PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
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O terceiro domingo do
Advento, como o quarto domingo da Quaresma, são domingos da alegria. São as
primeiras luzes que anunciam a festividade que se aproxima como rezamos:
“Dai-nos chegar às alegrias da Salvação e celebrá-las com intenso júbilo na
solene liturgia” (Oração). A alegria é o primeiro
sinal da grande experiência de Deus que fazemos na celebração. O convite à
alegria tem sua razão: “O Senhor revogou a sentença que tinha contra nós e está
no meio de nós” (Sf 3,15.17). O Mistério Pascal
de Cristo penetra todos os momentos da salvação desde a Encarnação até a
Glorificação. Está presente em tudo o que fazemos de bom em todas as
celebrações. Havia uma saudação antiga na Espanha que dizia: “Felizes Páscoas
de Natal”. Natal e Páscoa se unem pelo fio dourado da alegria: A alegria dos
pastores diante do Recém Nascido é a mesma dos discípulos diante do
Ressuscitado. Ali está o Salvador que nos dá a Salvação, isto é, a libertação de
todo mal e a comunhão com a Vida Divina. Rezamos no cântico de Isaías:
“Bebereis com alegria no manancial da salvação” (Is 12,3). Se não nos voltarmos para o sentido de salvação de cada
celebração, perdemos sua finalidade. A celebração não é uma lembrança de um
acontecimento que foi muito importante. É uma presença, de modo sacramental,
isto é, através de símbolos que explicam e realizam o que explicam. Por isso, a
alegria da Vinda do Senhor é justificada pela fé e pelo sacramento. Não há
diferença de conteúdo da celebração e do fato acontecido. Só que, na
celebração, pela fé, participamos do mistério como salvação. Só ver, não dava a
salvação. Pela fé entramos em comunhão com o Mistério celebrado. Por isso
podemos nos alegrar e festejar.
Renovação como projeto
O aparecimento de João
Batista suscitou a esperança da chegada do Messias. Lucas constata: “O povo
estava na expectativa e todos se perguntavam se João não seria o Messias” (Lc 3,15). Já temos o
Messias, mas as Palavras de João são um caminho para a constante renovação.
Assim podemos nos preparar para bem celebrar o Mistério do Natal. Com o coração
sincero perguntam: “Que devemos fazer?”. O que João responde refere-se aos
problemas que se viviam no momento: exagero das riquezas, a corrupção, abuso do
poder e a violência. Para tanto sugere a partilha dos bens, a exatidão nos
negócios e o respeito ao povo. São as tentações permanentes do povo. João dá
testemunho de saber que sua missão era preparar a vinda do Senhor. Celebrando a
festa do Natal, recebemos a missão de anunciar a
salvação que recebemos em Jesus. Ele é nossa alegria e nossa paz.
Preparação
para as festas
A
preparação para o Natal do Senhor é um processo de redenção orientado por João
Batista e levado a efeito pelos múltiplos exercícios recomendados pela Palavra
de Deus: Alegria, mudança de atitudes, acolhimento da obra da redenção tão
fortemente apresentada pelo profeta Sofonias: “O Senhor está perto de ti, o
valente guerreiro que te salva” (Sf 3,17). Nós não podemos deixar de lado o Mistério da
Encarnação. Deus veio morar entre nós. E o Verbo Eterno, Filho de Deus, assumiu
a natureza humana e se fez um como nós para que pudéssemos participar da Vida
Divina. Precisamos meditar e ver as consequências desse gesto de Deus para
conosco. Por isso a liturgia desse terceiro domingo nos fala da alegria. A
sociedade quer acabar com o Natal porque não tem capacidade de viver a
simplicidade de Deus que nasce numa estrebaria e tem por berço um cocho.
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