terça-feira, 24 de setembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Fazer a vontade do Pai”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
“Acolher a Palavra”
Diante do fechamento dos chefes do povo e dos sacerdotes do templo, Jesus propõe a parábola dos dois filhos que recebem uma ordem do pai para irem trabalharem na sua plantação. Um diz que não quer ir, mas depois vai. O outro diz que vai, mas não vai. Qual dos dois fez a vontade do Pai? Pergunta Jesus. - O que foi, respondem, mesmo tendo dito que não iria. Então aplica a eles a parábola, pois se acham os “bons” do povo de Deus. Mas não acolheram as palavras de João que chamava à conversão. Os pecadores e prostitutas acolheram. Mesmo tendo visto sua conversão, não se converteram. Jesus mostra, então, que estão recusando a Ele que é a Palavra do Pai. Assim não estão cumprindo a vontade do Pai. Os pagãos, que eram distantes de Deus, acolheram o anúncio e foram acolhidos por Deus. E eles não. O profeta exemplifica apresentando reclamação do povo que diz que Deus está errado em seus julgamentos não considerando o justo que se extravia. Deus é claro. Se for justo, mas pratica o mal, morre. Se o ímpio deixa o mal, ele vive. Vemos aí a comparação com o evangelho. De nós é cobrada a fidelidade à Palavra de Deus e a nossa fé em Jesus. Acreditar significa viver a fé. Dizer que crê, mas não viver de acordo com a Palavra, não está na verdade e vive longe de Deus. Por outro lado podemos encontrar pessoas que não fazem parte da comunidade Igreja, mas realizam a Palavra em suas vidas, mesmo sem saber ou conhecer a fé cristã. “Não basta dizer Senhor, Senhor, e ter uma prática que não corresponda à fé. Esse não está no caminho de Deus, não faz a sua vontade. Então não pode cobrar de Deus. 
Tende os sentimentos de Cristo 
A generosidade de Deus para com todos supera os limites de nossa imaginação. Cristo, ao se entregar à morte, obedece ao Pai que quer a salvação de todos (1Tm 2,4). No evangelho deste domingo vimos que o filho que obedece é aquele que faz a vontade do Pai, mesmo que se tenha negado obedecer. A obediência supera o mal do pecado. Assim, como Paulo explica, Jesus é o Filho que assumiu a fragilidade humana, carregou os pecados dos que negam. É fiel e faz a vontade do Pai: “Pois Eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo, 3,38). Paulo, no hino da carta aos Filipenses, narra como Jesus obedeceu ao Pai: Encarnou-se, apesar de ser Deus, assumiu a condição de escravo até a morte e morte de cruz. Obedeceu ao extremo em sua entrega (l Fl,5-10). Por isso Deus O exaltou. Faz a vontade do Pai quem cumpre a Palavra. E tem como resposta a ressurreição. Ao sim do Filho há sempre o sim do Pai. Cristo expressa os sentimentos do Pai para com todos ao assumir a condição humana. De Deus nada mais precisamos esperar, pois, dando-nos Jesus nos deu todas as coisas (Rm 8,32). Se fizermos o caminho de Jesus temos a certeza de estar respondendo sim ao Pai. 
Recordai vossa ternura 
Para responder corretamente ao Pai, somos instruídos pelo salmo 24 que nos põe em oração justamente para conhecer a vontade do Pai e realizá-la em nossa vida: “Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação” (Sl 24,4-5). Na fragilidade humana pedimos que Deus não se esqueça de sua misericórdia. É curioso como nós fazemos memória das grandezas de Deus, mas pedimos que Deus faça memória também de suas misericórdias e bondade. Ele não é esquecido, mas nós temos a liberdade de tratá-lo com esse carinho até jocoso, mesmo sabendo que o Senhor é piedade e retidão...

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