terça-feira, 29 de janeiro de 2019

EVANGELHO DO DIA 29 DE JANEIRO

Evangelho segundo São Marcos 3,31-35. 
Naquele tempo, chegaram à casa onde estava Jesus, sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?». E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe». Tradução litúrgica da Bíblia 
São Francisco de Sales (1567-1622) 
bispo de Genebra, doutor da Igreja 
«Sobre a vontade de Deus» 
Fazer a vontade de Deus 
A determinação de fazer a vontade de Deus em todas as coisas, sem exceção, está contida na oração dominical, nestas palavras que dizemos todos os dias: «Seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu». No Céu, não há qualquer resistência à vontade divina; aí, todas as coisas Lhe estão submetidas e Lhe obedecem. Prometamos pois a Nosso Senhor fazer o mesmo, sem oferecer qualquer resistência, mas permanecendo sempre muito submissos em todas as circunstâncias a esta vontade divina. Ora, a vontade de Deus pode ser entendida de duas maneiras: como vontade de Deus significada e como vontade do seu agrado. A vontade significada comporta quatro partes: os mandamentos de Deus, os conselhos, os mandamentos da Igreja e as inspirações. Em relação aos mandamentos de Deus e da sua Igreja, temos de vergar a cabeça e de nos submeter à obediência, porque nesse caso a vontade de Deus é absoluta: temos de lhes obedecer para sermos salvos. Os conselhos devem ser observados por gosto e não de maneira absoluta; porque há conselhos que são de tal maneira opostos entre si, que é impossível aderir à prática de um deles sem eliminar os meios que nos permitem praticar o outro. Assim, por exemplo, há um conselho que nos sugere que abandonemos tudo o que temos para seguirmos a Nosso Senhor despidos de todas as coisas; e há outro conselho que nos sugere que emprestemos e demos esmola. Ora, aquele que deixou tudo o que tinha não pode dar esmolas, porque nada tem. Temos portanto de seguir os conselhos que Deus quer que sigamos, sem supor que Ele quer que os tomemos a todos como nossos. Além disso, temos a vontade do agrado de Deus, que temos de procurar em todas as circunstâncias, ou seja, em tudo o que nos acontece: na doença, na morte, na aflição, na consolação, na adversidade e na prosperidade, em suma, em todas as coisas que não estão previstas. Devemos estar dispostos a submeter-nos a esta vontade de Deus em todas as ocorrências, tanto nas coisas agradáveis como nas desagradáveis, tanto na aflição como na consolação, tanto na morte como na vida, e em tudo o que não se opõe manifestadamente à vontade de Deus significada, porque essa tem sempre prioridade.

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