PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Celebramos neste domingo entre Natal e Ano Novo, a festa da Sagrada Família. A sensibilidade da devoção popular sempre cultuou a Família de Nazaré como modelo de toda família cristã. O Papa João XIII, movido pelas necessidades do mundo atual, salientou esta festa. As conquistas da família moderna e suas prementes necessidades levam-nos a buscar nestes dias maiores luzes e confortos na família de Jesus. Temos assim, no ciclo natalino, esta comemoração que celebra a família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Deste modo podemos compreender o mistério de nossas famílias dentro do mistério do Natal.
Para explicar união de Cristo com sua Igreja, Paulo usa a simbologia do matrimônio. Chama-o de grande mistério, grande sacramento, em referência à união de Cristo a sua Igreja. A Encarnação do Filho de Deus realizou o grande matrimônio entre a humanidade e a divindade. Esta união acontece na família concreta, a minha, a sua. Assim podemos interpretar a vontade de Deus sobre o modo como viver a fé cristã: dentro da família temos todos os elementos necessários para fazer nascer, crescer e frutificar a fé. A santidade sempre foi coisa de padres e freiras. João Paulo II tem insistido muito sobre a santidade da família e família como meio de santidade. Ele mesmo beatificou, há poucos meses, o casal Luis e Maria Beltrame da Itália. A família de Nazaré é o modelo, pois viveu esta realidade. A família é a base da Igreja.
As leituras mostram-nos como era a vida de Nazaré: A penumbra da vida no sonho da fé. Deus não mostra seus planos com toda clareza. Dá a direção e deixa o homem criar a vida. José e Maria com o Menino passaram momentos duros de perseguição e de migrantes temerosos. José teve medo de voltar para a Judéia. Quantos medos não passamos em nossa vida de família?! São as penumbras a vida de fé em família. A dificuldade se mistura com a alegria e alimenta o sonho. Amanhã vai ser melhor. Ao se casarem todos querem construir uma vida bonita. A realidade traz dificuldades. Mas a fé, certeza da presença de Deus, alimenta o sonho para continuar lutando. Se é difícil para nós, o foi também para a Família de Nazaré.
A primeira e segunda leituras dão a receita para a felicidade familiar. Receita simples: as qualidades humanas da família sustentam o edifício da fé. O livro do Eclesiástico mostra que o respeito pela pessoa é o ponto de partida. Deve-se respeito tanto aos velhos caducos como às crianças. Este respeito vem acompanhado das promessas de felicidade, perdão dos pecados e a grande promessa de ter ouvidas as orações. S.Paulo apresenta as virtudes: misericórdia, bondade, mansidão, paciência, perdão e sobretudo o amor mútuo. Temos certeza: toda família pode dar certo, pois temos dentro do lar o remédio - o amor. Amor é o que cura falta de amor.
(Leituras: Eclesiástico 3,3-7.14-17; Colossenses 3,12-21; Mateus 2,13-15.19-23)
Homilia da Festa da Sagrada Família (30.12.2001)
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