PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Um banquete para todos
São Mateus continua apresentando o Reino através diversas parábolas. A narrativa sempre remete a um ensinamento e não retrata um fato. No texto corrente temos a parábola da festa do casamento do filho do rei. O banquete é um símbolo muito rico nas Escrituras. O rei mandou os empregados chamarem todos. Manda dizer: “As comidas preciosas já estão prontas, os animais preparados, tudo pronto”. Os convidados não quiseram ir. Insiste: Vinde à festa. Além de recusarem, ainda maltratam os empregados e até matam. Continua sendo a história do povo de Deus que não acolhe seus constantes chamados a participar da vida plena do Reino. O rei é o Pai e o filho é Jesus que se une à humanidade. O Pai chama para participar da festa do casamento de seu Filho que se encarnou e se uniu a sua esposa, a humanidade. As comidas preciosas significam as riquezas do Reino. O Reino não é uma expectativa do futuro, mas presente. Os bens do Reino são oferecidos ao povo escolhido. Mas houve a recusa. Então do rei diz que os convidados não foram dignos e manda que chamem todos que encontrarem pelas ruas, os sem nome, sem títulos e sem bens. Estes acolheram. Deus abre as riquezas do reino a todos. Deus não seleciona ao convidar. Participar de um banquete é unir-se a quem convidou, o anfitrião, vestindo a roupa própria, isto é, vivendo a mesma vida. Era costume, nas festas grandes, os convidados receberem presentes, inclusive roupas preciosas. A veste nupcial significa a participação da vida divina. Sem ela nos perdemos e somos lançados fora.
Não posso ir
Cada um arranjou desculpas para não ir ao banquete. Rejeitar uma festa boa significa recusar a pessoa que convidou. Qualquer desculpa serve. Certos convites implicam obrigação. É a festa do Reino. O rei convida os especiais, como dizemos: não podemos esquecer tais pessoas. E insiste diversas vezes. Mesmo assim não adiantou. O crime de recusar e matar os empregados enviados pelo rei é um crime contra o rei. Assim vem a vingança: morte e cidades incendiadas. A recusa que Jesus sofreu abriu para todos a possibilidade de participar do Reino, o que não era possível antes, por não serem do povo de Israel. As desculpas que deram, como também Lucas escreve (Lc 14,18-20), são de ordem econômica, afetiva e de ganância etc... Para se justificar em não se comprometer com o Reino qualquer coisa serve. Pior de todas as razões é a displicência do egoísmo e falta de compromisso. Para nós, Deus serve enquanto nos serve. Por isso vemos que os pobres acolhem com generosidade. Na Igreja sempre contaremos com os desvalidos da vida, pois abrem o coração ao convite de Deus. Mesmo não tendo condições humanas, sabem dar a vida. Nada perturbe nosso encontro com Deus. Não vamos perder a festa do Reino.
Um mundo feito para todos
No mundo atual vemos larguíssima faixa de população que não tem acesso aos bens necessários para a vida digna. E isso não é problema. Dormimos felizes. Isaias sonha com um banquete no monte Sião, centro da fé de Israel, aberto a todos os povos. Jesus realiza essa profecia. Vai eliminar todo o sofrimento e dor. Isso vai acontecer se assumirmos Jesus como nosso pastor (Sl. 22). Chegaremos a essa segurança quando dissermos: “Tudo posso Naquele que me conforta”... “Deus proverá com sua riqueza a todas as vossas necessidades em Cristo Jesus” (Fl 4,13.19). Só teremos verdadeira participação nas riquezas do Reino, se soubermos convidar os outros partilhando a alegria do Reino. E vale a pena.
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