acontece de ruim.
Duas explicações cabem aqui: A falta de educação talvez seja o fator mais forte na produção desses fenômenos animalescos. Outro seria a falta de percepção da alteridade. Não perceber que os outros existem e têm direitos produz comportamento indesejável.
Educação é toda a formação que o indivíduo recebe e faz agir pensada e responsavelmente. Além de mostrar o que é bom, a educação também desperta no indivíduo a sensibilidade. Quando nos deparamos com pessoa educada, fazemos nossos comentários bons. No caso contrário também os fazemos e nem sempre piedosos.A percepção da alteridade faz-nos perceber que não estamos sozinho no mundo e que o mundo é de todos, por isso o nosso direito termina onde começa o direito do outro. Isso faz com que a pessoa reflita e veja como ela é passageira e o mundo não existe só para ela. Então se completa o ciclo da educação; a partir disso, a pessoa tem de elaborar seus pensamentos, sentimentos e controlar seus instintos.
Em qualquer situação, embora seja mais fácil destruir, temos de colocar em nossa cabeça que é melhor construir no respeito; é melhor dar o direito à vida para todos; é melhor limpar nossa mente e procurar no Evangelho o caminho certo do amor.
Construir é realizar a vocação de responsável pelo mundo e pelas pessoas; é sentir-se útil; é fazer o bem. Construir vai desde o recolher um papel no chão, até trabalhar nos mais arrojados projetos. Mas o mais desafiante projeto é construir-se como pessoa humana, digna e imagem de Deus.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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