quinta-feira, 19 de setembro de 2019

AFONSO DE OROZCO Presbítero da Ordem de Santo Agostinho, Santo (1500-1591)

Nasceu em Ortopesa, Toledo (Espanha). Era o ano de 1500 e seus pais, católicos fervorosos, puseram-lhe o nome de Afonso ou Alonso em honra de Santo Ildefonso, que tinha sido defensor da virgindade de Maria. Estudou em Talavera de la Reina e serviu como menino de coro na Catedral de Toledo. Teve a música como grande paixão ao longo da sua vida. Enviado a Salamanca para continuar os seus estudos, sentiu-se atraído pelo ambiente de santidade do convento dos Agostinianos, tendo entrado na Ordem, onde fez os primeiros votos em 1523, sendo prior do convento São Tomás de Vilanova. 
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Depois de ordenado sacerdote, foi nomeado pregador da Ordem, ocupando ainda vários cargos como os de prior e definidor da Província de Castela, a que pertencia. Era duro consigo mesmo, mas cheio de compreensão para com os outros. Pretendeu ser missionário no México, mas o seu estado de saúde não lho permitiu, apesar de ter começado a viagem, em 1547. Quando era superior do convento de Valladolid, foi nomeado pregador real do imperador Carlos V, depois também de Filipe II, tendo, por esse motivo, transferido a sua residência de Valladolid para Madrid, pois a sede da corte também fora transferida para esta Cidade. Estava-se em 1560. Passou a viver no convento agostiniano, conhecido com o nome de São Filipe, o Real. Dotado de uma extraordinária popularidade mesmo nos ambientes mais diversos, conseguia aproximar-se de todos, sem distinção. Mereceu a estima do Rei, dos nobres e de grandes personagens da época. A Infanta Isabel Clara Eugénia deixou o seu testemunho favorável no processo de canonização; os escritores Francisco de Quevedo e Lope de Vega fizeram o mesmo. O conjunto das cartas que escreveu e recebeu mostra a amplitude das suas relações sociais; mas também o povo simples e humilde o estimava e admirava o seu estilo de vida; ele a todos ajudava nas suas dificuldades materiais e morais; gostava ainda de visitar os doentes nos hospitais, bem como os encarcerados. Apesar de ter fama de uma vida de santidade, pelo que o chamavam "o santo de São Filipe", ele não se sentia confirmado na graça, nem experimentou a vida como um mar de rosas. Com os escrúpulos a atormentarem-lhe o espírito, sentiu fortemente a tentação de abandonar a vida religiosa no período da sua formação; sentiu os atractivos do amor natural, da liberdade, a dificuldade da solidão e o temor das asperezas da vida religiosa. Escreveu várias obras em língua latina e na castelhana, distinguido-se: Vergel de oración e monte de contemplación, (1544), Desposorio espiritual (1551), Las siete palabras de la Virgen (1556), Bonum certamen (1562), Arte de amar a Dios e al próximo (1568), La corona de Nuestra Señora (1588). Os seus escritos de carácter ascético-místico ressentem-se da sensibilidade da contra-reforma, própria da época, e neles são abundantes as expressões afectivas. Grande devoto de Maria, sentia-se impelido por Ela a escrever. Dedicou-se, de modo particular, a espalhar o seu amor pela Ordem em que professara, interessou-se pela sua história e espiritualidade, compondo várias obras sobre esses temas: "Intruções para os religiosos", um "Comentário à Regra" e a "Crónica do Glorioso padre e doutor Santo Agostinho, dos santos e beatos e dos doutores da Ordem" são exemplos disso. Renunciou a todos os privilégios que podia auferir da sua posição de pregador régio, participando assiduamente nos actos da comunidade e tendo o comportamento de um simples frade. Fundou ainda dois conventos de agostinianos e três de monjas agostinianas de clausura, transmitindo a todos um testemunho de amor pela vida contemplativa. Morreu em Madrid a 19 de Setembro de 1591, no Colégio de D. Maria de Aragão, que ele próprio fundara. Foi beatificado por Leão XIII em 1882. Os seus restos mortais conservam-se no Mosteiro das Agostinianas em Madrid, chamado do Beato Afonso de Orozco. Canonizado em 19 de Maio de 2002, Praça S. Pedro, em Roma. 
FONTE: http://www.vaticano.va/

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