PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Lembro-me de modo particular de uma de minhas catequistas: Dona Jandira Cordeiro, tia Bira, que preparou minha primeira comunhão no dia 20 de maio de 1957. Um dia, voltando de férias para minha cidade, tive a oportunidade bendita de celebrar, por acaso, sua missa de 7º dia. Ela significou muito para mim. Que significa para nós ter recebido grande parte de nossa formação religiosa de pessoas abnegadas e dedicadas que nos deram os fundamentos da fé e da doutrina? Certo que muito veio do berço, mas a formação mais estruturada ficou sendo a base. Quanto agradecemos a Deus estas senhoras e senhores, tanto jovens como adultos, que nos transmitiram os rudimentos da fé! É raro ver um pai ou uma mãe ir agradecer o catequista que cumpre uma missão que lhes é devida. Acontece até de maltratarem as catequistas como pude ver no ano passado, quando da primeira comunhão das crianças. E por pouca coisa. Esta vocação continua a mesma missão de Jesus que acolhia as crianças e sempre os tinha em meio aos seus ouvintes. Por isso podemos dizer que são nossos mestres, isto é, ensinam a viver.
Ensinar é preciso.
Grande dom, ser um mestre. Temos muitos professores e poucos mestres, como nos ensinava a professora Beatriz na faculdade. Ela é uma destas que são mestres. Mestre ensina a viver. Em uma classe de catecismo de um grupo de adolescentes meio ferozes, a catequista, apesar de ser grande, se via pequena. No final do ano, os alunos sentem pena de não tê-la mais como professora, pois terminava sua catequese. Mas por que? Pergunta a catequista. Porque Tia Carmela não tem medo de dizer a verdade sobre a vida e a Igreja. Somos convocados por Deus a ensinar com a vida. Precisamos de tantos catequistas, mas, que sejam mestres que ensinem com a vida. Todos são bons e santas pessoas, mas é preciso ir além do texto e deixar falar a vida. Uma linha de vida vale uma biblioteca de livros, porque ela não vai só à inteligência, mas vai também ao coração. A grande sabedoria do mestre é deixar cada aluno, aprendido o básico, criar sua vida a seu modo, tornar-se ele mesmo, um mestre. Não sei o que D. Jandira me falava, mas ela era o livro a ser lido. Aqueles adolescentes, barra pesada, vão crescer na vida e serão grandes homens porque no momento de sua formação foram marcados por uma grande mestra da verdade, a tia Carmela, grande como tantos outros e outras cujos nomes estão escritos no Céus.
Minha avó me ensinou.
A família é a primeira escola de fé. No ano passado, em Tietê também, tínhamos mais de 1000 crianças na catequese. Um belo dia chega uma família apresentando a filha para a primeira comunhão. Ela não estava seguido as aulas com os outros. Mas por que não? - Lá em casa, nós é que damos o catecismo. Vovó ensinou mamãe e agora ensinou a neta. A família é a primeira responsável. A catequese é suplência. Que bom se cada casa fosse uma sala de catecismo, ao menos do básico: aprender a rezar, aprender a viver e aprender a ser o homem e mulher cristãos de amanhã. Deus lhes pague queridas mestras e queridos mestres na fé. Quem salva uma alma tem a sua gara
ntida.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM AGOSTO DE 2003
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