Que confusão o povo apronta quando se trata de promessas!
E não é para menos: como distinguir entre voto, promessa, juramento, intenção, proposta, propósito?
O que nos interessa são as tais “promessas” feitas a qualquer hora e de qualquer forma, na maioria das vezes sem ter conhecimento do que se está fazendo.
Voto é uma promessa feita a Deus de uma maneira deliberada e livre, de um bem melhor e possível.
Ninguém está obrigado a prometer e não é possível prometer a Deus algo ruim.
É um gesto de adoração a Deus, um gesto de ação de graças.
Há votos públicos e particulares que dependem de orientação e formação, bem como da aceitação da Igreja.
Há outros tantos que revelam a intenção da pessoa ou um contrato a ser feito.
Mas todos eles procuram sempre um bem melhor, sem nada exigir.
Cada um é livre para se obrigar por um voto.
Supõe que a pessoa saiba o que está fazendo e queira fazer.
A intenção e o propósito não exigem a mesma fidelidade que o voto e o juramento exigem.
As intenções e propósitos fazem parte de um projeto de vida e são pequenas ou grandes metas que colocamos para alcançar o objetivo.
Mas em tudo isso vale sempre a fidelidade; assim diz o Salmo:
“Cumprirei os votos que fiz ao Senhor todos os dias de minha vida”.
A confusão começa quando fazemos nossas promessas com a intenção de alcançar alguma graça de Deus ou dos santos.
Há gente esclarecida que sabe o que faz.
Há gente que faz promessa no desespero, faz promessas que são verdadeiros castigos.
Há outros com o mau costume de fazer promessas a toda hora; quando não fazem para outros cumprirem.
O que é certo nessa confusão?
Uma promessa não é um gesto para obrigar a Deus a nos atender.
Não é um negócio, uma troca com Deus.
É muito mais um pedido de intercessão, no qual determinamos o modo como vamos fazer nossa ação de graças.
Na verdade é mais um propósito.
Não podemos dizer que muitas promessas cheguem a ser um voto; faltam condições.
Para ação de graças vamos oferecer coisas boas, nada que prejudique a nós ou a outros.
Não se fazem promessas a torto e a direito.
Não se faz promessa para outros cumprirem; pode-se cumprir na intenção do outro.
Ninguém é obrigado a cumprir promessa que outros fizeram.
Não se faz promessa no desespero, sem saber o que está fazendo.
Não se deve fazer promessas para a vida inteira; as circunstâncias podem mudar e o que fazer depois?
Para que fazer uma promessa de atravessar a passarela da Basílica de joelho no chão?
É prejudicial à saúde.
Jesus já falou que vale mais um coração arrependido que muitos sacrifícios.
Muitas promessas não são válidas, porque faltam as condições e a lucidez de quem as faz.
E se alguma não pode ser cumprida, fale com o sacerdote para que troque ou abrevie a promessa ou esclareça por que não valeu.
O importante é ser agradecido a Deus. Jesus reclamou dos 10 leprosos, pois só um voltou para agradecer.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
-VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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