segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

EVANGELHO DO DIA 7 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São João 19,28-37. 
Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede». Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou. Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia, aquele sábado –, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com Ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso Lhe será quebrado». Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão de olhar para Aquele que trespassaram». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Bernardo (1091-1153) 
Monge cisterciense, doutor da Igreja
2.º sermão para a festa de Santo André 
O martírio de Santo André, apóstolo 
«Ó cruz há tanto tempo desejada, oferecida agora às aspirações da minha alma, venho a ti com gozo e confiança; recebe‐me com alegria, a mim, discípulo daquele que pendeu em teus braços», dizia Santo André [segundo a tradição], vendo ao longe a cruz que fora erigida para o seu suplício. Como podia ele sentir alegria e exaltação tão espantosa? De onde provinha tanta constância num ser tão frágil? Onde alcançou alma tão espiritual, caridade tão fervorosa, vontade tão firme? Não pensemos que tão grande coragem lhe vinha de si próprio; era o dom perfeito, que descia do Pai das luzes (cf Tg 1,17), do único que opera maravilhas. Era o Espírito Santo que vinha em auxílio da sua fraqueza, instilando no seu coração um amor forte como a morte, e até mais forte do que a morte (cf Cant 8,6). Queira Deus que também nós participemos hoje nesse Espírito! Porque, se o esforço da conversão é penoso, se velar em oração nos aborrece, é devido à nossa indigência espiritual. Se o Espírito Santo estivesse conosco, viria seguramente ajudar-nos na nossa fraqueza, fazendo por nós o que fez por Santo André: retirando ao labor da conversão o seu carácter penoso, torná-lo-ia desejável e delicioso. Irmãos, procuremos este Espírito, envidemos todos os esforços para O possuir, ou possuí-lo mais plenamente se O tivermos já. Porque «se alguém não tem o espírito de Cristo, não Lhe pertence» (Rom 8,9); e «nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus» (1Cor 2,12). Devemos, pois, tomar a nossa cruz com Santo André, ou antes, com Aquele que ele seguiu, o Senhor, nosso Salvador. A causa da sua alegria era, não só morrer com Ele, mas como Ele, e saber que, intimamente unido à sua morte, reinaria com Ele. Porque a nossa salvação está nesta cruz.

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