segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA- “Responsáveis pelo Reino!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
54 ANOS CONSAGRADO
46 ANOS SACERDOTE
A história do Reino de Deus.
 
A Palavra de Deus, neste 27º Domingo do Tempo Comum, é um exame de consciência de toda Igreja, de modo particular das autoridades, tanto civis como religiosas. É uma crítica ao modo de se exercer o poder. Comecemos pelo Antigo Testamento: Isaías (5,1-7) deixa-nos um magnífico texto: o cântico da vinha. “Vou cantar para meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: ‘Meu amigo possuía uma vinha em uma fértil encosta... plantou mudas escolhidas... esperava que produzisse uvas boas mas produziu uvas selvagens’. A vinha é o povo de Israel.. eu esperava deles frutos de justiça e eis a injustiça; esperava obras de bondade e eis a iniqüidade” (7). É a decepção de Deus. Jesus toma a imagem da vinha em Mateus 21,33-43. O profeta fala do carinho com que Deus tratou o seu povo e não recebeu o fruto esperado. Jesus diz que esta vinha foi confiada a meeiros. A vinha produziu, mas os responsáveis, em lugar de dar os frutos a Deus, pegaram para si. E, pior, mataram os enviados, os profetas, que vinham cobrar os direitos de Deus. Então, Deus envia seu Filho Jesus e eles “jogaram-no fora da vinha e o mataram”. Lembremo-nos de que Jesus foi morto fora da cidade. A escolha que Deus fez de Israel se frustrou no momento máximo que foi a vinda do Filho. Não entenderam a missão que era de dar frutos a Deus. Os chefes compreenderam que a parábola se referia a eles. Jesus completa que o Reino, como a vinha, lhes será tirado e dado a outro que corresponda aos sonhos de Deus. 
Riscos que corremos 
Somos o novo povo de Deus. Todos temos que corresponder, pois todos somos co-responsáveis pelo Reino de Deus. Somos responsáveis de dar pessoalmente e comunitariamente os resultados dessa plantação a Deus. Se não assumirmos nossa missão de ajudar o povo a produzir os frutos para Deus, nós da Igreja (padres, bispos, Papa, etc...) e as autoridades civis como presidentes, deputados, senadores, prefeitos, vereadores e mesmo os chefes de cada departamento, não promovermos o povo a produzir frutos para Deus, nós corremos o risco de perdemos essa propriedade pela qual somos responsáveis. Ele a passará a outros. Pessoalmente penso que a sociedade se envereda pelo caminho de violência, droga, trágico e maldades sem fim porque estão explorando o povo para si e não para Deus. A Igreja reclama que as seitas crescem. Não será por culpa do exercício de nosso ministério que não está bom? 
Dar frutos para Deus. 
Qual é nossa missão nesse contexto? Abrir espaço para a prática da justiça. Por que salário de um parlamentar sobe tanto e o do povo não? Não está aí uma raiz da violência e perversidade? O povo se cria ídolos, não será porque nós não lhes mostramos o verdadeiro rosto de Deus? O povo está desiludido porque explorado pelos grandes. Quantos males não procedem daí? O povo perde a fé a moral, a espiritualidade. Povos de formação cristã, estão se tornando ateus. Que evangelização fizemos? Não faltou o testemunho de uma fé consistente? Uma Igreja e uma sociedade distantes do povo não se comprometem com seu sofrimento nem defendem seus direitos. A parábola está sempre a nos alertar para nossa missão junto ao povo que é a de fazer com que produzam a justiça e a bondade. 
Leituras: Isaias 5,1-7; Salmo 79; 
 Filipenses 4,6-9; Mateus 21,33-43. 
Ficha: 1. A parábola de Jesus sobre os vinhateiros maus é um exame de consciência para toda a Igreja como também para a sociedade. A liturgia recolhe o texto de Isaias (5,1-7) onde vemos a decepção de Deus para com seu povo que não produz fruto, como uma vinha que dava esperança, e só produz uvas selvagens. Jesus toma a mesma imagem para mostrar aos chefes que eles, sendo responsáveis pelo povo, não o levaram a praticar a bondade e a justiça. E chegaram ao cúmulo de matar os enviados de Deus, principalmente a Ele, o Filho. 
2. Somos responsáveis, de modo particular as autoridades civis e religiosas, por corresponder aos planos de Deus para seu povo. Se não ajudamos o povo a produzir frutos, corremos o risco de perdê-lo. Muitos males da sociedade provém da irresponsabilidade em nosso ministério. 
3. Nossa missão é abrir espaço para a prática da bondade de da justiça. Se não o fazemos, o povo cria para si ídolos e afasta-se de Deus. Nosso ministério e nosso testemunho de fé consistente serão nosso modo de ser responsável pela vida do povo. 
Homilia do 27º Domingo do Tempo Comum
Em outubro de 2005

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