PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Iniciando o novo Ano Litúrgico temos
a grande proclamação do sentido de todas as celebrações: a realização do
desígnio de Deus que é a vinda do Filho que recapitula em si todas as coisas. Os
sinais estão sempre presentes para nos alertar à vigilância (Mc 21,25-27). O
importante não são os sinais, e sim, que estamos sempre prontos. Por isso se
diz “erguei a cabeça”, gesto característico do justo. A Palavra de Deus dos
domingos do Advento nos apresenta João Batista. Este grande profeta preparou a
chegada imediata do Cristo no mundo. É estímulo agora para a preparação de sua
vinda definitiva. Nesse primeiro domingo estamos ainda voltados para os
acontecimentos últimos da humanidade. Pensando no futuro, contemplamos o
momento presente. Os cristãos, tendo visto a destruição de Jerusalém e sua
vinda tardar, perderam o entusiasmo para sua vinda como Juiz. Por isso o evangelista
Lucas insiste sobre os riscos que podem correr ao perder a dimensão da Vinda de
Cristo. Mesmo que haja tantos sinais de perigos, o profeta Jeremias (Jr 33,14) anuncia
bens futuros para a Casa de Israel e a Casa de Judá. O Senhor é bom, pois “é
piedade e retidão e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os
humildes na justiça, e aos pobres ensina seu caminho” (Sl 24, 8-9). Vemos os sinais pavorosos
que acontecem no céu, na terra e no mar. Por outro lado, as ameaças são para
mostrar o poder de Deus que é um poder de libertação. O Advento é o tempo da
esperança da realização das promessas de Deus. Uma delas já aconteceu: o
nascimento que celebraremos no Natal. Este foi como o orvalho. O outro será na
glória. Esperar dias melhores é construir uma esperança que se aprofunda na
caridade e na fé.
Corações
insensíveis
A
espera do fim que era forte na comunidade, perdeu a força com a vida dissoluta.
Paulo recomenda aos tessalonicenses que “o amor entre vós e para os outros
aumente e transborde sempre mais. Que Ele confirme os vossos corações numa
santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Nosso
Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos” (1Ts 3,12-13). Lucas é claro ao citar os
problemas existentes: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem
insensíveis por causa da gula, da embriaguez e da preocupação da vida para
ficardes em pé diante do Filho do Homem ” (Lc 21,34.36). O coração insensível se
fecha à ação de Deus. É a incapacidade de saber se orientar e se deixar
penetrar pela graça de Deus que nos renova e nos faz despertos à vinda de
Cristo. E convida a orar para ter força para escapar ao que vai acontecer (36).
Acorrer
com as boas obras
O
bem estar não é certeza das bênçãos de Deus, enquanto não for uma bênção para
os irmãos. Jesus insiste que devemos deixar tudo para que tudo seja vida para
os outros. Assim podemos correr ao encontro do Senhor que vem. Não basta a fé
para a salvação, como nos diz Tiago, pois a fé sem obras é morta em si mesma (Tg 2,17). Afinal, o
julgamento final será sobre as obras (Mt 25,31). Estas obras da caridade envolvem todos os setores
que sempre estiveram presentes na sociedade: fome, sede, migração, doença,
prisão, vestido. A participação na Eucaristia “nos ajuda a buscar o que é do Céu,
caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam”. Aos
sinais terrificantes, apresentamos “o amor de Cristo que supera todo
conhecimento” (Ef 3,19).
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