quarta-feira, 25 de setembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Nascida das águas”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
1945. O silêncio que fala 
Celebramos mais de 300 anos de uma devoção mariana. Aquela pequena imagem enegrecida, pescada nas águas do Rio Paraíba do Sul, tornou-se um símbolo da catolicidade brasileira. Desde sua descoberta o país está à sombra da cruz e do manto da Imaculada Conceição. A imagem de Nossa Senhora Aparecida é a Imaculada. Buscando ouvir o que fala de si mesma, temos a resposta em seu silêncio. As aparições sempre trazem consigo mensagens deixadas de Nossa Senhora. A pequena imagem é a Mãe do Silêncio, pois suas origens são pouco conhecidas; ficou no silêncio do fundo de um rio de águas barrentas e fortes; pescada por homens que ficaram no silêncio. Não entraram para a história como os demais videntes. Maria de Aparecida é o silêncio que fala. Que gostoso é ver seu sorriso feliz. É a mãe silenciosa que tudo prepara para os filhos que chegam alegres. Ela tem olhos grandes que vêem longe, como que já os seguem nos caminhos que os trazem como peregrinos e os levam de volta com o coração cheio de alegria. Contam as maravilhas da visita e da viagem, mas o que Deus faz em seu coração fica no silêncio. É a Mãe que continua falando ao coração. Por que tanto silêncio? Maria de Aparecida não deixou mensagens. Como está sempre presente, continua sendo mensagens de acolhimento, de ternura e de fraternidade. Aqui estão todos seus filhos, de norte a sul do país. É comum ver um do Norte e do Nordeste ao lado de um do Sul e outro do Oeste. 
1946. Acompanhando no caminho 
Nossa Senhora Aparecida, não apareceu, foi encontrada. “Na curva de um rio brasileiro, Maria aparece à luz do cruzeiro” canta o povo. Nas curvas da vida ela está sempre presente. Essas curvas estão cheias de dor, de sofrimentos, de angústias. Mas também trazem a alegria da festa na casa da Mãe. A alegria do povo. Mesmo quando é multidão de centenas de milhares, gente de todo tipo está presente caminhando com a certeza de que está em casa. São adultos, idosos, cadeirantes, gente marcada pela vida dura. São criancinhas recém-nascidas, criançada que corre, jovens que se alegram. Como giram felizes na casa da Mãe, tem a certeza que a Mãe vai com eles em seus caminhos. Expressam levando uma lembrança, uma imagem, um objeto de devoção ou uma utilidade. Gente muito humilde, vinda de lugares distantes numa longa viagem. Vê-se pelo rosto a humildade. E na casa da Mãe são todos iguais. Aqui são recebidos na grande basílica, são recebidos nos hotéis e nas lojas. Sentem-se em casa. Aqui sustentam, com seus trocados, a vida de muita gente humilde que vive de suas pequenas bancas. É um comércio que alimenta vidas e alimenta devoção. Aquele que vende ajuda na devoção. 
1947. Uma Mãe para sempre
Nossa Senhora tem a riqueza de ser Mãe de todos esses filhos. Ela os recebe com as palavras de Jacó: “Esses são os filhos que Deus me deu” (Gn 33,5). Ao pé da Cruz, Jesus nos deu Maria por Mãe. Essa geração continua fazendo os filhos da Redenção. Aqui buscam a Deus, refazem-se de suas dores e limpam seu coração. Voltam para casa contentes e levam a boa notícia do amor de Deus manifestado em Maria. Ela os acompanha com os olhos cheios de amor, como vendo toda a estrada que devem percorrer. Está a dizer: “Ide filhos benditos, levai a todos o amor que aqui encontraram. Abençoai a cada um que encontrardes e dizei: a Mãe manda uma bênção um abraço e um carinho”. Ninguém passa por Nossa Senhora Aparecida sem levar uma lembrança do amor de Deus manifestado nela. Encontrada em um rio, ela é uma chuva de bênçãos para todos.

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