Na manhã do dia 1º de setembro p.p., em Košice, Eslováquia, o Cardeal Angelo Becciu presidiu o rito de beatificação de Ana Kolesárová, uma jovem de 16 anos que, a exemplo de várias santas e beatas, morreu mártir para defender sua pureza.
Antes de viajar à Eslováquia, falando ao Vatican News, o cardeal disse que a mensagem que Ana Kolerárová nos deixa é "totalmente contra a corrente; uma jovem de 16 anos que tem a força para se opor à brutalidade de um militar soviético que queria abusar dela. Ela se recusa, não apenas por um simples instinto de defesa, mas pela crença de que ela tinha que se manter pura e casta. Em um mundo em que se ri destes valores, é uma mensagem belíssima".
Infância e adolescência
Ana Kolesárová nasceu em 14 de julho de 1928 no distrito de Michalovce, na antiga Tchecoslováquia, filha de Ján Kolesár (conhecida pelos amigos como "Hruška") e de Anka Kušnírová. Ana era a mais nova dos três filhos do casal; ela tinha uma meia-irmã, Maria, e um irmão Miguel. Seu batismo foi celebrado na paróquia local no dia seguinte ao seu nascimento. Os Kolesárs eram descritos como agricultores piedosos, frequentadores assíduos da Santa Missa, que viviam sua fé de maneira concreta. [2] [1]
Sua mãe morreu após ela ter completado dez anos, quando ela passou a cuidar da casa e de seu irmão mais velho, Miguel. [3] Aqueles que conviveram com ela relataram que sua vida era ao mesmo tempo modesta e simples, e notavam sua presença frequente na igreja. Kolesárová costumava assistir à missa com as amigas depois de completar as tarefas domésticas. [5] [2]
Sua mãe morreu após ela ter completado dez anos, quando ela passou a cuidar da casa e de seu irmão mais velho, Miguel. [3] Aqueles que conviveram com ela relataram que sua vida era ao mesmo tempo modesta e simples, e notavam sua presença frequente na igreja. Kolesárová costumava assistir à missa com as amigas depois de completar as tarefas domésticas. [5] [2]
No outono de 1944, a fase final e mais sangrenta da 2ª. Guerra Mundial (a frente oriental) passava pelo distrito oriental de Michalovce, que era então parte da nação húngara. Foi durante esse período de transição violenta que as pessoas que moravam nas aldeias vizinhas se escondiam em seus porões para esperar que os bombardeios e as lutas terminassem. [2] [3]
O Assassinato
Em 22 de novembro de 1944, os soldados do Exército Vermelho entraram na cidade. Seu pai Jan abrigou-se com seus filhos e seus vizinhos no porão sob a cozinha. Durante uma revista à casa, um soldado soviético bêbado descobriu o esconderijo. [6] O pai de Ana pediu que ela fosse "dar a ele algo para comer"; ela saiu do esconderijo e caminhou até a cozinha para servir comida e água ao soldado, na esperança de manter a paz e provar que ela e os outros não ameaçavam o soldado. [4]
A natureza incerta da guerra fez com que ela e as outras mulheres da aldeia usassem vestidos pretos para não atrair atenção indesejada para si mesmas e desencorajar o comportamento impróprio dos soldados. [2] Mas isso não impediu o soldado assediá-la. [7] [6] Ana repeliu seus avanços e desvencilhou-se de suas garras enquanto ele tentava estuprá-la. [8] O soldado perseguiu-a até o porão. [9] [2]
Ali, diante da insistente recusa de cometer o pecado, ele apontou seu rifle automático PPSh-41 e matou-a com dois tiros no rosto e no peito, diante de seu pai e irmãos [6]. Suas palavras finais foram: "Adeus pai! Jesus, Maria, José!" [3] [1] [10] A menina fizera sua confissão e recebera a Comunhão pouco tempo antes de ser morta. [4] Seus restos mortais foram enterrados na noite seguinte, apesar da intensa luta que ocorria na área, mas o funeral foi realizado sem um padre, em segredo, de modo a permanecer em segurança. O Padre Anton Lukáč celebrou os solenes ritos fúnebres uma semana depois, em 29 de novembro de 1944.
O Pe. Lukáč era o pároco da aldeia de Pavlovce nad Uhom e depois investigou a sua morte. Ele entrevistou os aldeões e obteve declarações assinadas de cinco testemunhas. Ele então registrou o incidente nas crônicas de sua paróquia e no registro observou que ela morreu para defender sua inocência. O padre jesuíta Michal Potocky também forneceu informações sobre a vida de Ana Kolesárová e as circunstâncias de sua morte. Apesar disso - e após o fim da guerra - o novo governo socialista da Tchecoslováquia proibiu a menção do incidente e impôs uma proibição estrita das reuniões abertas no local da sepultura.
A casa em que ela viveu ainda existe. Agora é usada por uma organização fundada e dedicada a ela. A organização Domcek promove trabalho voluntário, bem como eventos sociais e oficinas para jovens de sua idade. Há também frequentes peregrinações à sua sepultura (três vezes por ano: em fevereiro, abril e agosto), enquanto em Pavlovce nad Uhom há um grande encontro dedicado a ela, que é popular entre os adolescentes.
Beatificação O processo de beatificação começou em 3 de julho de 2004, depois que a Congregação para as Causas dos Santos concedeu-lhe o título de Serva de Deus e declarou "nihil obstat" (sem objeções) à causa. [2] A investigação diocesana sobre sua vida e assassinato foi aberta em Košice em 2 de abril de 2005 e foi encerrada em 14 de fevereiro de 2012, depois de ouvir 38 pessoas. A C.C.S. mais tarde validou o processo diocesano em Roma, em 14 de junho de 2013, e recebeu o dossiê da Positio de 650 páginas em 2015 para avaliação. Os teólogos e os membros da C.C.S. aprovaram a causa após a avaliação do dossiê, no dia 6 de fevereiro de 2018.
Sua beatificação recebeu a confirmação oficial em 6 de março de 2018, depois que o Papa Francisco confirmou que Ana Kolesárová havia morrido "in defensum castitatis". [3] A beatificação foi celebrada na sua Eslováquia natal em 1º de setembro de 2018 e cerca de 30 000 pessoas assistiram à missa.
O sacerdote jesuíta Michal Potocký, natural do povoado de Vysoká, reuniu testemunhos sobre a vida e a morte de Ana e começou a divulgá-los.
Com a queda do regime comunista, a história da jovem começou a ser falada e conhecida até que em 1999, alunos de um colégio realizaram uma peregrinação e um retiro espiritual, até o seu túmulo, liderados por um sacerdote.
Estas peregrinações, chamadas de Peregrinações da Alegria, se tornaram frequentes e hoje cerca de 4 mil pessoas por ano passam pelo local onde Ana está sepultada. Os jovens são os que mais frequentam o local cuidando também de sua manutenção.
Muitos foram curados de feridas interiores de relacionamentos, depressão e viveram conversões autênticas; no santuário também se reza muito para que a beata ajude a encontrar a vocação e a reconstruir relacionamentos.
Muitos jovens dizem que lá conseguem de verdade encontrar uma alegria pura, perceber que seus corações podem confiar novamente nas pessoas. Um lugar onde podem chorar, sorrir e falar de seus sonhos.
Rezemos, pedindo a intercessão da Beata Ana para que os jovens de todo mundo possam encontrar a verdadeira Alegria de suas vidas: o Amor de Deus.
Segundo fonte de Vatican.va
Com informações de Anna Kolesárová.sk
Referências:
1. "Venerable Anna Kolesárová". Saints SQPN. 9 March 2018. Retrieved 9 March 2018. 2. "Serva di Dio Anna Kolesárová". Santi e Beati. Retrieved 9 March 2018.
3. "Young Slovak martyr will be beatified". The Slovak Spectator. 8 March 2018. Retrieved 8 March 2018.
4. "About Anna". Domcek. Retrieved 9 March 2018.
5. "Anna Kolesarova". Farnost Vitaz (in Slovak). Rimkat.sk. Retrieved 6 August 2013.
6. https://annakolesarova.sk/en/
7. http://www.catholicsun.org/2018/08/22/anna-kolesarova/
8. https://www.thetablet.co.uk/news/8720/murdered-slovak-peasant-girl-to-be-declared-blessed-
9. "Príbeh, ktorý sa odohral v tú osudnú novembrovú noc". Anka (in Slovak). Domcek.org. Retrieved 7 August 2013.
10. Slaninkova, Zuzana (25 January 2012). "O Anke Kolesarovej". Katolicke noviny (in Slovak). Retrieved 7 August
http://heroinasdacristandade.blogspot.com/
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